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DATA DA PUBLICAÇÃO 31/12/2012 | Saúde e Ciência
Oferta de vacina contra HPV na rede pública impõe desafios ao governo
O governo brasileiro tem alguns desafios a resolver antes de oferecer na rede pública a vacina contra o HPV.

Por exemplo, o tipo de vacina a ser dada e a estratégia para ganhar a adesão de pelo menos 3 milhões de meninas na pré-adolescência.

Esperado para 2012, o anúncio da nova vacina, que pode proteger contra verrugas e o vírus ligado ao câncer de colo uterino e outros, deve levar ainda um tempo.

Pouco antes do Natal, os laboratórios interessados em produzir a vacina e vendê-la para o Ministério da Saúde receberam um chamamento para apresentar novas propostas até o fim de janeiro.

Há duas vacinas na competição: uma oferece proteção contra dois tipos do vírus ligados ao câncer; outra protege contra esses e outros dois tipos causadores das verrugas. Nos dois casos, a produção será feita em um laboratório público, que receberá transferência de tecnologia de uma empresa estrangeira.

Segundo Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde do ministério, a pasta considerou limitadas as propostas já feitas ao governo.

Além dos preços, o ministério quer detalhes sobre o volume de investimentos nos laboratórios brasileiros que cada proposta demandará.

Escolhida a vacina, há uma estratégia a ser delineada.

O martelo não está batido, mas o Programa Nacional de Imunizações trabalha com a perspectiva de vacinar meninas de dez e 11 anos no primeiro ano e, depois, as de dez anos. Para ter impacto epidemiológico, a adesão precisa ser de, pelo menos, 70%.

Segundo o secretário, será preciso explicar bem a necessidade da vacina. "Algumas mães podem resistir, por parecer que a gente está achando que a filha dela vai ter atividade sexual."

Barbosa diz que, para ser mais eficaz, a vacina deve ser tomada antes do contato da menina com o vírus, o que pode ocorrer mesmo com a relação sexual incompleta. "Estudos mostram que, a partir dos 13 anos, 30% já têm alguma atividade sexual."

O tema da sexualidade que cerca a vacina foi alvo de bastante debate nos EUA. Para Renato Kfouri, presidente da Sbim (Associação Brasileira de Imunizações), esse é um problema superável. Ele lembra, porém, que vacinar o adolescente não é tarefa simples e compara com a imunização contra hepatite B, dada na rede pública há 14 anos.

"A cobertura é de 100% para quem tem até 14 anos [e tomou a vacina quando criança]. Mas, de 14 a 29 anos, a cobertura pode chegar a 40%. As pessoas não foram vacinadas na infância e não comparecem ao posto por falta de informação, recomendação e conscientização", explica.

Apesar disso, Kfouri defende a inclusão da vacina do HPV. "O impacto na prevenção do câncer é enorme."

DEBATE NA ESCOLA

Especialistas afirmam que, para uma vacina como a do HPV (vírus sexualmente transmissível), é mais que necessário incluir a escola no debate. No Ministério da Saúde, há quem fale na necessidade de mobilizar as igrejas.

Uma pesquisa feita em Barretos (SP) entre 2010 e 2011 procurou medir a aceitação dessa vacina dentro das escolas. A imunização foi oferecida a 1.500 meninas do 5º e do 6º ano das escolas públicas e privadas.

A aceitação foi superior a 90%, diz José Humberto Fregnani, diretor científico do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital de Câncer de Barretos.

Os pais que rejeitaram a vacinação alegaram medo dos efeitos colaterais ou disseram que as meninas eram novas para a vacina e para a discussão sobre sua sexualidade.

Apesar dos anúncios veiculados nos meios de comunicação sobre o tema, grande parte das famílias soube da vacina por meio das crianças, que tiveram palestras.

A MSD, empresa que vende a vacina quadrivalente e apoiou o projeto em Barretos, afirmou que cabe ao ministério definir sua estratégia, mas se disse disposta a trabalhar pela implementação efetiva.

Já a GSK, que vende a bivalente, se diz preparada para atender às demandas do governo.

Por Johanna Nublat, de Brasília - Folha Online
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