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DATA DA PUBLICAÇÃO 06/01/2008 | Cultura
O lado "b" dos Beatles
A imagem dos Beatles na memória afetiva de milhões de fãs pode ser a de um grupo formado por rapazes que vestiam terninhos e interpretavam canções açucaradas. Mas não são todos os admiradores do quarteto britânico que conhecem as fragilidades, os ciúmes, o egocentrismo, os abusos de drogas e outros aspectos menos glamurosos do maior fenômeno pop do século 20.

No recém-lançado livro The Beatles – A Biografia (Larousse Cultural, 1.024 págs., R$ 99), o jornalista e escritor norte-americano Bob Spitz desfaz mitos e brinda o leitor com uma narrativa detalhada sobre as primeiras e pouco conhecidas tentativas profissionais dos músicos, quando ainda se apresentavam como Quarry Men, na segunda metade dos anos 1950.

Resultado de sete anos de pesquisas e entrevistas, o livro – com prefácio assinado pelo guitarrista brasileiro Sérgio Dias – é um prato cheio não apenas para beatlemaníacos, mas para qualquer um que se interesse pelo universo roqueiro. Contém análises criteriosas sobre a gravação de cada disco e a fundamental colaboração do produtor George Martin. A qualidade da narrativa de Spitz, capaz de tornar especiais até mesmo as histórias mais conhecidas, facilita a tarefa de encarar um texto tão extenso.

Arruaceiros - Segundo o autor, antes de conhecerem o empresário Brian Epstein – no início dos anos 1960 –, John Lennon, Paul McCartney e George Harrison agiam como arruaceiros no palco. Batiam uns nos outros, xingavam os fãs, comiam e fumavam entre as músicas.

Para substituir o baterista Pete Best – demitido por Epstein por telefone –, Lennon e McCartney tiveram de persuadir Ringo Starr a abandonar um conjunto local. Fizeram ao novo integrante uma proposta bem modesta, comparada aos milhões que os Beatles faturariam anos depois. Ao assumir as baquetas do grupo, Ringo aceitou ganhar 25 libras por semana (o que, atualmente, corresponderia a cerca de R$ 90).

Paixão - Homossexual de origem judaica, Epstein se apaixonou por John Lennon. Em maio de 1963 – menos de um mês após o nascimento de seu primeiro filho, Julian –, o artista disse à esposa, Cynthia, que passaria férias na Espanha com o empresário.

Spitz não confirma se os dois tiveram relações, mas destaca que, por carência, curiosidade ou para ter mais influência que Paul McCartney no grupo, o cantor alimentou as esperanças de Epstein. Em outra ocasião, Lennon deu mais uma demonstração de seu humor cáustico e impiedoso. Quando Epstein se preparava para lançar uma autobiografia e lhe pediu uma sugestão de título, não poderia ter ouvido resposta mais ofensiva. “Por que você não chama de Judeu Gay?”.

Releituras em trilha sonora

Os fãs do quarteto mais famoso da história do rock devem estar com um sorriso de orelha a orelha. Além dos bons lançamentos literários, outro produto deve merecer a atenção dos admiradores dos Beatles: a trilha sonora do filme Across the Universe (Universal, R$ 30, em média).

Dirigido pela norte-americana Julie Taymor, o longa-metragem é recheado de referências à obra dos fab four. Narra a história de um jovem britânico chamado Jude (Jim Sturgess) que, nos anos 1960, viaja para os Estados Unidos em busca de seu pai, que ele nunca encontrou. Durante a trama, se apaixona pela encantadora Lucy (Evan Rachel Wood). Quando o irmão da garota, Max (Joe Anderson), é convocado para lutar na Guerra do Vietnã, o casal se envolve em campanhas pela paz.

Composto por 16 faixas, o repertório do disco reúne canções de diversas fases dos Beatles. Entre os destaques está a interpretação vigorosa de Sturgess para I’ve Just Seen a Face, um country gravado pelo grupo em 1965, no disco Help!.

Dois cantores que participaram do filme, Bono Vox e Joe Cocker, conseguem boas performances no disco. O vocalista do U2 entoa o clássico psicodélico Lucy in the Sky With Diamonds, que ganhou um belo arranjo orquestral. Conhecido pelas ótimas releituras que já fez da lendária banda inglesa, Cocker brilha em Come Together.

Por dentro do Sgt. Pepper's

Quatro décadas após chegar às lojas, o álbum fundamental para a consolidação do pop como forma de expressão artística ainda rende análises instigantes. O livro Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band – Um Ano na Vida dos Beatles e Amigos (Conrad, 256 págs., R$ 35, em média), do jornalista inglês Clinton Heylin, comprova essa afirmação.

Mais que repetir curiosidades e lendas sobre Sgt.Pepper’s, o autor analisa o contexto em que os Beatles gravaram o disco e suas fontes de influências, que incluíam sonoridades orientais, a psicodelia, a poesia de Bob Dylan, o folk e a música erudita. Heylin também descreve com maestria o cenário underground londrino da época do flower power e a visita do então emergente grupo Pink Floyd ao estúdio dos rapazes de Liverpool.

Rivalidade - No fim de 1966, cansados do ritmo alucinante das turnês, o quarteto britânico buscava a excelência musical. Naquele momento, um de seus principais concorrentes nesse quesito era o grupo norte-americano Beach Boys, que havia lançado Pet Sounds, disco que inspirou a produção de Sgt.Pepper’s.

Internamente, os fab four passavam por mudanças. Cada vez mais atolado em drogas e crises pessoais, John Lennon passou a contribuir menos que McCartney e, gradativamente, perdeu a liderança do conjunto.

McCartney foi quem teve a idéia para o disco – em que os Beatles interpretam os componentes da “banda dos corações solitários do Sargento Pimenta”, na belíssima capa assinada pelo artista plástico inglês Peter Blake.

Apesar do aparente desinteresse, Lennon produziu pérolas como A Day In The Life (inspirada em uma notícia sobre um acidente de carro em um jornal) e a lisérgica Lucy in The Sky with Diamonds.

Por Dojival Filho - Diário do Grande ABC
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