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DATA DA PUBLICAÇÃO 20/08/2015 | Cultura
''O pequeno príncipe'' vale por tributo, mas se perde ao recriar clássico
Animação que adapta livro de Saint-Exupéry estreia nesta quinta; G1 já viu.

Mark Osborne, de 'Kung fu panda', mistura digital e tradicional stop motion.


Há três filmes em “O pequeno príncipe”, e só um deles é bom – os outros dois são razoáveis. A animação que estreia nesta quinta-feira (20) adapta – e meio que recria e meio que se perde irremediavelmente no meio do caminho... – o clássico livro de Antoine Saint-Exupéry, apontado como um favorito de candidatas de concursos de miss.

O primeiro dos três filmes é mais ou menos, e já ali percebemos que o diretor Mark Obsorne (“Kung fu panda”) está mais interessado em fazer bela homenagem que bom cinema. E em fazer as crianças entenderem tudo e garantir o choro dos pais delas. A história, neste princípio, nada tem a ver com a obra inspiradora, é tudo invenção dos roteiristas.

Em cena, uma garotinha oprimida pela mãe obsessiva e histérica, que quer porque quer colocá-la na melhor escola da cidade. Não há smartphones nem computadores em cena, mas a ideia é atualizar o material. Eis então que, muito solitária e soterrada pelas obrigações de estudos preparatórios, a menina conhece o vizinho. Ele é um velhinho que tem a simpatia previsível e irresistível dos desajustados. E que vai, aí sim, apresentar à amiguinha o livro que mudará a vida dela. Surpreendente.

Só que já vimos este filme, e ele era melhor. Chamava “Up – Altas aventuras” (2009). Osborne assume que, sim, “Up” serviu de inspiração para este momento do seu Pequeno Príncipe em que se juntam dois amigos de idades tão diferentes.
Cena da animação 'O pequeno príncipe', de Mark Osborne (Foto: Divulgação)Cena da animação 'O pequeno príncipe', de Mark Osborne (Foto: Divulgação)

Chega-se, enfim, ao segundo dos três filmes que existem em “O pequeno príncipe”. E este vale a pena. Para ilustrar a história que o senhor vai contando à garota, Osborne abandona a animação digital e usa técnica tradicional de animação, stop-motion, filmada quadro a quadro.

Este método quase artesanal é aplicado para apresentar o livro propriamente dito de modo bastante fiel. Lá estão o Pequeno Príncipe e seu planetinha, personagens como a rosa, a cobra.

Não faltam, claro, as frases de efeito, aquilo de “o essencial é invisível aos olhos” e “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”, na infeliz tradução para o português. Uma mensagem, aliás, habitualmente mal compreendida e, em casos extremos, usada como justificativa por stalkers sentimentais, como Glenn Close perseguindo Michael Douglas em “Atração fatal”.

Osborne e equipe devem ter tido trabalho considerável nesta seção. Trabalho braçal, sobretudo. O problema é quando o time resolve acreditar novamente em trabalho criativo e inventa de “recriar” a trama original. Neste momento, acontece o terceiro dos três filmes de “O pequeno príncipe”, que é a mistura da história da garotinha com a história do livro. Talvez funcionasse separadamente como desenho animado de ação frenética e tensa. Aqui, não.

Em recente passagem pelo Brasil, o diretor brincou que nada lhe dá mais alegria do que ver gente saindo aos prantos de uma sessão de “O pequeno príncipe”. É possível, ou até provável, que isso ocorra, de fato. Mas não é pelo filme em si como um todo, e sim por momentos isolados. Para a sorte de Osborne, ninguém se torna, em tese, eternamente responsável por aquilo que não cativa.

Por Cauê Muraro - G1, em São Paulo
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