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DATA DA PUBLICAÇÃO 02/10/2014 | Informática
O que é que o Ello tem? Veja nossas primeiras impressões da rede social
 O que é que o Ello tem? Veja nossas primeiras impressões da rede social
Rede promete não exibir publicidade e começa a ser mais falada na web.

Visual clean, saída fácil e ausência do 'curtir' chamam atenção no site.


É o ciclo natural da vida. Basta o Orkut se aproximar de seu fim, concretizado nesta terça-feira (30) com a transformação do site em um arquivo público, para uma nova rede social despontar entre os moderninhos. O mote é simples: "Você não é um produto". Esse é o Ello, criação de artistas e designers dos Estados Unidos. A rede social promete não coletar dados de seus usuários para exibir publicidade.

Como o site ainda é fechado para convidados, muitos se perguntam: o que é que o Ello tem? Ello, vale a pena tê-lo? Leia a opinião de jornalistas do G1 que estão na rede social e veja se você deve se descabelar para entrar no mais novo queridinho da internet.

Até que curti o visual. Tudo é clean, sem frufru. Combina com a proposta: sem anúncios poluindo sua linha do tempo - com passagens que você comprou no mês retrasado. Como está no comecinho, parece que só tem hipsters lá, mas a tendência é ver a "coolzice" diminuir. Ufa. O site promete melhorias com o tempo, coisas básicas: emojis, apps, integração com YouTube, Soundcloud, Instagram... Mas já dá para sacar o bem que faz separar o "ruído" de estranhos (noise) do papo entre amigos. Seria ótimo fazer isso em bares e baladas, mas em uma rede social também é bem-vindo.

Ao criar minha conta, tive a sensação de quando saí do Orkut e entrei no Facebook. Qual é o propósito dessa página se já tenho outra mais movimentada? Gostei do visual minimalista, mas faltaram mais mecanismos de "socialização", além dos comentários que você pode fazer no status dos amigos. Temos que levar em conta que é uma versão "beta". O Ello promete que vai deixar a gente compartilhar um monte de links (sem envolver propaganda nisso) e conversar particularmente com os amigos. Talvez, então, daqui a umas semanas eu entre de novo na minha página para ver se ficou mais interessante.

Ah Ello, que fotos bem enquadradas, que iluminação de cinema! De onde vieram essas imagens de escritórios sofisticadíssimos? É tanta criatividade explodindo dos seus poros que fico com a impressão de não ser digno de uma "postadinha" com você. Talvez não seja. Quer saber, tomara que não. O Ello, um bem bolado do apelo gráfico do Pinterest com a linha do tempo do Facebook e a lógica de seguir e ser seguido do Twitter, bebe de fontes sociais, mas tem aspirações elevadas, quase inóspitas – em tema e em forma. Apesar de se apresentar como negação a Zuckerberg em termos de privacidade, e não de público, a impressão que fica é que ele deixa seus dados de lado não porque isso pode ser invasivo, mas porque eles não servem.

Ao entrar no Ello vi de cara a porta de saída. O “deletar conta” está junto ao cadastro básico do perfil. Será que notar isso é sinal meu pânico de outra rede social ou de uma arquitetura diferente? Comparei: no Facebook a opção é mais escondida, passa por formulário com captcha e até chantagem emocional (“amigos sentirão sua falta”). Arrisquei clicar no “adeus” ao Ello, só para ver se teria chororô. Sem burocracia: só um botão de confirmar saída e outro de ficar. Sensação de liberdade, de relação mais aberta e menos imperativa. Fiquei.

Você não vai curtir o Ello. Na real, ninguém vai. Não pelo visual zen, que de tão branco tem cara de site de ioga, nem pela dificuldade em encontrar amigos. Buscar contatos é tão torturante que você vai precisar de uma sessão de ioga. O fato é que não existe a opção "curtir", onipresente na internet por culpa do Facebook. O que não é ruim: o Twitter testa design similar ao do Google+, que adota recursos do Facebook, que por sua vez já abduziu o Twitter... Ter identidade própria é notável. Ruim é nascer sem propósito: e as outras têm um. O Facebook é para pessoas; o Twitter é para assuntos; e o Linkedin é para "networking". De tão original, o Ello pode não achar quem o use. E aí, bom... aí quem não vai curtir é o Ello.

Só a síndrome da ansiedade de participação justifica os 30 mil pedidos de inscrição que o Ello diz ter recebido a cada hora na semana passada. Em outros termos: é muita gente com temor de ficar para trás, de perder alguma coisa. Se essa coisa é boa ou ruim, não interessa. A nova rede social tem cara de "homens trabalhando" porque é precisamente disso que se trata. Convém aguardar. Entrei muito tardiamente tanto no finado Orkut quanto no concorrente Facebook – minha adesão veio somente quando me dei conta de que havia ali conteúdo útil (e sobretudo inútil; gosto disso) que não tinha equivalente na "vida real". O Ello está longe disso, por razões óbvias. E não parece que chegará a tanto – a não ser como repetição.

O Ello ainda parece estar em estado embrionário e não apresenta funções básicas. Sim, algumas delas até o finado Orkut tinha. Não dá para curtir uma publicação e não é intuitiva a publicação de imagens. Ou de textos. O visual é simplista – por carecer de funções, como a criação de grupos e a publicação de outros elementos. A linha do tempo parece o Twitter em vez do Facebook, e não é bom que uma nova rede social lembre outra que deu certo. O público que não se preocupa com privacidade já está acostumado a conseguir publicar fotos e ver mais informações de amigos e de outros usuários no Facebook. Por isso, não há motivos para usarem o Ello... A não ser que queiram ser esquecidos digitalmente.

Por G1, em São Paulo
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