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Após dez anos, clássico entre Tricolor e Timão volta a valer título
DATA DA PUBLICAÇÃO 01/07/2013 | Esportes
O campeão voltou e com gritos de ''olé''
 O campeão voltou e com gritos de ''olé'' Foto:  Celso Luiz/DGABC
Foto: Celso Luiz/DGABC
O campeão voltou! Com gritos ensurdecedores das arquibancadas, a Seleção Brasileira conquistou ontem o tetra na Copa das Confederações. No tão esperado duelo com a Espanha, a equipe verde e amarela contou com o apoio de cerca de 73 mil torcedores que vestiram com orgulho a camisa, lotaram o Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro e não tomou conhecimento ao vencer por 3 a 0 ao som de ‘olé’.

Bicho-papão de títulos dos últimos cinco anos, o time espanhol aguardava muito pelo momento de ser colocado à prova diante dos brasileiros. Mas quando a bola rolou, deu no que deu – afinal, até pênalti perdeu – e viu cair a invencibilidade de 29 jogos oficiais.

As duas seleções foram a campo com formações semelhantes, escaladas no ofensivo 4-3-3. Luiz Felipe Scolari levou os brasileiros com a formação habitual, sem mexer no time, com Hulk, Fred e Neymar no setor de frente. Já Vicente Del Bosque sacou David Silva e optou por Juan Mata no trio de ataque, ao lado de Pedro e Fernando Torres.

Embalado por emocionante coral de milhares de vozes que extravasaram e cantaram juntas o Hino Nacional até o fim da primeira parte, demonstrando que a torcida fez de vez as pazes com a Seleção, o Brasil partiu com tudo para cima, encurralando a Fúria.
Foi assim que, naturalmente, criou a primeira chance e logo balançou a rede. Aos dois minutos, após levantamento da direita, a bola bateu em Neymar e sobrou na pequena área para Fred que, mesmo caído, conseguiu chutar antes da intervenção de Casillas: 1 a 0.

Pouco depois, Oscar recebeu de letra de Fred e teve chance de ampliar, mas ficou no quase. Com o passar do tempo, porém, os atuais campeões do mundo impuseram seu jogo.

Aos poucos, os anfitriões recuaram e, em alguns momentos, os 11 jogadores estavam da intermediária defensiva para trás. Aos 19, Iniesta arriscou de longe e Júlio César pôs a escanteio. Na cobrança, Fernando Torres desviou no primeiro pau e assustou à torcida.

Mas foi a partir da pressão espanhola que o Brasil quase aumentou. Após passe errado no ataque, a Seleção recuperou a bola, Neymar carregou e serviu Fred na medida, mas o atacante, cara a cara com Casillas, parou no goleiro.

Aos 40 minutos, um lance inacreditável: em contra-ataque bem articulado pela Espanha, Mata tocou para Pedro, que invadiu a área sozinho pela direita e tocou na saída de Júlio César. Antes de a bola entrar, David Luiz deu um carrinho salvador e afastou o iminente tento espanhol.

Bem ao estilo ‘quem não faz, toma’, aos 44 minutos, Neymar tocou para Oscar, recebeu de volta em condição legal e soltou a bomba no ângulo para vencer Casillas: 2 a 0.

E, no mesmo ritmo alucinante que iniciou o jogo, a Seleção voltou para a segunda etapa. Assim, aos dois minutos, Hulk serviu Fred, que bateu cruzado, no canto – 3 a 0.

Aos oito, a prova de que a noite era brasileira. Marcelo cometeu pênalti sobre Jesus Navas. Sergio Ramos bateu e chutou para fora.

A paella azedou de vez quando Piqué foi expulso, aos 22. Júlio César ainda defendeu chutes de Pedro e Villa, aos 35 e aos 41. Assim, foi só esperar o apito final e comemorar aos gritos de ‘olé’.

Torneio impecável coroa Neymar, eleito o melhor

De cinco jogos na Copa das Confederações, Neymar foi eleito o melhor da partida em quatro: contra Japão, México e Itália, na primeira fase, e ontem, após bela exibição no Maracanã, recebeu a quarta condecoração. Apenas Júlio César, diante da Itália, quebrou esta escrita.

