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DATA DA PUBLICAÇÃO 18/07/2009 | Economia
''Não deixamos o Neomater por amor'', dizem funcionários
Um cenário raro se instalou no hospital Neomater, em São Bernardo. Mesmo sem receber os salários há 72 dias, os cerca de 540 trabalhadores se recusam a iniciar greve, mesmo sendo estimulados pelo sindicato da categoria.

"Não vamos abandonar o hospital neste momento de crise e jamais vamos deixar os pacientes sem atendimento", destacou um dos enfermeiros. "Nossa relação é de amor com os pacientes e com esta casa. Não se abandona a família em meio a dificuldades, temos certeza que esta maré negativa vai passar", afirmou outro trabalhador.

O hospital, que completa 31 anos em agosto, enfrenta graves dificuldades financeiras e tenta sair da crise há 40 dias, com a chegada de nova administração.

Para pressionar o Neomater, alguns sindicalistas acampam em frente o hospital e prometem não sair de lá até que os salários sejam pagos.

"Nós precisamos lutar pelo direito dos funcionários. Porém, não conseguimos entender porque eles não se mobilizam e pressionam a diretoria", destacou o diretor do SindSaúde ABC (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Grande ABC), Anderson da Silva.

Segundo o diretor, uma das explicações pode ser o Conselho de Ética. "Na área da saúde isso é muito complicado. Abandonar o posto de trabalho quando se lida com vidas é considerado inadequado e alguns funcionários temem retaliações e, pior, têm medo de perder o direito de exercer a profissão", explicou o sindicalista.

Na opinião do dirigente, o hospital se aproveita da falta de mobilização dos trabalhadores. "Há cerca de cinco anos a empresa não deposita o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) dos trabalhadores. Isso é inadmissível", enfatizou.

Segundo o sindicato, há outras dívidas, como sete meses sem fornecimento de cesta básica e atraso no pagamento de vale-transporte. "A condução só está atrasada para quem não utiliza o ônibus fretado fornecido pela empresa. Ou seja, o hospital está pagando para os funcionários ‘trabalharem de graça''", afirmou Silva.

Entre as reivindicações do sindicato também está a ausência do pagamento da contribuição sindical há sete meses. "Eles descontam o valor dos trabalhadores, mas não nos repassam. Isso é apropriação indébita", acusou o sindicalista.

Confusão - Na manhã de ontem houve confusão na porta do hospital. Os sindicalistas impediram que uma máquina de ressonância magnética fosse retirada do local. "Nós vendemos o equipamento e pagaríamos parte das dívidas com os funcionários com este dinheiro", afirmou o recém-empossado diretor executivo do Neomater, Natan Vidal.

De acordo com a administração do Neomater, os sindicalistas colocaram um cadeado no portão e barraram a saída do equipamento. A polícia foi chamada ao local, algumas pessoas foram encaminhadas para a delegacia, mas ninguém foi detido. Não vamos deixar nada sair daqui enquanto não houver pagamento", prometeu Santos.

Enquanto o impasse com o sindicato parece não estar perto do fim, o Neomater pede socorro. Somente em salários, a empresa deve R$ 1.085 milhão. Mensalmente, o hospital que já foi referência em maternidade, realiza cerca de 250 partos. "O número já chegou a 600 no início de 2008", recordou o presidente do conselho e herdeiro do hospital, Ricardo Rocito Arenella. "O hospital pode fechar as portas se não tiver aporte jurídico, já que são necessários R$ 200 mil por dia para manter as operações", explicou.

Ontem, a administração entrou com um pedido na justiça, para que as dívidas com instituições bancárias sejam adiadas por um período de três a seis meses. "Não queremos dar calote, queremos uma chance para nos recuperar", enfatizou Arenella. O parecer judicial sai na segunda-feira.

Por Michele Loureiro - Diário do Grande ABC
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