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DATA DA PUBLICAÇÃO 26/12/2010 | Economia
Noéis do ABCD chegam a faturar até R$10 mil
Para atuar no papel de “Papai Noel” nos shoppings, nas lojas em geral ou nas ruas não basta apenas ser gordinho, ter barba branca e se enfiar em uma fantasia vermelha. É preciso primeiro passar por seleções rigorosas, ser carismático e divertido e, acima de tudo, gostar de crianças para enfrentar 50 dias de trabalho,

Um levantamento feito pelo ABCD Maior apontou que a diária de um “Papai Noel” varia de R$ 200 a R$ 350, mas em alguns casos os shoppings ou as agências acabam fechando um valor fixo até 24 de dezembro direto com os profissionais que atuam no segmento em questão. O salário pago pelos shoppings ou pelas as agências para um representante do personagem fica entre R$ 5 mil e R$ 10 mil. Já na Capital, o salário aos trabalhadores que encararam a missão de representar o bom velhinho chega a R$12 mil e em alguns estabelecimentos de alto padrão, aproximadamente, R$ 20 mil.

Para quem acha que o serviço é tranqüilo, vale ressaltar que encarar a tarefa de representar um “Papai Noel” não é uma das atividades mais simples. A carga horária de trabalho vai de seis horas até 10 horas dependendo do estabelecimento.

O aposentado Nelson Félix, 72 anos, “Papai Noel” há seis anos no Grand Plaza Shopping, conta que optou por entrar na área para que pudesse complementar a sua aposentadoria. “O pagamento que eu recebo acabo guardando para poder pagar o convênio médico durante o ano e em alguns casos gastar com algumas necessidades pessoais. É um trabalho duro, mas gratificante demais. A oportunidade de levar alegria para crianças e adultos é simplesmente magnífica”, opina.

Já no Mauá Plaza Shopping, as crianças não sofreram o trauma de passar em frente à cadeira do bom velhinho e não encontrar o “Papai Noel”. A administração do empreendimento mauense, diferentemente dos estabelecimentos da Região, conta com dois “Noéis” que se revezam durante o dia para atender a criançada. Ambos aposentados, Djalma Mazzini, de 58 anos, que atua há oito representando o personagem, e Edson Dias da Silva , de 62 anos, que trabalha com a caracterização há cinco, destacam que é impossível dimensionar a gratificação por poder trabalhar como “Papai Noel”.

“Entrei nessa vida aos 48 anos quando começou a aparecer alguns cabelos brancos e a barba também foi embranquecendo. Na época ainda trabalhava como vendedor e não podia deixar a barba ficar muito grande e sempre tinha de aparar. Há pouco tempo deixei o serviço anterior e agora trabalho mais com eventos durante o ano todo”, ressalta Mazzini.

Já Dias conta que o profissional precisa estar sempre preocupado com o seu visual. “A pessoa que se propõe a encarar a tarefa precisa sempre se cuidar. Chego a lavar a barba várias vezes ao dia para que ela possa estar sempre macia e bonita”, afirma.

Há mais de dez anos trabalhando como “Papai Noel” e atuando pela primeira vez no Shopping ABC, em Santo André, o arquiteto aposentado Silvio Schiavetti, de 72 anos, contou que foi chamado às pressas para substituir um outro profissional no empreendimento andreense que não havia se adaptado. De acordo com Schiavetti representar, o velho “Noel”, tem sido uma experiência que ele vai guardar para sempre na memória. “Já atuei em diversos empreendimentos paulistas, mas trabalhar neste shopping sem dúvida alguma foi uma das melhores coisas que já ocorreu. O público é bem cativante e isso faz com que a gente se sinta sempre muito bem”, destaca.

Schiavetti ressalta que para manter o visual em ordem durante o trabalho procura passar loções na barba e perfume. “É preciso estar com tudo em cima né! Normalmente, ando de seis a 10 quilômetros no parque perto de casa. Também procuro sempre ter uma alimentação saudável para quando chegar a época de encarar o personagem a saúde esteja 100%.”, pondera.

Noeletes podem ganhar até R$2 mil nos shoppings da Região

Elas chamam a atenção dos marmanjos de plantão com a beleza, que não é pouca. Mais do que isso, são tradicionalmente o braço direito e, dependendo do estabelecimento, são até o esquerdo do “Papai Noel”. Além disso, são as responsáveis por colocar ordem na casa nos momentos de aglomeração de crianças na fila para conversar com o bom velhinho.

As noeletes, frequentemente confundidas com a “Mamãe Noel”, muitas vezes costumam roubar a cena e também são procuradas pelas crianças para tirarem fotos e fazerem seus pedidos de presentes de Natal.

As personagens tem de aguentar a maratona de aproximadamente 50 dias de muito trabalho e ficar de pé por até dez horas por dia, com direito a alguns intervalos de 20 minutos. Em geral, dizem gostar do que fazem e garantem que querem continuar seguindo a “carreira” nos shoppings da Região. As noeletes afirmam que utilizam o pagamento recebido para investir em cursos, viagens, baladas, perfumes e maquiagem.

As gêmeas Bianca e Beatriz dos Anjos,17 anos, trabalham, em 2010, pela segunda vez como noeletes no Grand Plaza Shopping, em Santo André. Elas contam que finalizaram recentemente o ensino médio e um dos objetivos para o ano que vem é pagar com o dinheiro arrecadado no natal, um curso voltado ao segmento eventos.

“Durante o ano trabalho em feiras e festas e uma das minhas metas é me especializar nessa área. Já falei com a minha irmã e após o carnaval a gente vai procurar um curso para adquirir mais conhecimento e poder conquistar grandes trabalhos em 2011”, destaca Bianca.

Já no Shopping ABC, também em Santo André, o “Papai Noel” conta com a ajuda de Lorraine Nobrega e Letícia Carvalho, ambas de 16. De acordo com as noeletes do empreendimento, o dinheiro ganho com o trabalho será investido em viagens e também em compras pessoais.

As noeletes contam ainda que suas amigas apóiam elas no trabalho e muitas ainda ressaltam que se pudesse também gostariam de trabalhar como elas em um shopping. A jovem Letícia revelou que é a primeira vez que encara a vida de uma “noelete” e disse que foi uma experiência perfeita. "É cansativo, mas gostoso. A gente vê tanta criança que passa rápido. Quanto à paquera dos meninos que passam, não damos muita atenção", contou ela, confirmando o assédio.

Por Felipe Rodrigues - ABCD Maior
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