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DATA DA PUBLICAÇÃO 14/05/2014 | Informática
O antivírus não está ''morto'', mas não é mais o suficiente
O "Wall Street Journal" publicou uma reportagem na semana passada contendo uma entrevista com um vice-presidente da Symantec, fabricante do antivírus Norton - o líder do mercado. O executivo afirmou que o antivírus "está morto" e que os softwares detectam apenas 45% das ameaças. Mas, acalme-se: ainda não é hora de abandonar o antivírus. Mas existe uma "parte" do antivírus que, realmente, morreu.

Está morta a ideia de um software de segurança capaz de proteger o sistema completamente. Por mais que os antivírus tenham se transformado em "suítes de segurança", contendo firewalls e outros utilitários, muita gente ainda se prende ao "antivírus". Ora, se os vírus são um problema, então temos que usar o antivírus para resolvê-lo. E acaba por aí.

Já há alguns anos, porém, as coisas não são tão simples. Enquanto testes de antivírus mostram, ano após ano, que as taxas de detecção estão acima de 95%, com os melhores produtos chegando a 99%, temos agora esse número de 45%. Por que essa diferença? Porque os testes de antivírus normais são baseados em programas maliciosos conhecidos. Mas nossos computadores são expostos diariamente a vírus novos, modificados especialmente para não serem mais reconhecidos pelos antivírus. É nessa situação que o antivírus falha em mais da metade das vezes.

Criminosos têm à disposição ferramentas que fazem esse trabalho automaticamente. Já foram documentados casos, inclusive, em que diversas "mutações" diferentes do mesmo vírus são baixadas de um mesmo link malicioso. O antivírus fica em desvantagem.

O detalhe é que, algum tempo depois, o antivírus será atualizado e passará a reconhecer aquele vírus que entrou. É aí que o antivírus poderá agir, eliminando a ameaça e deixando o computador novamente limpo, além de alertar o usuário de que algo foi encontrado.

É claro que, para empresas e instituições que lidam com dados sigilosos, essa situação não é nada ideal. Se um código malicioso ativo for identificado na rede, é preciso analisar quais dados ficaram em risco e adotar medidas preventivas. De fato, segundo o "Wall Street Journal", é exatamente nesse ramo que a Symantec pretende atuar: se é inevitável que se sofra uma invasão, que ela seja então detectada e medidas de recuperação sejam tomadas.

Infelizmente, todo mundo deveria merecer essa mesma informação. Se o computador foi invadido por um código que rouba senhas bancárias, seria bom saber isso para que as senhas sejam trocadas e o banco seja comunicado, por exemplo. É muito raro que os antivírus mostrem qualquer informação compreensível quando um vírus é detectado.

Só quem pesquisa bastante ou é especialista pode entender a relação que um vírus chamado de "Delf" tem com o roubo de senhas bancárias no Brasil, por exemplo. Esse é sim um caso extremo, mas mesmo os nomes mais fáceis, como "banbra" ou "banker", podem não ser de compreensão imediata para a maioria. Ou seja, o antivírus ainda deixa a desejar no papel de orientar as pessoas infectadas, pois essa tarefa nunca foi reconhecida pelos programas de segurança - sempre foi a especialidade das consultorias.

Antivírus obtiveram uma reputação bastante invejável como um software básico para o uso de um computador. Tanto é que muitos perguntam, por exemplo, por um "antivírus para iPhone", apesar de todos os aplicativos para iPhone serem verificados. É difícil de compreender uma realidade que não precise de um antivírus, mas ele hoje não faz mais tanta diferença. Ele nunca foi uma bala de prata.

Pior ainda - como essa coluna já mencionou outras vezes - é pensar que o antivírus resolve todos os problemas e que, com ele instalado, ficamos livres de responsabilidades como tomar cuidado com os links que abrimos, com os locais onde digitamos nossas senhas e com o backup dos nossos dados.

O antivírus certamente não tem mais a eficiência que tinha antes. Mas o que realmente morreu - e já vai tarde - é a expectativa de que um software pode resolver todos os problemas.

Por Altieres Rohr - G1
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