Os dribles do agora craque do Barcelona foram fundamentais, mas os quatro gols marcados – justamente nos jogos os quais recebeu o prêmio de melhor em campo – fizeram a diferença a favor da Seleção Brasileira.

De quebra, para coroar o primeiro grande torneio internacional que o ex-santista fez com a camisa amarelinha, Neymar ganhou o prêmio de o melhor jogador da Copa das Confederações e a chuteira de bronze – por ser o terceiro maior goleador da competição – atrás apenas de Fred, que ficou com a prata, e Fernando Torres, o artilheiro (tanto o brasileiro quanto o espanhol marcaram cinco vezes).

Ainda foram premiados ontem pela Fifa: o goleiro Júlio César, que recebeu a luva de ouro como o menos vazado; Paulinho, o terceiro melhor jogador da competição, e Iniesta, o segundo. A Espanha ainda levou o troféu fair-play.

Felipão exalta postura do time e da torcida para o título

Luiz Felipe Scolari e a Seleção Brasileira têm, definitivamente, tudo a ver. Depois de formar a ‘família’ que levantou o título mundial em 2002, o treinador assumiu o papel de paizão e comandou a renovada equipe nacional à conquista da Copa das Confederações, fato que muito se mistura com o momento em que o povo resgatou o sentimento, voltou a apoiar, vibrar, transmitir energia e ser brasileiro com muito orgulho e muito amor.

“(Um título) Cria situação favorável, um ambiente melhor. O que o povo tem feito por nós é algo fantástico, maravilhoso. Temos de ter isso como princípio dentro de nosso País: amizade, união. Fazer com que as coisas possam evoluir, crescer”, exaltou o comandante.

Tínhamos além da qualidade dos nossos jogadores, aquilo que foi a tônica dessa Copa das Confederações: o torcedor, o povo junto conosco. É importante que esse apoio e união continuem. Queremos agradecer nossa população e torcedor por tudo o que fez”, emendou.

Felipão repetiu por algumas vezes o discurso de que a representatividade desse título, por tudo o que o envolveu, é muito grande. “Nossa equipe de hoje ilustrou os anseios do povo brasileiro, por tudo. Representamos dignamente”, disse. “O que estamos vendo é muito bonito. Os jogadores estão motivados porque os torcedores passam essa motivação. Quando nos unimos, somos fortes e o que precisamos é ser assim em todos os sentidos, não só no futebol.”

Enquanto busca o crescimento da Seleção, o comandante já projeta as dificuldades que o Brasil terá pela frente até receber a Copa do Mundo no ano que vem.

“Sabemos que vem um campeonato mais forte que esse, embora tivéssemos quatro campeões mundiais aqui. É caminho que vamos trilhar com mais confiança. Ainda não somos equipe completa, que possa dizer que é uma das grandes do mundo. Temos um bom time, mas temos de provar muita coisa”, afirmou.

Antes de se despedir, Felipão ainda destacou qual foi o momento decisivo da final. “Acho que foi o gol que o David Luiz salvou, não o 2 a 0, 3 a 0. Aquele momento foi o da vitória”, concluiu o treinador, aplaudido ao fim da coletiva.

Mostramos quem é a Seleção, diz Neymar

Descalço, camisa ao contrário e sorriso fácil no rosto. Foi assim que Neymar apareceu à coletiva de imprensa após a vitória brasileira sobre a Espanha. Com todo respeito ao adversário, já que grande parte dos atletas serão companheiros de Barcelona a partir do próximo mês, o atacante exaltou a conquista canarinha.

“O Brasil mostrou para todo mundo o que é a Seleção Brasileira. Temos de ser respeitados. Hoje foi uma grande vitória, sobre a melhor seleção do mundo, os melhores jogadores. A gente não se omitiu e mostramos do que somos capazes”, disse Neymar, que falou sobre a admiração aos espanhóis. “O respeito e admiração que tenho por eles são gigantescos. Mas dentro de campo, estou defendendo meu País, meus companheiros e minha família, e tenho que dar trabalho a eles. Estou muito feliz pela partida, pelo que a Seleção jogou, até mais do que a gente esperava. Então fechamos com chave de ouro”, explicou.

