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DATA DA PUBLICAÇÃO 10/12/2009 | Internacional
Obama defende necessidade da guerra ao receber Nobel da Paz
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta quinta-feira ao receber o Prêmio Nobel da Paz, em cerimônia em Oslo (Noruega), que a guerra às vezes é necessária para preservar a paz.

"A guerra tem um papel a cumprir para a preservação da paz. Negociações por si só não podem, por exemplo, convencer a [rede terrorista] Al Qaeda a desistir das armas. A força é necessária e não há cinismo nisso, apenas o reconhecimento de nossa história", continuou o democrata, que citou em seu discurso a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e os exemplos de luta pela paz de Mahatma Gandhi e Martin Luther King.

"Temos que entender que haverá guerra, mas ainda assim haverá um esforço pela paz. Esse é um desafio que teremos que enfrentar", disse Obama no discurso.

Obama ressaltou, contudo, que a necessidade da guerra deve ser refletida a partir de outra "verdade inconciliável": "Não importa quão justificada seja a guerra e o sacrifício dos soldados, a guerra nunca é gloriosa e não devemos pensar assim".

"Parte de nosso desafio é tentar reconciliar estas verdades inconciliáveis", disse Obama, acrescentando que busca, assim como o presidente americano John F Kennedy, morto em 1963, uma paz "mais prática e alcançável".

Para isso, afirmou Obama, é necessário seguir as regras e padrões morais que determinam as ações de guerra. "Quando não seguimos nossas regras, as decisões parecem arbitrários e colocamos em risco nossos esforços, não importa quão justificáveis sejam".

Seguir seus próprios valores, afirmou o presidente, é o que "!nos separa das pessoas contra as quais lutamos".

"Por isso proibi a tortura, por isso determinei o fechamento de Guantánamo [prisão americana para suspeitos de terrorismo], por isso reforcei o compromisso dos Estados Unidos de obedecer a Convenção de Genebra", listou Obama, que assinou decretos contra estas práticas no seu segundo dia na Casa Branca, como parte de um esforço para limpar o legado negativo deixado pela guerra ao terror do antecessor George W. Bush.

Esforço conjunto

Obama afirmou ainda que os EUA lutam há 60 anos, "com o sangue de seus soldados", pela segurança global e que este comprometimento não acabará. Ele alertou, contudo, que a missão de manter a paz não pode ser apenas dos americanos.

"Eu entendo porque a guerra no Afeganistão não é popular, mas a crença de que a paz é alcançável não é suficiente para conquistá-la. A paz é difícil de ser alcançada e por isso a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) existe. Não podemos deixar a tarefa para poucos".

O discurso parece um recado para os 42 aliados da aliança militar que participam da guerra no Afeganistão e que, na maioria, relutam em acompanhar a recente estratégia americana de ampliar suas forças no país.

"Nós honramos nossos ideais ao defendê-los não quando é fácil, mas quando é difícil. Eu falei de algumas questões que estão nos nossos corações e nossas mentes", afirmou Obama, que em várias ocasiões foi longamente aplaudido.

Irã e Coréia do Norte

No discurso, Obama falou também sobre a importância de se deter a proliferação de armas nucleares. "Na metade do século 20, esse compromisso estava claro. Todos deveriam ter acesso à energia nuclear com fins pacíficos. Hoje, todos os que prezam a segurança não podem ignorar regimes que fomentam a violência, como o Irã e a Coréia do Norte", afirmou.

O presidente dos EUA elogiou os esforços dos "milhares de manifestantes que vão às ruas para lutar pela liberdade no Irã". "É responsabilidade de todos nós mostrar que estamos ao lado deles", afirmou, acrescentando que, ao lidar com tais países, é preciso se usar "pressão e diálogo", assim como "sanções e engajamento". "É preciso haver um equilíbrio", disse.

O líder americano condenou ainda "o genocídio em Darfur (Sudão), a opressão em Mianmar e os estupros sistemáticos no Congo". "Crimes graves como esses devem ser abordados com diplomacia, mas também deve haver consequencias contra os que os cometem", disse.

Obama também comentou o conflito entre judeus e palestinos no Oriente Médio, onde a "religião muitas vezes é usada para justificar as mortes de pessoas inocentes". "Esses extremistas não são os primeiros a matar em nome de Deus, mas nos lembram que tais guerras não podem ser guerras justas", disse o líder dos EUA.

No discurso, ele também lembrou a importância do combate ao aquecimento global, pois haverá ainda "mais guerra e mais fome no mundo, caso essa questão não for enfrentada".

Para Obama, direitos civis e políticos e liberdade "são fundamentais", mas de nada adiantam se não houver desenvolvimento econômico. "Paz e segurança não existem em uma realidade sem acesso a remédios, abrigo, água potável e educação", disse o presidente americano.

Por Folha Online
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