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DATA DA PUBLICAÇÃO 28/04/2011 | Turismo
Museu comunista de Praga fica sobre um McDonald's
Por todos os lados de Praga, cartazes com a matriosca, aquela boneca russa que encaixa outras menores dentro de si, range os dentes, e o ursinho Misha, mascote da Olimpíada de Moscou, aparece armado com uma metralhadora soviética AK-47.

Os dois ilustram os cartazes que convidam ao museu do Comunismo. A referência do endereço é inusitada: "Em cima do McDonald's".

Sim, acredite. Encimando um símbolo do capitalismo e da hegemonia dos EUA, está a bandeira vermelha da foice e do martelo.

No acervo, estátuas e bustos de Lênin, Stálin, Marx, pinturas do realismo socialista, o estilo artístico oficial da União Soviética, mobiliário de uma casa de operários e salas de interrogatório da polícia secreta comunista.

Também estão expostos um balcão de mercearia em que os tchecos podiam retirar 2 kg de carne (a feira do mês, marcada numa cartela de consumo) e até o macacão de um cosmonauta do programa espacial russo, tão evidente na rivalidade com os EUA na Guerra Fria.

Vergonha

Os tchecos não se orgulham do museu do Comunismo. Escondido entre o McDonald's e um pequeno cassino, está fora dos roteiros turísticos oficiais. É um dos meios mais fáceis de ver a amargura que eles guardam daqueles tempos.

"É tudo muito depreciativo, cheio de maus adjetivos e de memórias ainda piores", diz Eva Vanys, professora tcheca que levava amigos franceses para ver a coleção.

Por si só, Praga exala memórias contra o comunismo. Foi lá que, em 1968, o Partido Comunista da Tchecoslováquia proclamou a renovação do socialismo, com o fim da centralização burocrática, a democratização da política e do Estado e a criação de condições para participação ativa das massas.

Primavera

Conhecido como a Primavera de Praga, o episódio foi esmagado pelas tropas soviéticas e do Pacto de Varsóvia.

Foi lá também que se deu a Revolução de Veludo, movimento que, em 1989, na esteira da queda do Muro de Berlim, permitiu a democratização do Estado-satélite da URSS, com a deposição do governo comunista da então Tchecoslováquia.

O museu foi fundado por um magnata norte-americano, Glenn Spicker, que comprou quase toda a coleção em feiras de antiguidade e em mercados de rua de países do Leste Europeu.

Mais do que a coleção, comunista mesmo parece ser o próprio museu: decadente e um tanto mal organizado.

Com ou sem parada para um lanche no McDonald's, o lugar, mais antissoviético do que o esperado, o lema da instituição é "Comunismo: sonho, realidade e pesadelo", vale a pena pelo registro histórico de um tempo não tão distante.

Por Vinícius Queiroz Galvão - Enviado Especial ao Leste Europeu
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