A Copa das Confederações coroou o atacante com diversos prêmios, os quais ele preferiu dividir com o grupo. “Estou muito feliz, por tudo o que aconteceu nesta competição. Hoje, para escolher o homem da partida ficou muito difícil pelo que a Seleção jogou. Agradeço meus companheiros por tudo, não fossem eles não conseguiria ganhar esses prêmios”, concluiu o atacante, que vestia a camisa de Leandro Damião, cortado às vésperas do torneio por lesão.

David Luiz festeja lance salvador

O zagueiro David Luiz não fez gol, mas o lance em que evitou o gol de Pedro – e empataria o jogo por 1 a 1 – foi comemorado como tal. A torcida festejou e ainda gritou como nunca o nome do atleta.

Natural de Diadema, no Grande ABC, o jogador afirmou que ficou emocionado com a recepção principalmente porque construiu quase toda a carreira fora do Brasil. “Jogo no Exterior hpa muito tempo, nunca tive muitas oportunidades de a torcida nacional me conhecer. Então, foi um dos momentos mais importantes para mim, que me deixou muito feliz”, frisou o zagueiro.

Modesto, ele preferiu minimizar a jogada como fosse um gol. “Fiz meu papel, mas o mais legal é que as pessoas começam a respeitar o nosso futebol e nos apoiar”, destacou.

O jogador ainda lembrou queo lance salvador recompensou a partida contra o Uruguai, pela semifinal, em Belo Horizonte. Na ocasião, ele fez pênalti em Diego Lugano, mas Júlio César defendeu a cobrança de Diego Forlán. “Como fiz (o pênalti) e o Júlio defendeu, acho que agora deu para devolver a gentileza”, brincou. “Acho que a partida (contra a Espanha) mudaria um pouco, caso o gol saísse”, completou.

David aproveitou também para exaltar o entrosamento com Thiago Silva na defesa, que passou o jogo contra os espanhóis sem tomar gols. Para ele, foi importante o resultado. “Contra o Uruguai, tomamos um gol e ainda teve a penalidade que eles desperdiçaram. Mas desta vez, ficamos sem levar gols, Isso é importante. Qualquer zagueiro ficaria feliz quando ganha sem nossa rede balançar”, disse David Luiz, que vai operar o nariz na quarta-feira – ele quebrou na partida contra a Itália.

Segundo o zagueiro Thiago Silva, o Brasil ainda precisa crescer até a Copa do Mundo, mas está no caminho certo. “Nosso trabalho está sendo bem feito, mas temos de ter sempre os pés no chão. Não podemos pensar que está tudo certo”, destacou o defensor.
No entanto, ele ressaltou que o Brasil chega à Copa do Mundo mais respeitada. “A nossa Seleção será favorita sempre. É uma camisa de peso”, frisou o capitão da equipe “Falavam que nem passaríamos da primeira fase, mas somos campeões hoje (ontem). Isso foi muito importante”, destacou.

MELHOR
Vencedor do prêmio de melhor goleiro da Copa das Confederações, Júlio César ressaltou que o título é quase como redenção depois do Mundial de 2010, quando falhou na eliminação para a Holanda.

“Nunca deixei de acreditar no meu trabalho. Estou feliz com o título”, destacou o arqueiro, que ressaltou o palco da conquista. “Vencer no Maracanã, com a Seleção Brasileira, é muito mais que especial. Isso é muito importante”, completou. Thiago Postigo Silva

Antes preterido, Jadson diz que não esperava por chance na final

Sem atuar em toda a competição, o meia Jadson recebeu a primeira e última oportunidade na Copa das Confederações na final contra a Espanha. O jogador afirmou que nem esperava pela chance.

Nas outras partidas, o técnico Luiz Felipe Scolari sempre escolheu Lucas ou Bernard para entrar no segundo tempo, deixando o meia são-paulino de lado.

