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DATA DA PUBLICAÇÃO 29/04/2011 | Turismo
Na Hungria, a Casa do Terror guarda resquícios comunistas
Avenida Andrássy. Ali, no bulevar onde hoje estão as grifes de luxo e os "petits palais" da aristocracia húngara, uma casa de estilo neorrenascentista mantém um dos melhores acervos do que restou do comunismo.

É a Casa do Terror, assim chamada por ter abrigado a polícia secreta soviética e, antes disso, ter sido a sede do partido nazista da Hungria.

Nos porões, opositores do regime foram interrogados, presos, torturados e mortos. Quem fosse visto entrar naquele número 60 teria um destino certo, jamais voltaria. Tão realista quanto a história da casa é a coleção.

Logo na entrada do museu, um tanque T-34 soviético boia sobre uma fossa de óleo. Na parede, de cima a baixo nos quatro andares, fotos das vítimas torturadas.

Dois passos adiante, um conjunto de bustos e estátuas de líderes soviéticos como Lênin e Stálin e uma operária com uma cópia do "Manifesto do Partido Comunista", escrita em pedra. A ideologia não podia ser mudada.

E um manequim com duas fardas, uma nazista, outra soviética, gira em torno do próprio eixo. Uma referência a que o mesmo carrasco serviu, não por ideologia, mas por dinheiro ou circunstância, a dois regimes que, apesar de tão distintos, tocavam-se na brutalidade.

Pintura e arquitetura

Uma galeria de pinturas do realismo socialista, o estilo artístico oficial da URSS, na prática, uma política de Estado para a estética, prepara os visitantes para os gabinetes de interrogatório.

Na arquitetura, a mesma sala é decorada de três formas: 1) na de um membro do Partido Comunista, a luminária é rebuscada e a cadeira tem encosto, com forro; 2) para o camponês, a lamparina não tem detalhes e a cadeira não é forrada; 3) no proletariado, a luz é um bocal e o assento, um tamborete.

Nos três espaços, pequenos retratos de Lênin enfeitam os ambientes, uma sutileza para mostrar que as paredes têm ouvidos.

Mas é no porão onde a Casa do Terror é mais assustadora. Celas foram mantidas como foram deixadas: frias, úmidas e escuras. E as forcas ainda estão por toda a parte.

Chamado de "Casa da Lealdade" na época das ditaduras nazista e comunista, o prédio é uma expiação do passado. É história pura, contada da melhor forma.

Por Vinícius Queiróz Galvão - Enviado Especial ao Leste Europeu - Folha Online
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