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DATA DA PUBLICAÇÃO 05/09/2011 | Geral
Novas casas de desapropriados por trecho oeste do rodoanel correm risco de desabar
Depois de serem desapropriados para a construção do trecho oeste do Rodoanel Mário Covas, moradores transferidos pelo governo para casas no bairro Veloso, em Carapicuíba (Grande São Paulo), agora temem que as novas moradias venham ao chão. A Defesa Civil da cidade já identificou rachaduras e infiltrações em ao menos 17 desses imóveis. Os problemas já trazem riscos “iminentes de desabamento”, segundo relatório do órgão.

A vistoria técnica da Defesa Civil aconteceu no dia 26 de julho deste ano. Na última segunda-feira, 29 de agosto, o órgão visitou novamente os imóveis e orientou as famílias a saírem deles até que o problema seja resolvido.

Moradores da área criticam a forma com que as casas foram feitas e afirmam que uma ocupação irregular próxima contribui para abalar a estrutura. Os imóveis foram construídos por empresas contratadas pela Cooperativa Habitacional Rodoanel (formada pelos próprios moradores) e pagas pela Dersa, que também tinha o papel de supervisionar as obras. As casas, avaliadas em R$ 21 mil cada, foram entregues em 2003 pela cooperativa apenas com a fachada rebocada e azulejos em parte do banheiro.

A atual presidente da Cooperativa Habitacional Rodoanel, Eliane de Oliveira, disse que - antes da visita de técnicos da Defesa Civil - já havia encaminhado à Dersa um relatório com fotos e relatos dos problemas dos imóveis. O envio, segundo ele, ocorreu em 28 de maio, mas até a publicação desta notícia ela não havia obtido resposta da empresa.

O trecho oeste foi a primeira parte do rodoanel a ficar pronta, e foi entregue pelo governo de São Paulo em 2002. Ele tem 32 km de extensão e liga as rodovias Régis Bittencourt, Raposo Tavares, Castello Branco, Bandeirantes e Anhanguera.

Rachaduras e bolor

No dia 26 de agosto, o R7 visitou as casas no bairro Veloso, construídas entre 2002 e 2004. Na rua Diamante, ao avistarem o carro da reportagem, seis moradores se aproximaram para falar sobre os problemas nos imóveis. Como as casas naquela rua compartilham as mesmas paredes laterais, a reportagem constatou rachaduras em um mesmo ponto de habitações vizinhas, além de infiltrações e bolor.

Na rua Jade, a casa de Marcia Vital Barbosa é uma das mais prejudicadas. Após uma visita técnica, o coordenador da Defesa Civil de Carapicuíba, José Moreira Almeida, pediu, em caráter “urgentíssimo”, que o engenheiro do órgão fizesse uma vistoria técnica no local. O engenheiro Mércio Vinício Teixeira da Silva foi ao endereço e constatou que a casa apresentava rachaduras próprias de construções executadas em solo de "baixa resistência".

- Os vizinhos poderão sofrer danos físicos e materiais. A casa está construída próxima a um local onde já houve deslizamentos. É necessária a interdição do imóvel para se evitar riscos aos moradores e aos vizinhos.

O resultado da análise feito na casa de Márcia é igual ao de outros 16 imóveis visitados pela Defesa Civil. As habitações dos "reassentados do rodoanel" foram construídas em um terreno íngreme e, por isso, foi necessário fazer o aterramento da região. A Defesa Civil diz que a compactação insuficiente do solo está entre as causas das rachaduras das casas.

Para Almeida, o número de moradias comprometidas na área pode ser ainda maior, já que nem todos os moradores formalizaram reclamações.

Desde 2003

O problema de rachaduras, segundo a moradora Rosângela Gomes de Alcântara, existe desde que as primeiras casas foram entregues, em 2003. Em frente ao imóvel dela, trechos da rua pavimentada estão afundando.

- Nós entramos no imóvel já com rachaduras. A empreiteira chegou a consertar algumas delas, mas o problema voltou a aparecer. A gente acaba deixando de investir no acabamento da casa, porque o piso também trinca com a rachadura no chão.

Rosângela é vizinha da dona de casa Patrícia Vanessa Mota dos Santos, que vive com o marido e dois filhos em uma residência de 58 m². A casa ficou menor depois que a empreiteira da obra decidiu construir uma parede para tentar conter um muro que ameaçava cair.

- Logo depois que me mudei para cá, a parede lateral começou a formar uma “barriga”. Já tínhamos rachaduras pela casa e decidimos chamar a empresa. Ela veio aqui e disse que poderia solucionar o problema, construindo outra parede paralela. Ficou assim, com uma distância entre as duas e ainda roubando espaço do corredor. E o pior é que não resolveu o problema. Temos novas fissuras, que vão da entrada da casa até o quintal nos fundos.

Outro lado

A Prefeitura de Carapicuíba informou, em nota, que não cabe à Defesa Civil, nem à administração municipal, realizar a remoção das famílias. A orientação da Defesa Civil é para que “a cooperativa tome providências no sentido de descobrir a causa geradora do problema” e “ofereça uma opção de moradia às famílias que optarem por sair das residências até que o problema seja sanado”.

Já a Dersa disse que moradores fizeram ampliações e modificações não previstas no projeto original dos imóveis, sem autorização da prefeitura, alterando assim, o projeto aprovado pelos órgãos competentes. A empresa disse ainda “não ter recebido qualquer documento da Defesa Civil ou da prefeitura informando sobre a questão”.

Além de Carapicuíba, outras duas áreas nos bairros Jardim Conceição e Padroeira, em Osasco, foram escolhidas pelos moradores do trecho oeste do rodoanel para a construção de novas casas. Parte das 1.089 famílias desapropriadas pelo trecho oeste do rodoanel preferiu ser incluída em um programa de habitação social da Dersa. A presidente da Cooperativa Habitacional Rodoanel conta que esses moradores, em sua maioria, viviam em ocupações irregulares, por isso, preferiram ser incluídos em um programa de habitação social da Dersa.

Por Fernando Gazzaneo - R7
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