“Nem esperava. Quando o (Paulo) Paixão foi falar da substituição, nem pensei que fosse eu. O Lucas levantou a mão, mas daí ele apontou para mim. Pensei apenas em fazer o meu melhor quando entrei”, disse Jadson. “Isso mostra que o Felipão confia em mim, e agora quero continuar demonstrando no São Paulo que posso fazer parte do elenco para a Copa do Mundo de 2014. Já vou focar na decisão da Recopa contra o Corinthians (quarta-feira, no Morumbi)”, completou.

Lucas, que foi preterido nos últimos três jogos da Seleção, assumiu que fiou triste por não jogar a decisão, mas que faz parte do futebol. “Todo jogador quer participar da final. Porém, o mais importante foi a final. Isso que interessa”, ressaltou. TPS

Daniel Alves brinca com goleiro Casillas

O lateral-direito Daniel Alves era só sorrisos depois do jogo. Não era por menos. Do outro lado, estavam vários companheiros de Barcelona.

Segundo ele, foi diferente enfrentar os colegas de clubes. “É estranho, porque temos eles do nosso lado e agora e estamos os enfrentando. Mas faz parte. Como disse antes da partida, cada um está defendendo seu escudo. E que bom que ganhamos”, frisou o lateral.

Segundo ele, o Barca vai ganhar muito com a contratação de Neymar. “Ele acrescenta muito à nossa equipe.É um jogador diferenciado, sem dúvida. Sempre tem alguma novidade para mostrar em campo”, elogiou.

Daniel Alves ainda brincou com o fato de Neymar ter marcado um gol contra a Espanha do goleiro Casillas, do Real Madrid, rival do Barcelona. “É bom que ele (o goleiro espanhol) já vai se acostumando quando o enfrentarmos pelo Campeonato Espanhol”, frisou.

Para ele, o time está ganhando corpo, principalmente com o apoio da torcida. “O mais importante é o respeito. Isso que interessa”, disse o atleta.

Outro jogador que ficou feliz com a vitória é o volante Luiz Gustavo. Ele defendeu o Bayern de Munique na goleada (4 a 0) sobre o Barcelona pela Liga dos Campeões, na Alemanha. Agora, ele repetiu a dose, principalmente por ajudar a anular a dupla Xavi e Iniesta.

“Não é tão simples assim. Eles são muito difíceis de marcar, aliás quase impossível. Porém, tenho de comemorar por ganhar mais uma vez e eles não terem atuado muito bem”, destacou o volante. “Atuamos da mesma maneira que o jogo do Uruguai, mas com pouco mais ativo”, disse.

PRIMEIRA VEZ
O volante Paulinho comemorou o primeiro título individual internacional. Ele foi escolhido o terceiro melhor jogador da Copa das Confederações, atrás apenas de Iniesta e Neymar.


“Primeiramente, temos de agradecer a Deus e depois a equipe, que me ajudou a conquistar esse prêmio importante individualmente”, frisou o jogador. “Sabíamos que tínhamos de ganhar esse título. Precisávamos da vitória, desse troféu, para recuuperar a confiança da torcida”, disse. TPS

Del Bosque reconhece superioridade do Brasil, mas cita o fator sorte

Assim como sabem ganhar, os espanhóis mostraram ontem no Rio de Janeiro que também sabem perder. Desde o apito final do árbitro, passando pela cerimônia de premiação, na qual aguardaram pacientemente a comemoração brasileira até a entrevista coletiva, tanto os jogadores como o técnico Vicente Del Bosque mantiveram a calma e reconheceram a superioridade brasileira na decisão da Copa das Confederações.


“Não tem como avaliar essa partida de outra maneira. O Brasil foi superior à Espanha durante o jogo e, por isso, conseguiu vencer. Não preciso ficar encontrando culpados, tivemos um adversário com mais energia e perdemos a partida. Não é questão de conformismo e, sim, de reconhecer que fomos inferiores ao nosso adversário e por isso perdemos o jogo”, ressaltou Del Bosque.


