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DATA DA PUBLICAÇÃO 30/03/2009 | Cidade
'Não podemos ficar chorando na sarjeta', dizem empresários
Apesar das expectativas negativas, no que depender dos micro e pequenos empresários do Grande ABC, a crise financeira internacional não irá prejudicar ainda mais as contas nacionais. Uma iniciativa da Agência de Desenvolvimento do Grande ABC em parceria com o Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) promete levar empresários dos APLs (Arranjos Produtivos Locais) da região para a prospecção de oportunidades internas para o setor produtivo, além do reaquecimento do mercado de trabalho na região.

Hoje, a região metropolitana de São Paulo já soma 6.548 postos de trabalho perdidos em virtude do caos financeiro. Entre os setores que mais demitiram em fevereiro encontram-se: madeira e mobiliário, com recuo de 2,19%; metalúrgico, com diminuição de 2,01%; mecânica, - 1,74% e químico, - 0,55%.

O projeto experimental proporcionou visitas entre 25 empresas da região. Duas companhias do setor moveleiro, sete do setor plástico, duas do setor de cosméticos e mais 14 que atuam no mercado metal-mecânico trocaram visitas e apresentaram seus portfólios.

"Foi uma ideia dos próprios empresários, na tentativa de combater os efeitos da crise", disse Josephina Cardelli, gerente regional do Sebrae. "Montamos uma logística para e identificar parcerias."

A troca de informações vira ferramenta fundamental para reversão do cenário turbulento que toma a economia nacional. "Queremos fortalecer a região, para que possam firmar novos negócios com os vizinhos", lembra Josephina.

Novas parcerias - Uma das companhias visitadas foi a Moniz, metalúrgica dirigida por Ernesto Moniz. Localizada em Ribeirão Pires, a empresa foi fortemente impactada pela crise. As principais atividades da Moniz envolvem a produção de peças para a Caterpillar, montadora de tratores e outros veículos pesados.

O setor ainda não se recuperou da crise e, para o sócio proprietário da empresa, a iniciativa é uma grande oportunidade. "Nos unimos com o objetivo de capacitar nossas empresas somando a expertise de cada uma", afirma Moniz. "Já existem negócios entre nós. Queremos conhecer os produtos dos colegas." Dessa troca de portfólios, hoje a Moniz já desenvolve uma peça para a Priluma, de Ribeirão Pires. A parceria pode viabilizar um novo canal de vendas para ambos, uma vez que a Priluma trata e revende o material para a clientela.

Moniz destaca a importância da ética entre os empresários envolvidos no projeto. "Temos uma concorrência respeitosa. A ideia é tornar o mercado mais competitivo", explica. As possibilidades de negócio que saem dos encontros trazem mais segurança para os empresários. "Essas visitas geram uma sinergia muito forte. Hoje não declinamos mais nenhum serviço porque sempre vamos em busca dos colegas propor novas parcerias."

Foi a partir de uma visita que Renê Lopes Pedro, sócio-proprietário da IBA (Indústria Brasileira de Aerossóis), de Diadema, conheceu um fornecedor local. Responsável pelo envasamento de cosméticos, a IBA poderá contar com mais um fornecedor local das tampas das embalagens. Para Pedro, não se trata de xenofobia nem protecionismo, mas de redução de custos. "Meu produto tem baixo valor agregado. Pagar um frete para trazer esse material de longe acaba reduzindo meu retorno."

Entre o primeiro contato e a entrega dos primeiros produtos, o tempo médio de pesquisas e negociação é de quatro meses. Pedro, no entanto, acredita que a espera compensa. "Já vínhamos tentando isso há tempos. Não podemos ficar sentado na sarjeta chorando ajuda do governo. O jeito é arregaçar as mangas e enfrentar o mercado", afirma.

Troca de experiências fomenta produção entre empresas
Entre as empresas visitadas está a metalúrgica Fledlaz, de Ribeirão Pires. Hoje, a empresa dá os primeiros passos na troca de conhecimentos e experiências com a Ática, de Diadema.

Apesar de desenvolverem os mesmos serviços, atualmente Nestor Barbosa Neto, diretor da Ática, metalúrgica de médio porte, é parceiro de Adriano Damas, diretor comercial da Fledlaz, de pequeno porte. "Vínhamos sendo uma empresa voltada quase que completamente ao setor automobilístico. Quando as autopeças sentiram o peso da crise, nos sentimos mais forte aqui."

Damas encontra no projeto do APL (Arranjo Produtivo Local) uma oportunidade de desenvolver novos conhecimentos. "Vamos observar e ver tudo o que for possível absorver de empresas maiores, como Ática", comenta.

Ao contrário do que se possa imaginar, as empresas que são referência nesse sentido não se mostram incomodadas com essa observação de suas expertises. "Nós temos que nos reunir para enfrentar essa selva que estamos vivendo", afirma Neto, da Ática. "Ficamos um pouco desamparados com a entrada violenta das empresas internacionais."

A presença de diversos setores produtivos traz mais possibilidades para os empresários. A Agris, empresa de Diadema do setor plástico, por sua vez, identificou na Fledlaz uma possibilidade de fornecedor. "Estamos trabalhando com o Adriano a possibilidade de desenvolver um molde em alumínio para nossas embalagens plásticas", comenta José Roberto Suriano, sócio-proprietário da empresa.

Para ele, o impacto da crise veio mais tarde. "Até janeiro estava tudo normal. Em fevereiro, no entanto, já tivemos uma queda de 30% no faturamento", lamenta Suriano. As novas possibilidades, entretanto, já abrem perspectivas. "Em março já estamos caminhando para uma recuperação de 15% no faturamento."


Por Bárbara Ladeia - Diário do Grande ABC
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