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DATA DA PUBLICAÇÃO 03/12/2012 | Saúde e Ciência
Número de casos de Aids cresce 37% no ABCD em apenas um ano
Número de casos de Aids cresce 37% no ABCD em apenas um ano Teste rápido ajuda no diagnóstico. Foto: ABr
Teste rápido ajuda no diagnóstico. Foto: ABr
Crescimento refere-se à comparação entre 2011 e 2010, de acordo com dados do Estado

O ABCD teve alta de 36,9% em novos casos de Aids entre 2010 e 2011, de acordo com dados do CRT DST/Aids (Centro de Referência e Tratamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis/Aids), do governo do Estado. A Região está na contramão da tendência de São Paulo, que teve queda de 35% de novos casos nos últimos dez anos. Neste sábado (01/12), comemora-se o Dia Mundial de Luta contra a Aids.

A cidade com o maior aumento é São Bernardo, de 124 para 192 novos casos, seguida por Diadema (de 48 para 72); Santo André (de 115 para 132); Mauá (de 53 para 73); Rio Grande da Serra (de 3 para 10); São Caetano (de 22 para 25) e Ribeirão Pires (de 14 para 15). Dados do CRT/Aids mostram que entre 1982 e 2012 a Região contabilizou 11,9 mil casos de Aids.

De acordo com a coordenadora do programa municipal de doenças sexualmente transmissíveis de São Caetano, Lucy Vasconcelos, o aumento pode estar atrelado ao programa Fique Sabendo, do Ministério da Saúde. “Cada vez mais o número de pessoas que fazem o teste rápido de verificação de Aids aumenta.”

Lucy, que também é infectologista da Unifesp, destacou que com o crescente número de pessoas fazendo o exame também há o aumento de notificações.

Para a infectologista, é necessário consicientizar adolescentes e jovens sobre a importância de usar preservativo. “Essas pessoas não foram expostas à primeira epidemia de Aids, a doença não faz parte do universo delas.”

Quanto aos idosos, a infectologista destacou que os remédios de disfunção erétil causam preocupação. “O preservativo é algo que não faz parte do universo dessas pessoas”, avaliou.

Incidência alta preocupa

Para o coordenador do GT (Grupo de Trabalho) de Saúde do Consórcio Intermunicipal, Arthur Chioro, os dados preocupam e mostram que o padrão de incidência da doença não está resolvido. “Mesmo com o diagnóstico, tratamentos e a sobrevida dos pacientes, para a população a Aids assumiu as características das doenças infecto-contagiosas, como a tuberculose, o que é preocupante”, disse.

Chioro, que também é secretário de Saúde em São Bernardo, destacou que na cidade 98% dos pacientes utilizam medicamentos fornecidos pela Prefeitura. “Com isso conseguimos diminuir a mortalidade. Hoje a pessoa consegue conviver com a doença ou o vírus normalmente”, destacou.

O secretário ressaltou ainda que atualmente não existem mais grupos de risco, como no começo da epidemia da doença. “Homens, mulheres, jovens e idosos, todos estão suscetíveis a ser infectados. A única maneira de reverter esse quadro é a conscientização sobre o uso do preservativo. As pessoas têm de saber que sexo seguro é com camisinha”, salientou.

Para quebrar a cadeia de contágio, Chioro disse que é necessário o diagnóstico da doença, por isso a importância do projeto Fique Sabendo. “Além de sigiloso, se o resultado der positivo a pessoa é encaminhada para o tratamento e há um aconselhamento, pois temos de trabalhar também a parte educacional”, disse.

Vacina ainda está longe de virar realidade

Pesquisadores dos Estados Unidos desenvolveram há três anos um medicamento que reduz em 30% o risco de contaminação pelo vírus. “Não é bem uma vacina, pois a pessoa fica parcialmente imunizada. A expectativa é que uma vacina ‘ideal’ ainda demore anos para ficar pronta”, ponderou Hélio Vasconcellos Lopes, professor de Infectologia da Faculdade de Medicina do ABC.

O médico destaca os avanços para a qualidade de vida dos que possuem o HIV. Um exemplo é o Centro de Reprodução Assistida em Situações Especiais, ligado à Faculdade, que atende casais que tenham o vírus e queiram engravidar. “O risco de a mulher tratada e controlada transmitir o vírus para o feto está abaixo de 2%”, afirmou Lopes.

Nacional - Os remédios que compõem o coquetel utilizado no tratamento dos portadores da Aids também avançaram. Nesta sexta-feira (30/11), o Ministério da Saúde anunciou acordo com empresa norte-americana para a produção nacional do Atazanavir. Com isso, 11 dos 20 remédios oferecidos gratuitamente pelo SUS serão fornecidos por laboratórios nacionais, o que reduz os custos para a distribuição.

Mesmo com uma série de avanços do tratamento, a descoberta precoce da doença é item fundamental para a manutenção da qualidade de vida. Em algumas cidades do ABCD, como São Bernardo, Mauá, Santo André e Diadema, o teste é oferecido pela rede municipal de Saúde. Para localizar os centros de testagem e serviços de assistência especializada no Estado, basta acessar http://www.crt.saude.sp.gov.br ou ligar no 0800 16 25 50. (Rosângela Dias)

Por Vladimir Ribeiro - ABCD Maior
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