Questionado sobre o que fez o Brasil ser tão superior em campo, o treinador não resistiu. “Claro que o primeiro gol logo com dois minutos foi decisivo para o decorrer da partida. Eles tiveram muita sorte de sair na frente como foi, mas não serve como desculpa para nós. O Brasil também soube fazer faltas contínuas na saída de bola e isso atrapalhou nosso desenvolvimento. Mas nada disso tira o mérito da vitória brasileira”, enfatizou o treinador espanhol.


Único a falar na entrevista coletiva, Del Bosque disse que não pretende mudar o esquema tático da equipe para os próximos jogos pelas eliminatórias da Copa do Mundo, mesmo passando apuros na semifinal contra a Itália e sendo derrotado facilmente pelo Brasil na final.


“Não é uma derrota que nos fará mudar o planejamento. Não posso culpar os jogadores, pelo contrário. Fizemos um grande trabalho na Copa das Confederações, usamos todas as nossas energias, mas infelizmente não foi suficiente. Fico triste por não dar mais esse título aos torcedores, mas tenho certeza de que eles vão nos entender”, ressaltou Del Bosque.


A única ressalva que o treinador fez foi em relação à temperatura. “Tivemos uma ótima estrutura à disposição no Brasil, mas alguns momentos sofremos com o calor e isso prejudicou o nosso desempenho. Mas isso é uma coisa que não temos como mudar, então é preciso se adaptar”, recomendou.


O treinador espanhol projetou reencontro com o Brasil na Copa do Mundo de 2014 e crê que voltará a ter dificuldades. “Enfrentar os brasileiros em sua casa é das tarefas mais complicadas. Eles têm muita força e demonstraram isso hoje (ontem), mas faz parte e temos que nos preparar da melhor maneira possível para retornar e conseguir vencer”, comentou Del Bosque.


Nem mesmo o fim da histórica invencibilidade que já durava 29 partidas, desde a Copa do Mundo de 2010, tirou o comandante do sério. “Estávamos preparados para perder, assim como nos preparamos para ganhar. O importante é não perder a cabeça e sair mudando esquema ou os jogadores. É hora de ter calma e pensar nos próximos compromissos”, finalizou Del Bosque. Anderson Fattori

Casillas afirma que erros de finalização foram decisivos

Um dos jogadores mais experientes da Espanha, o goleiro e capitão Casillas falou rapidamente ainda no gramado do Maracanã sobre a derrota para a Seleção Brasileira. Para o atleta do Real Madrid, faltou sorte aos espanhóis e também melhor pontaria.

“Perdemos a partida em lances isolados. Tivemos um pênalti e não conseguimos converter, e pelo menos outras três chances claras de gol que desperdiçamos. O Brasil foi justamente ao contrário. Aproveitou bem as oportunidades que criou e assim construiu a vitória”, analisou o goleiro espanhol.

Casillas recomendou calma para que a Espanha possa se reerguer e voltar a ter confiança para a Copa do Mundo de 2014. “Temos que tirar muitas conclusões dessa derrota que sofremos para o Brasil. Não estávamos acostumados a perder, é dolorido, mas é preciso absorver as experiências para não erra novamente no próximo ano”, destacou. AF

Protesto rouba cena no encerramento

Dois protestos roubaram a cena na festa de encerramento da Copa das Confederações, realizada cerca de uma hora e meia antes de a bola rolar, ontem, no Maracanã. Figurantes que carregavam fantasias simbolizando bolas surpreenderam a segurança e tentaram estender faixas em campo.

Na primeira manifestação, um casal pedia a “imediata anulação da privatização do Maracanã”, enquanto na outra um homem abriu bandeira com a seguinte mensagem: “Ser gay é...mara...aberração é o preconceito!”

Os manifestantes foram rapidamente retirados pelos seguranças, mas não deixaram de ser notados pelo público, que chegou a confundir o protesto com parte do show.

Antes das manifestações, a festa organizada pela Fifa mostrou a diversidade de ritmos da música brasileira. Arlindo Cruz abriu a cerimônia cantando Meu Lugar, louvação ao bairro de Madureira. Logo depois, vieram Victor & Léo, representando o sertanejo, Jorge Bem, a música popular brasileira, e, por fim, Ivete Sangalo, que levantou o público interpretando o sucesso Festa, música que embalou o pentacampeonato mundial de 2002.

