DATA DA PUBLICAÇÃO 02/12/2012 | Setecidades
Onda de violência na Região causou 41 mortes em novembro
Total é o dobro de igual período de 2011; ABCD teve média de dez assassinatos por semana
Desde o início de novembro, até o final da tarde de sexta-feira (30/11), o número das mortes por arma de fogo sem motivo aparente soma, ao menos, 41 vítimas no ABCD, de acordo com levantamento do ABCD MAIOR. A quantidade corresponde a mais de um assassinato por dia na Região ou uma média de dez homicídios a cada sete dias. Isso significa quase o dobro das mortes registradas pela SSP (Secretária de Segurança Pública do Estado de São Paulo) no mesmo período do ano anterior. Em 2011, a Região contabilizou 22 homicídios em novembro, o que representa cinco mortes por semana.
O presidente da Fundação Criança de São Bernardo e especialista em direitos humanos e segurança pública, Ariel de Castro Alves, vê os dados como um grave retrocesso. “O quadro é preocupante, ainda mais porque a Região vinha em uma tendência contrária”, avaliou.
A maioria dos crimes ocorre na periferia, à noite ou de madrugada, e aos fins de semana, quando apenas os distritos policiais de plantão estão abertos no ABCD. “As pessoas da periferia mudaram suas rotinas e vivem uma situação de medo e terror”, comentou Alves.
Na Região Metropolitana, um levantamento realizado pelo jornal Folha de São Paulo mostra que 307 pessoas foram assassinadas entre os dias 24 de outubro e 29 de novembro. Mesmo comparando períodos ligeiramente diferentes, neste cenário as mortes no ABCD correspondem a 13,3% do total.
Suspeita - Para Arthur Luis Mendonça Rollo, professor da Faculdade de Direito de São Bernardo, nos últimos tempos, o governo tem sido ineficiente na segurança pública. “Isso ocorre há muito tempo, mas agora está chegando a um nível intolerável”, comentou. Do ponto de vista constitucional, Rollo informou que as vítimas ou familiares das vítimas podem, inclusive, entrar com ações contra o Estado. “A segurança é um dever constitucional do Estado, portanto cabe, em tese, uma ação”, revelou.
Procurado para falar sobre o assunto, o delegado seccional de São Bernardo, Rafael Rabinovici, não respondeu até o fechamento desta reportagem.
Ação aponta para grupos de extermínio
Para o presidente da Fundação Criança, Ariel de Castro Alves, a preocupação não recai apenas na quantidade de mortes, mas em como as cenas dos crimes são adulteradas, no fato de testemunhas não serem ouvidas e na desconfiança da população de que a polícia está envolvida com grupos de extermínio.
Como exemplo da falta de investigação, Alves citou o ataque que ocorreu na estrada do Alvarenga, no Jardim Laura, em São Bernardo, em 24 de novembro, onde sete pessoas foram baleadas e duas morreram por homens encapuzados em duas motos. “Estive no local e, após dois dias das mortes, as testemunhas ainda não tinham sido ouvidas pela polícia”, afirmou o presidente da Fundação Criança.
Prejuízo à investigação - De acordo com Alves, as testemunhas afirmaram que cerca de dez minutos antes dos atiradores aparecerem, uma viatura policial passou pelo local.
“Isso é procedimento padrão dos grupos de extermínio”, explicou Alves, que participou das investigações de grupos de extermínio, pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), em Guarulhos nos anos 2000. O especialista também vê com suspeita o sumiço dos cartuchos das balas. “A mudança do cenário do crime prejudica as investigações”, finalizou.
Desde o início de novembro, até o final da tarde de sexta-feira (30/11), o número das mortes por arma de fogo sem motivo aparente soma, ao menos, 41 vítimas no ABCD, de acordo com levantamento do ABCD MAIOR. A quantidade corresponde a mais de um assassinato por dia na Região ou uma média de dez homicídios a cada sete dias. Isso significa quase o dobro das mortes registradas pela SSP (Secretária de Segurança Pública do Estado de São Paulo) no mesmo período do ano anterior. Em 2011, a Região contabilizou 22 homicídios em novembro, o que representa cinco mortes por semana.
O presidente da Fundação Criança de São Bernardo e especialista em direitos humanos e segurança pública, Ariel de Castro Alves, vê os dados como um grave retrocesso. “O quadro é preocupante, ainda mais porque a Região vinha em uma tendência contrária”, avaliou.
A maioria dos crimes ocorre na periferia, à noite ou de madrugada, e aos fins de semana, quando apenas os distritos policiais de plantão estão abertos no ABCD. “As pessoas da periferia mudaram suas rotinas e vivem uma situação de medo e terror”, comentou Alves.
Na Região Metropolitana, um levantamento realizado pelo jornal Folha de São Paulo mostra que 307 pessoas foram assassinadas entre os dias 24 de outubro e 29 de novembro. Mesmo comparando períodos ligeiramente diferentes, neste cenário as mortes no ABCD correspondem a 13,3% do total.
Suspeita - Para Arthur Luis Mendonça Rollo, professor da Faculdade de Direito de São Bernardo, nos últimos tempos, o governo tem sido ineficiente na segurança pública. “Isso ocorre há muito tempo, mas agora está chegando a um nível intolerável”, comentou. Do ponto de vista constitucional, Rollo informou que as vítimas ou familiares das vítimas podem, inclusive, entrar com ações contra o Estado. “A segurança é um dever constitucional do Estado, portanto cabe, em tese, uma ação”, revelou.
Procurado para falar sobre o assunto, o delegado seccional de São Bernardo, Rafael Rabinovici, não respondeu até o fechamento desta reportagem.
Ação aponta para grupos de extermínio
Para o presidente da Fundação Criança, Ariel de Castro Alves, a preocupação não recai apenas na quantidade de mortes, mas em como as cenas dos crimes são adulteradas, no fato de testemunhas não serem ouvidas e na desconfiança da população de que a polícia está envolvida com grupos de extermínio.
Como exemplo da falta de investigação, Alves citou o ataque que ocorreu na estrada do Alvarenga, no Jardim Laura, em São Bernardo, em 24 de novembro, onde sete pessoas foram baleadas e duas morreram por homens encapuzados em duas motos. “Estive no local e, após dois dias das mortes, as testemunhas ainda não tinham sido ouvidas pela polícia”, afirmou o presidente da Fundação Criança.
Prejuízo à investigação - De acordo com Alves, as testemunhas afirmaram que cerca de dez minutos antes dos atiradores aparecerem, uma viatura policial passou pelo local.
“Isso é procedimento padrão dos grupos de extermínio”, explicou Alves, que participou das investigações de grupos de extermínio, pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), em Guarulhos nos anos 2000. O especialista também vê com suspeita o sumiço dos cartuchos das balas. “A mudança do cenário do crime prejudica as investigações”, finalizou.
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