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DATA DA PUBLICAÇÃO 11/03/2014 | Cultura
Musical sobre a vida da cantora Elis Regina chega a SP
O espetáculo acompanha os quase 37 anos de vida de Elis Regina, uma mulher que amou intensamente e deixou rastros profundos na trajetória daqueles com quem conviveu. Elis - A Musical estreia sexta-feira, 14, no Teatro Alfa, depois de uma vitoriosa e emocionante carreira no Rio de Janeiro. Um sucesso que não se explica apenas pela delicadeza da direção de Dennis Carvalho ou pelo engenhoso roteiro de Nelson Motta e Patrícia Andrade - o gerador de tanta paixão está no palco, na voz e na interpretação de um elenco de 19 atores, notadamente sua protagonista, Laila Garin, uma baiana de olhos claros e sorriso aberto.

"Quando essa moça começou a cantar, todos ficamos arrepiados", lembra-se Dennis Carvalho no dia em que Laila fez o teste para o papel, no ano passado, quando interpretou Fascinação. Ao lado do diretor, igualmente trêmulos, estavam, entre outros, Nelson Motta e Aniela Jordan, sócia da Aventura Entretenimento, empresa que vem apostando na criação de musicais brasileiros, como esse. "Habemus Elis!", anunciou Motta a João Marcello Bôscoli, músico, produtor musical e filho de Elis.

A emoção era justificada - depois de um longo período de testes com mais de 300 candidatas, a escolha de Laila representava uma primeira vitória em um projeto audacioso que retrata um mito da MPB, uma mulher de personalidade incandescente, complexa, repleta de aptidões e sentimentos contraditórios, como define João Marcello.

E, não bastasse ter vivido uma trajetória tão intensa, Elis era dona de raras qualidades vocais - afinação impecável, timbre rico e maleável, senso de ritmo e dicção limpa, como bem define a pesquisadora Nubia Melhem Santos. Ou seja, um desafio para quem decidisse encarnar o personagem.

Ciente disso, Dennis Carvalho decidiu não recriar Elis Regina no palco, mas prestar uma homenagem à cantora, de quem foi grande amigo. "Com esse cuidado, Dennis me protegeu e evitou comparações", conta Laila, que conversou sexta-feira com o Estado. "Mas, ao mesmo tempo, ele me fornecia vídeos com imagens da Elis para eu melhor compreendê-la."

O resultado é uma interpretação única. Laila tanto confere seu toque pessoal como consegue criar momentos de rara identificação, em que reproduz com precisão o mesmo gingado de falar e de andar da cantora. Com isso, ela provocou reações passionais do público carioca, estimado em 80 mil pessoas durante toda a temporada.

"Em São Paulo, sei que haverá outro tipo de expectativa, pois Elis viveu aqui momentos importantes de sua vida", diz ela, que precisou adaptar sua voz de soprano para a de contralto da cantora. "Também é uma cidade marcante para mim."

Filha de mãe baiana e pai francês, Laila nasceu em Salvador e moldou sua carreira artística ao lado de grandes mestres. Em 2002, por exemplo, fez um estágio no Théâtre du Soleil, comandada por Arianne Mnouchkine. De volta ao Brasil no ano seguinte, trabalhou com grupos de sólida tradição dramática, como o de Luis Carlos Vasconcelos e o de Cacá Carvalho - com este, em São Paulo, participou das criações da Casa Laboratório, importante centro de experimentação e pesquisa teatral.

Já a inspiração para criar o papel de Elis veio de dentro de casa. "Sou filha da geração de Elis, por isso, busco olhar o mundo retratado no espetáculo da mesma forma que minha mãe, Nadja Miranda, que viveu a ditadura militar, defendeu os direitos civis em maio de 68, foi presa e torturada. Uma mulher que soube lidar com política e drogas, ou seja, o mesmo ambiente de Elis."

Quando fala, Laila abre um sorriso que brinca em torno das bordas de sua boca, ameaçando materializar-se diante da mínima provocação. Quando finalmente se espalha por seu rosto, lenta e tranquilamente, transforma esse moça basicamente normal em uma mulher encantadora. Ciente da necessidade de empenho ("Quando escreveu o roteiro, Nelsinho Motta parece que se esqueceu que seres humanos iriam representar", brinca), ela se cuida para as extenuantes 3 horas de espetáculo.

Atualmente, participa de 8 horas diárias de ensaios para também ajudar Tuca Andrada, que assume o papel de Ronaldo Bôscoli, vivido no Rio por Felipe Camargo, que não pode continuar. "Eu não esperava entrar no espetáculo, pois pretendia passar três meses estudando nos EUA", conta Tuca. "Mas, ao felicitar Dennis, ele me convidou para substituir o Felipe. Não pude recusar."

Familiarizado com o teatro musical (participou, entre outros, de O Beijo da Mulher Aranha e O Rei e Eu), Tuca terá, no primeiro momento, de reproduzir a atuação criada por Felipe Camargo. "Isso para não atrapalhar a representação do resto do elenco, que está habituado ao jeito do Felipe e até incorporou algumas de suas improvisações. Mas, já na segunda ou terceira semana, terei condições de interpretar ao meu estilo."

Primeiro marido de Elis (que também foi casada com César Camargo Mariano), Ronaldo Bôscoli teve grande importância no desenvolvimento de sua carreira. Mas, também era um virtuose da maledicência, como bem mostram os palavrões ditos na peça nos momentos mais engraçados.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Diário Online - Agência Estado
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