No fim da apresentação, a cantora baiana – que torce pelo Vitória – se empolgou e soltou um grito de Flamengo, inflamando os torcedores e provocando rivalidade entre as torcidas na arquibancada, o chamado clubismo, tão combatido pelo técnico Luiz Felipe Scolari.

As apresentações foram acompanhadas bem de perto por alguns dos jogadores da Espanha, que viam tudo do banco de reservas, enquanto os brasileiros ainda estavam escondidos nos vestiários.

O encerramento da cerimônia, que durou aproximadamente 18 minutos, foi com a bateria da escola de samba Grande Rio, que com fantasias verde e amarelas formaram uma linda bandeira do Brasil bem no centro do gramado.

A nota triste ficou por conta de uma figurante que desmaiou em campo no fim da apresentação e precisou ser retirada por seguranças. AF

Clima esquenta momentos antes do jogo

O dia seguia tranquilo ontem perto do Maracanã. Passeata, com cerca de 5.000 pessoas e de forma pacífica, chegou ao estádio no início da tarde, mas logo foi dispersada pela Polícia Militar. Depois, apenas algumas faixas com críticas ao governador do Rio, Sérgio Cabral, e ao prefeito Eduardo Paes foram expostas.

Porém, 30 minutos antes do confronto, o clima ficou tenso perto da barreira da Polícia Militar nos arredores do Maracanã. Ao menos 1.000 manifestantes, que se reuniram primeiramente na Praça Paes Peña, tentaram invadir a área isolada – destinada apenas a quem portava o ingresso – e atiraram pedras e garrafas contra o Batalhão de Choque.

Foi então que o efetivo da Força Nacional entrou em ação e respondeu com bombas de efeito moral, deixando as ruas com clima de guerra. As luzes nas avenidas perto do estádio foram desligadas e o Caveirão da PM entrou em ação.

Ao menos um policial, que teve a perna queimada após ser atingindo por coquetel molotov, e um manifestante ficaram feridos.

Os integrantes do protesto estavam vestidos com bandeiras de partidos políticos e de movimentos sociais.

Mais cedo, o clima também esquentou, mas na sede da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). No período da manhã, o prédio sede da entidade foi invadido por 40 pessoas da Frente Nacional dos Torcedores, que carregavam faixas de protestos contra o presidente José Maria Marin e também a Fifa. Eles ficaram cerca de 20 minutos no local e depois saíram para protestar na rua em frente.

PAZ
Os torcedores apenas festejavam. O dia inteiro, eles faziam festa e, inclusive, os bares perto do estádio ficaram lotados.

Há também quem iria direto ao Maracanã e a equipe do Diário flagrou a família do zagueiro brasileiro Dante. “Espero que o Brasil possa vencer e ele faça mais um gol (ele marcou contra a Itália)”, destacou Joce de Souza, mulher do atleta. “Meu irmão está em grande fase”, emendou Ian Santos.

A festa que rolou fora continuou dentro do Maracanã, apesar das filas enormes para utilizar os banheiros ou comprar produtos, com preços caros nas lanchonetes.

Mas nada que tirasse o ânimo dos torcedores no Maracanã, que também contou com presenças de personalidades como Suzana Wener – mulher do goleiro Júlio César –, Zagallo, alguns jogadores da Seleção de 1970 e a cantora Shakira, namorada do espanhol Piqué. Thiago Postigo Silva

Jovens do Grande ABC marcam presença no Maracanã

O Grande ABC parece onipresente na Copa das Confederações, e mais uma vez a região estava representada. Quatro jovens de São Bernardo foram assistir à final no Maracanã e também curtir a Cidade Maravilhosa.

Ele chegaram no sábado ao Rio de Janeiro e asseguraram que o fim de semana foi muito proveitoso, em relação à noite carioca e também os locais de lazer disponíveis durante o dia.

“Estamos aproveitando muito a cidade, saímos à noite em casa noturna muito badalada, apesar de ter muito homem”, brincou Fernando Marques, 25. “Na manhã de hoje (ontem), andamos de bicicleta para curtir a bela paisagem do Rio de Janeiro”, destacou.
Ele ainda revelou que gastou apenas com os ingressos e diversão na capital carioca. “Ficamos em uma república de amigos, de frente para a praia, foi muito gostoso”, completou.


