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DATA DA PUBLICAÇÃO 08/04/2014 | Política
No ABCD, trabalhadores se organizaram clandestinamente
Logo após o golpe, trabalhadores foram perseguidos e criaram a AP (Ação Popular) para resistir

Durante a ditadura (1964-1985), operários e estudantes, que atuavam na defesa dos interesses dos trabalhadores e contra a repressão nas fábricas metalúrgicas do ABCD, foram protagonistas da luta clandestina após os militares tomarem o poder. Uma das principais trincheiras de resistência foi a criação da AP (Ação Popular), organização formada antes do golpe, em 1962, oriunda de segmentos progressistas da Igreja Católica e que teve forte participação na Região.

No ABCD, o grupo começou a atuar fortemente no movimento operário após congresso realizado pela UNE (União Nacional dos Estudantes), em 1963, quando se formaram as primeiras ‘células’ da organização.

A educadora Maria de Lourdes Toledo Nanci, que era chamada dentro da AP pelo codinome Vanda, lembra bem como tudo começou. Afinal, sua história familiar se mistura com a participação na luta clandestina daquele período. Casou-se com o metalúrgico José Nanci, que após a redemocratização elegeu-se vereador em Santo André. Zé Nanci foi um dos principais dirigentes da AP na Região e, por isso, viveu boa parte da vida sendo perseguido, preso, e torturado pela ditadura.

“Meu lar começou como uma célula da AP. Para se ter uma ideia disso, eu me casei no civil às 10 horas e, uma hora depois, já estava dando uma palestra contra a ditadura em uma escola de São Bernardo, enquanto meu marido discursava em outra reunião”, recordo Maria de Lourdes.

Um dos pontos mais marcantes da história da AP no ABCD foi a atuação do movimento no ato de 1º de maio de 1968, quando estudantes e trabalhadores tomaram o comando da passeata, que partiu da Praça da Sé em direção à Praça da República.

“Depois desse ato, meu marido e outros dirigentes da AP tiveram de fugir e foram escondidos. A repressão veio violenta para o ABC”, lembra Maria de Lourdes.

Documentos dos arquivos da repressão revelam que a família Nanci foi monitorada de 1963 até 1989, após a Constituinte. José Nanci faleceu aos 54 anos, em 1998. “Meu marido foi vigiado até quase ao final da vida. Até hoje eu me sinto perseguida. Mas acredito que minhas filhas não ficaram piores do que seriam, caso eu não tivesse feito a luta”, observa Lourdes.

Por Rodrigo Bruder - ABCD Maior
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