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DATA DA PUBLICAÇÃO 07/05/2014 | Turismo
Na Noruega, brasileiro se especializa em fotografar ursos polares
Francisco Mattos, de 33 anos, mora em uma ilha ao norte da Noruega.

Brasileiro encara temperatura de menos 30 graus para clicar os animais.


Para fotografar um urso polar, o brasileiro Francisco Mattos, de 33 anos, viaja para alto mar (às vezes congelado), enfrenta temperaturas de 30 graus negativos e encara expedições que duram até três dias. Mattos mora na Ilha Spitsbergen, na Noruega, e se especializou em fotografar e filmar os animais. No acervo, iniciado em 2011, já tem mais de 200 cliques.

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Nascido em Passo Fundo (RS), Mattos se formou em comunicação social em uma universidade catarinense e se especializou em fotografia em uma instituição da Austrália, onde também já morou. "Comprei uma câmera e saí batendo foto, já tinha visto um urso, mas não tinha conseguido fotografar. Uma vez em uma expedição, consegui fotografá-lo, ficou muito boa a foto, repercurtiu muito, o que me incentivou."

Para flagrar os animais, Mattos precisa sair cidade e percorrer entre 150 a 250 quilômetros para norte ou para o leste do país, sempre de snowmobile - uma espécie de moto com dois esquis na frente própria para se locomover na neve. "Saindo da cidade, praticamente não há mais nada de civilização e você fica a mercê de uma temperatura que pode chegar a menos 35 graus."

A caminho de uma dessas expedições, Mattos viu a cena que considera a mais marcante: uma ursa mãe brigando com um macho para defender seus filhotes. Depois da luta corporal, o urso macho subiu para uma montanha e a mãe seguiu para um vale ao encontro dos dois filhotes. "Consegui fotografar a mãe abraçando eles. Vimos bem de perto. Quando eles aparecem é sempre uma adrenalina. É uma completa paisagem o urso na frente do mar com a geleira, é uma parede que chega a 150 metros de gelo azul. Ver o urso caminhando nesse cenário dá uma paz, é fora de série."
Quando eles aparecem é sempre uma adrenalina. É uma completa paisagem o urso na frente do mar com a geleira, é uma parede que chega a 150 metros de gelo azul"
Francisco Mattos, de 33 anos

Perigos
Mattos diz que nunca enfrentou perigos para clicar os bichos, sempre está armado nas expedições, mas nunca precisou atirar. Segundo o brasileiro, os ursos polares veem os humanos como comida, então chegar perto deles é bem arriscado. "O urso não tem predador e tem pouca comida, para ele o que está se movimentado é para comer." Mattos também fotografa raposas polares, focas e morsas.

O próximo desafio é fotografar o ataque de um urso contra um foca, mas Mattos sabe que o flagra é quase impossível. "O urso passa cinco ou seis meses sem comer nada. O ataque à foca pode ocorrer quando elas quebram o gelo do mar congelado, fazem um buraco e vêm até a superfície para respirar."

Polo Norte
No dia 9 de abril, Mattos trabalhou na Maratona do Polo Norte fazendo a segurança para os atletas participantes. Como a região é muito povoada por ursos, a competição contrata pessoas que ficam armadas em pontos estratégicos da corrida, observando se há vestígios dos animais. Mas não houve qualquer aproximação dos ursos, o maior desafio foi aguentar o frio de menos 40 graus. "O frio do Polo Norte é diferente, é muito seco, congela a ponta do nariz, a barba. O olho lacrimeja e em dois segundos que eu pisquei a lágrima congelou. Meus olhos ficaram grudados e tive de abri-los com as mãos."

Mesmo com tanto frio, o fotógrafo não pretende voltar ao Brasil tão cedo. No inverno, quando as temperaturas na Noruega são muito rigorosas e, mesmo durante o dia, o céu está escuro, ele e a esposa sueca costumam passar uma temporada na Indonésia ou aproveitam para visitar a família de Mattos no Brasil. A próxima passagem pela terra natal será em junho durante a Copa do Mundo, quando eles também vão aproveitar para ir até Fernando de Noronha.

Por Vanessa Fajardo - G1, em São Paulo
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