Para encerrar a festa, eles esperavam que o Brasil conquistasse o quarto título da Copa das Confederações. “Está tudo tranquilo para chegar aqui no estádio. Agora, esperamos que o Brasil possa sair com a vitória e manter o ‘caneco’ em casa”, finalizou Fernando, acompanhado do irmão e dois colegas. TPS

Voluntários da região relatam experiência em torneio

Quem precisava tirar qualquer dúvida, tanto torcedores quanto jornalistas, os voluntários estavam prontos para tentar ajuda, nem sempre de forma eficiente, mas todas as vezes com vontade.

Foram 5.652 pessoas de vários países que trabalharam nas seis sedes da Copa das Confederações e entre eles estavam os estudantes de publicidade Rômulo Félix, 19 anos, e Ana Caroline, 18, e o chefe de eventos Enivaldo Aguiar, 30 – o primeiro de Santo André e os dois últimos de São Bernardo –, que trabalharam no Rio.

Todos receberam da Fifa apenas uma refeição diária e o transporte local. O restante, como moradia e as passagens, é por conta de cada um. Mas pergunta se alguém reclama.

“Esta experiência superou minhas expectativas. Conheci pessoas dos mais variados locais, fiz amizades e treinei o idioma”, destacou Ana Caroline, carioca, mas que mora no Rudge Ramos há dez anos. “Como estou no primeiro ano de faculdade, é difícil conseguir estágio, então, foi ótima oportunidade para mim”, completou.

Para Rômulo Félix, a Copa das Confederações já deixa saudades. Eles terminam os trabalhos hoje.
“Tivemos trocas de culturas impressionantes. E aprendemos tudo realmente na prática”, disse.

Enivaldo Aguiar ressaltou que a experiência vai servir para seu emprego. “Trabalho com eventos e aprendi muito aqui com todo esse padrão Fifa. Vou levar isso para o meu trabalho”, destacou. TPS

Torcedores jogam ao lado do Brasil no Grande ABC

Os principais pontos de encontro ficaram lotados e os bares do Grande ABC disponibilizaram os já tradicionais telões. Os torcedores ‘jogaram’ com o Brasil do início ao fim da partida de ontem, contra a Espanha.

Cerca de 250 fanáticos lotaram o Bar Kerubim, em São Caetano. Enquanto o Hino Nacional tocava no Maracanã, todos se levantaram e cantaram com as mãos no peito.

Quando Fred balançou as redes logo no segundo minuto, a comemoração foi grande, e os cantos ecoavam forte pela Avenida Goiás.

O gesto de David Luiz cerrando os punhos quando evitou o gol de Pedro, foi repetido pelos aficcionados, que logo depois brindaram com o gol de Neymar.

No tradicional bar Liverpool, em São Bernardo, cerca de 250 pessoas lotaram o local que exibiu seis telas. Fred rapidamente levou os torcedores à loucura com o terceiro gol, e os cantos para o atacante se repetiram.

Assim que perdeu o pênalti, o zagueiro Sérgio Ramos foi hostilizado seguido de gritos de “não adianta chorar, já acabou!”.

Quando Piqué foi expulso por falta em Neymar, as brincadeiras dos homens com a cantora Shakira foram inevitavéis. Em contrapartida, uma torcedora arrancou risos do bar inteiro ao mandar um “vem chorar aqui em casa”, para o zagueiro espanhol.

Em Santo André, no Bar Figueiras, 280 pessoas, segundo a gerência, gritavam ‘olé’ vendo a partida dos seis televisores e um telão. Os torcedores aplaudiram e cantaram o nome de Paulinho ao ser substituído por Hernanes, já no fim da partida. Nos acréscimos, os torcedores já cantavam ‘é campeão’, e, quando foi dado o apito final, as bandeiras brasileiras subiram em grande festa. Renan Quintanília

Por Dérek Bittencourt - Diário do Grande ABC
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