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DATA DA PUBLICAÇÃO 13/07/2009 | Turismo
Na terra das Cavalhadas
Mais do que a terra natal da dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano, e cenário das gravações da novela global protagonizada pela cantora Sandy, a cidade de Pirenópolis (a 150 quilômetros de Brasília e 120 de Goiânia) é destino para quem procura o aconchego do interior do Brasil. É lá que políticos e celebridades costumam se hospedar aos fins de semana para espantar o estresse, aproveitar a belezas do cerrado, passear pelas ruas de pedra e ser gente normal. Aliás, se durante a semana Piri, como é chamada pelos moradores, é uma cidade de pouco movimento, não dá para dizer o mesmo a partir das sextas-feiras. Aos fins de semana, a população, de 20 mil habitantes, chega a dobrar com a presença dos visitantes vindos principalmente de Brasília.

Piri também é conhecida por ter a mais rica e famosa Festa do Divino, com direito a Cavalhadas. A manifestação representa a luta entre mouros e cristãos e mescla religiosidade, tradição e diversão sempre no 50º dia após a Páscoa.

Famílias inteiras se mobilizam nos preparativos. Os homens, somente eles, saem para as ruas com máscaras de bois, montados em cavalos enfeitados, para participar das Cavalhadas, que dura três dias.

Quanto mais enfeitada a fantasia, melhor. Os chifres das máscaras levam flores e fitas coloridas e as roupas são confeccionadas com tecidos cheios de brilho. Apesar de chamar atenção pela imponência do traje, o cavaleiro não pode, em hipótese alguma, ser reconhecido. Nem mesmo pela família. É por isso que por baixo das máscaras feitas de papel machê há um tecido preto bem fino que esconde o rosto e só tem pequenas brechas para olhos e lábios.

No primeiro dia de Cavalhadas ocorre a luta entre mouros (vestidos de vermelho) e cristãos (azul). São 12 homens de cada lado. No segundo dia, os mouros são convertidos para que, no último dia, comemorem a amizade. "Os papéis são tão disputados que quando há vagas temos de fazer um sorteio", conta a dona de casa Célia Fátima de Pina, 55, que hoje coordena o Museu das Cavalhadas montado pela mãe. No local há fantasias e fotografias dos homens da família que participavam da festa. O museu fica na Rua Direita, 39.

A Direita - principal via, repleta de casarões - já foi conhecida como Rua das Bestas porque era lá que os viajantes paravam para descansar com seus animais. Ainda é possível encontrar nas sarjetas argolas de ferro usadas para amarrar as mulas. Cada canto da cidade revela uma história e há sempre um pirenopolino disposto a contá-la com disposição e amor.

Artesanato reflete costumes de Piri
O trabalho da artesã Sandra Carvalho é a cara de Pirenópolis. Ela cria os personagens da Festa do Divino e das Cavalhadas em cabaças de diversos tamanhos. Nenhum detalhe é esquecido. Os mascarados têm, além da máscara tradicional do boi enfeitada por fitas e flores, a touca negra que esconde o rosto. As pastorinhas da festa também podem ser encontradas na casa da artesã, que se transformou em ateliê.

Mas nem sempre foi assim. Antes de 2008, Sandra só criava bonecas, sempre em cabaças, mas sem nenhuma identidade com Piri. "Fui desafiada a sair da linha tradicional, mas confesso que era relutante", lembra.
Sandra e outros 17 artistas da cidade participaram da oficina Artesanato de Goyazes, realizada pelo Instituto Casa Brasil de Cultura com recursos do Ministério do Turismo. O objetivo principal do projeto é qualificar os artesãos e mostrar que se eles unirem arte e história de seus municípios, os produtos ganharão mais valor. Além de Pirenópolis, o projeto passou por Goiânia, Anápolis, Olhos D''Água e Cidade de Goiás. A previsão é beneficiar diretamente 150 artesãos por meio de oficinas.
Hoje, Sandra agradece a adesão e mudança de foco na criação. Ela criou um blog (http://sandracabacasdecorativas.blogspot.com) e se orgulha em falar da clientela de Brasília e da exposição que contempla suas peças no Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) de Goiás. "Tenho reconhecimento do meu trabalho."

A artesão leva, em média, dois dias para finalizar uma cabaça decorativa. As peças são lixadas e pintadas. Dentro delas é introduzida uma substância que espanta os cupins. Os mascarados custam, em média, R$ 120 cada, e as pastorinhas, R$ 90.

Por Vanessa Fajardo - Diário do Grande ABC / Enviada a Pirenópolis
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