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DATA DA PUBLICAÇÃO 03/02/2014 | Educação
Novo reitor da USP quer desinterditar campus Leste e aprovar orçamento
Marco Antonio Zago concedeu entrevista nesta sexta-feira (31).

Para ele, reabrir campus e resolver finanças são as tarefas mais urgentes.


Empossado há seis dias no cargo de reitor da Universidade de São Paulo (USP), o professor Marco Antonio Zago afirmou nesta sexta-feira (31), em sua primeira entrevista coletiva após a posse, que tem dois problemas imediatos para resolver: cumprir as condições sanitárias no campus na Zona Leste de São Paulo e aprovar o orçamento bilionário da instituição.

"Ao assumirmos, disse aos meus colegas que teríamos dois problemas importantes a serem resolvidos de imediato e que mais me preocupam. Um é a USP Leste, que tem uma agenda bem apertada. E o segundo é o orçamento, que tem uma agenda para os próximos quatro anos", disse ele a veículos de comunicação on-line.

O campus da USP Leste foi interditado em 9 de janeiro porque, segundo a Cetesb, é necessária uma obra para drenar o metano gerado pelos resíduos orgânicos que foram aterrados antes da construção da unidade acadêmica. Atualmente, as aulas dos veteranos foram temporariamente realocadas para o Instituto de Psicologia, no campus da Cidade Universitária, na Zona Oeste. Mas mais de mil calouros também deverão iniciar as aulas neste mês.

Para resolver a questão, Zago nomeou o novo superintendente do Espaço Físico, Osvaldo Shigueru Nakao, para a função de "diretor da crise", como ele chamou. Segundo o reitor, os dois se falam "duas vezes por dia" na tentativa de resolver a situação. As medidas anunciadas pela nova gestão da USP incluem uma licitação para comprar os equipamentos e instalar chaminés para drenar o metano. Um relatório foi encaminhado à juíza que cuida do caso e a Cetesb voltou a coletar dados no local. Nesta sexta-feira, a USP se reuniu com o Ministério Público, que vai se manifestar sobre as medidas tomadas, mas a decisão final, segundo Zago, é da Justiça.

Os outros problemas apontados no local, como a água imprópria e uma infestação de pombos, já foram resolvidos, segundo ele.

Apesar da pressa por causa da chegada dos calouros, o reitor afirma que "não quer que haja retorno se não houver segurança". Segundo a USP, a matrícula presencial dos candidatos aprovados em cursos da USP Leste, agendada para os dias 12 e 13 de fevereiro, será feita na Faculdade de Saúde Pública, ao lado da estação Clínicas do Metrô.

Temos sim um orçamento grandemente comprometido com a folha de pagamento. Teremos que fazer uma grande ginástica de planejamento e reordenamento de despesas"
Marco Antonio Zago,
reitor da USP

Orçamento
As medidas tomadas no caso do campus Leste não são um peso orçamentário e nem são complexas, explicou o reitor. Segundo ele, o maior problema detectado na gestão anterior foi não articular as ações de resolução do problema.

Já a questão financeira da universidade como um todo é considerada sensível pelo sucessor do ex-reitor João Grandino Rodas, que terá um dia decisivo no fim de fevereiro, na primeira sessão do Conselho Universitário (CO), que votará o orçamento para 2014. "Temos sim um orçamento grandemente comprometido com a folha de pagamento. Teremos que fazer uma grande ginástica de planejamento e reordenamento de despesas."

Antes dessa reunião, sua estratégia é levantar os dados preliminares sobre o tema e apresentá-los, "quase que sem análise crítica, com transparência" às três categorias da instituição, para abrir um canal de diálogo. Na terça-feira (4), ele se reunirá com os diretores de todas as unidades, entre elas faculdades, institutos escolas e museus, para apresentar os números preliminares e ouvir as demandas dos dirigentes. Até o fim do mês, ele também quer sentar com representantes do Diretório Central de Estudantes (DCE-Livre) e dos sindicatos de professores e funcionários para fazer o mesmo.

Quando ainda era candidato ao cargo, Zago listou cinco prioridades que gostaria de imprimir à sua gestão. Em ordem de importância, ele defendeu uma reforma do sistema de graduação, com revisão do sistema de acesso à universidade (e a discussão sobre o possível uso do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem); a questão do poder na universidade, não só na forma de eleição do reitor; a revisão da estrutura dos campis, unidades e cursos, com possíveis divisões de unidade e criação de novos cursos, desde que haja demanda da sociedade; reforma na carreira docente, com o reconhecimento dos diversos papéis dos professores, além da pressão pelo número de artigos produzidos; e modernização dos sistemas de gestão, usando mecanismos de avaliação da universidade e dando mais liberdade de decisão às unidades acadêmicas.

Segundo ele, entre a formação do programa de sua chapa e sua posse, sua lista de prioridades só teve "um modificador: tudo depende de recursos financeiros, e que aí nós temos que tratar dessa questão".

Diálogo
As reuniões neste mês também são parte do que Zago chamou de "processo de cicatrização" entre as diferentes categorias da universidade. "A universidade vem de um período de conflitos internos muito grandes", explicou ele, citando também o processo eleitoral para a nova gestão da Reitoria, que foi marcado por tensões em diversos momentos. "É importante dar início a um processo de cicatrização, com medidas internas positivas, e algumas corretivas."

O novo dirigente da maior e mais prestigiada universidade da América Latina afirmou que credita o mérito de sua chapa –a mais votada nas consultas abertas às categorias e na eleição do colégio eleitoral– à sua estratégia de campanha, que, em sua visão, angariou o apoio de pessoas que contavam com a possibilidade de, após a posse, terem suas demandas ouvidas. "A universidade deu um recado claro, dizendo 'estamos ao redor desta chapa porque eles vão nos ouvir depois'", explicou.

Além de encontrar com os representantes do DCE, Zago também considera a possibilidade de agendar reuniões com outros grupos estudantis de todos os campi da USP, como associações de moradores das residências estudantis, centros acadêmicos e coletivos como o Núcleo de Consciência Negra. Segundo o novo reitor, todos eles são representantes da massa de estudantes e, portanto, são atores na universidade. Problemas como a ocupação irregular de espaços no campus deverão ser tratados e resolvidos, contemplando inclusive a regularização e a busca de espaços melhores para as atividades dos grupos. "Quando falamos da representação dos alunos, ela é muito diversa. É claro que ela está consolidada no DCE, por isso a primeira entidade que vamos ouvir é o DCE. Mas todas as outras que for possível dentro das 24 horas do dia, nós vamos tentar ouvir e conversar com eles."

"A abordagem mais simples é a que pode trazer melhor resultado: começar conversando com todos os atores. Diferentes grupos e classes terão expectativas e interesses diferentes", explicou Zago. Por isso, ele diz que quer lidar com as divergências, mas concentrar nos pontos em comum. "O melhor é dizer: 'De agora para frente, quais são as expectativas?' Vamos ver o que é possível fazer, ver no espectro muito amplo o que tem de comum, e vamos construir Ao fazer isso você tá fazendo o processo de as pessoas trabalharem juntos, que é isso que tem que existir."

Por Ana Carolina Moreno - G1, em São Paulo
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