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DATA DA PUBLICAÇÃO 29/06/2011 | Cidade
Nome Frio: Betinho em Mauá vira documentário
Durante o fim da década de 1960, o sociólogo Herbert José de Souza, o Betinho, viveu clandestinamente em Mauá para escapar do regime militar e continuar atuando como membro da AP (Ação Popular). De acordo com a cineasta e cientista social Ana Paula Quintino, a passagem do ativista icônico pelo município “era quase uma lenda”, confirmada ao entrevistar quatro moradores que conviveram e colaboraram com os ideais políticos e humanos do mineiro que ficou conhecido como Chico no ABCD.

O batismo falso tinha como intuito despistar a perseguição da ditadura, portanto, usava um “Nome Frio”, título do documentário de Ana Paula que será lançado na quarta-feira (29/06), às 19h, na Livraria Cultura do Market Place (avenida Dr. Chucri Zaidan, 902, Capital) e que narra o ano em que Betinho se escondeu e lutou em Mauá.

De acordo com a diretora do filme, o movimento do qual Betinho fazia parte tinha o seguinte lema: misturar intelectuais aos operários para propagar ideais e angariar aliados. “Mauá convergia duas situações que interessavam ao AP: era uma área industrial, porém interiorana, e o sociólogo pôde estruturar e influenciar os militantes locais com a bagagem que tinha”, declarou Ana Paula, moradora da cidade.

Betinho foi um dos fundadores da AP, cuja orientação era maoísta, e se estabeleceu no Jardim Zaíra com a mulher e o filho. “Boa parte do tempo que passou na cidade foi no bairro mais pobre, auxiliando a população a conseguir posto de saúde, saneamento básico e transporte”, disse a cineasta.
A pesquisa para o filme começou a ser feita em junho do ano passado e contou com entrevistas de Gilda Fioravantte, Getúlio de Souza, Josefina Gonçalves e Olivier Negri Filho, moradores que abrigaram e ajudaram a esconder o companheiro de luta, além da segunda esposa do ativista e da biógrafa, Carla Rodrigues. “Por intermédio do grande sociólogo pude contar a história de outras pessoas importantes que moram na cidade em que vivo.”

Operário - Apesar da saúde debilitada em decorrência da hemofilia, Betinho chegou a trabalhar como operário em uma das indústrias de Mauá. Foi funcionário da Porcelana Real para se aproximar do povo. No fim da estadia no município, após delatarem a base, viu-se obrigado a mudar para Santo André e depois exilou-se no Chile, uma vez que o cerco estava apertando e corria risco de vida.

Os amigos e parceiros que o receberam foram presos e torturados para que contassem o paradeiro do militante subversivo. “Eu e meu marido sofremos muito para que revelássemos a localização de Betinho, mas não abrimos o bico”, contou Gilda Fioravantte, que recebeu o sociólogo na casa em que morava na Vila Vitória. “A maior contribuição que ele nos trouxe foi a formação política para os jovens e adultos que queriam democracia”, enfatizou.

O financiamento do projeto é do Observatório Social do Instituto Henfil (Henfil era o cartunista irmão de Betinho), e a duração do filme é de 25 minutos.

Ana Paula Quintino já fez outro documentário que também tem Mauá como pano de fundo, “Sambaleço – A memória está no corpo”, e está em fase de produção do fim da trilogia mauaense com “Catira Ás de Ouro”, sobre um grupo cultural tombado da cidade. Tem ainda planos de um documentário sobre a vida de Celso Daniel.

Por Caio Luiz - ABCD Maior
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