DATA DA PUBLICAÇÃO 22/04/2015 | Veículos
Multas por usar celular no trânsito crescem 19,5% em apenas um ano
Uso do celular ao dirigir representa distração que pode causar acidentes; motorista pode levar até 2,5 segundos para frear. Foto: Andris Bovo
Santo André foi a campeã de registros, passando de 1.117 multas em 2013 para 5.455 em 2014
Apesar de o uso do celular no trânsito causar acidentes e estar previsto como infração média pelo CTB (Código de Trânsito Brasileiro), muitos motoristas ainda têm este hábito: o número de multas cresceu 19,5% no ABCD entre 2013 e 2014. Ao todo, foram 14.813 motoristas autuados em 2013 e 17.702 em 2014.
No ano passado, 107.384 multas pela infração foram registradas no Estado pela Polícia Militar, conforme o Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo), aumento de quase 5% em relação a 2013.
Santo André foi a cidade campeã neste quesito: o registro quase quintuplicou, passando de 1.117 multas para 5.455. O aumento das autuações nas vias andreenses pode ser explicado não somente pela reincidência na infração, mas pelo aumento do número de agentes de trânsito, conforme o diretor do DET (Departamento de Engenharia de Tráfego) da cidade, Epeus Monteiro.
Mais agentes - Entre 2013 e 2014, Santo André aumentou o efetivo de 52 para 110 agentes de trânsito, que agora podem autuar os motoristas sem precisar pará-los. “A mudança aconteceu até porque boa parte dos infratores não obedeceria o sinal de parada”, ressaltou Monteiro. A autuação também é feita por meio de câmeras de monitoramento, que podem identificar qualquer tipo de infração.
Outra cidade em que as autuações tiveram aumento foi Diadema, onde o número de multas por utilizar o celular ao volante cresceu 60% em um ano, de 2.165 para 3.464 registros.
São Bernardo, que tem a maior frota de veículos no ABCD, apresentou 4.293 casos no último ano e queda de 22% na mesma base de comparação.
Mauá, por sua vez, teve redução de 38,2% nos motoristas multados, de 4.076 em 2013 para com 2.517 em 2014. Em São Caetano, o número manteve-se estável, com 1.958 e 1.973 casos. As demais cidades não informaram estes dados.
Fração de segundo pode provocar acidentes
Desviar o olhar para a tela do celular já pode causar acidentes em uma fração de segundo. Estudo feito pelo Departamento de Transportes dos Estados Unidos mostra que uma pessoa demora 2,5 segundos para começar a frear diante de um imprevisto em uma estrada, com o carro entre 80 e 100 km/h. Na cidade, o tempo é menor: 0,75 segundo.
Quando o motorista utiliza um celular para responder uma mensagem de texto, gasta dois segundos por caractere, conforme estudo da FEI (Fundação Educacional Inaciana). Já para pegar o telefone no banco do passageiro e checar quem está ligando, são 4,5 segundos.
Para fugir das multas e minimizar os riscos, o analista de sistemas Rodrigo Dias Nunes, 23 anos, conectou o aparelho celular a um dispositivo via bluetooth, para não ter que tirar as mãos do volante ao falar ao telefone. A alternativa foi adotada após Nunes ser multado por utilizar o celular enquanto dirigia. “Estava usando um aplicativo de GPS, mas sem suporte e com ele na mão”, contou.
Para o professor de engenharia civil da FEI e especialista em mobilidade urbana, Creso Peixoto, a distração é o principal fator que leva a acidentes de trânsito. “O problema é perder a concentração e utilizar a parte cognitiva do cérebro para outra atividade”, disse.
Câmara Federal avalia aumentar rigor da infração
O CTB caracteriza como infração média o uso do celular pelo motorista, enquanto dirige. A punição é uma multa de R$ 85,13 e quatro pontos na carteira de motorista.
Entretanto, uma proposta será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados para aumentar a gravidade da infração para grave.
A reclassificação foi aprovada em 2013 pela Comissão de Viação e Transportes e aguarda nova aprovação. Com a mudança, o infrator passaria a pagar R$ 127,69 de multa e levaria cinco pontos na carteira. A proposta é do deputado federal Edinho Bez (PMDB-SC), que também inclui permitir uso de celular em tecnologia hands free (sem mãos), em que o motorista fala ao celular através dos alto-falantes do carro.
Para o professor da FEI Creso Peixoto, a gravidade da multa não é tão importante quanto realizar campanhas de conscientização, mas a medida pode ter eficácia. “O valor atual não é errado, mas o motorista pode achar barato e ficar subentendido que a infração não é tão grave”, analisou.
Apesar de o uso do celular no trânsito causar acidentes e estar previsto como infração média pelo CTB (Código de Trânsito Brasileiro), muitos motoristas ainda têm este hábito: o número de multas cresceu 19,5% no ABCD entre 2013 e 2014. Ao todo, foram 14.813 motoristas autuados em 2013 e 17.702 em 2014.
No ano passado, 107.384 multas pela infração foram registradas no Estado pela Polícia Militar, conforme o Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo), aumento de quase 5% em relação a 2013.
Santo André foi a cidade campeã neste quesito: o registro quase quintuplicou, passando de 1.117 multas para 5.455. O aumento das autuações nas vias andreenses pode ser explicado não somente pela reincidência na infração, mas pelo aumento do número de agentes de trânsito, conforme o diretor do DET (Departamento de Engenharia de Tráfego) da cidade, Epeus Monteiro.
Mais agentes - Entre 2013 e 2014, Santo André aumentou o efetivo de 52 para 110 agentes de trânsito, que agora podem autuar os motoristas sem precisar pará-los. “A mudança aconteceu até porque boa parte dos infratores não obedeceria o sinal de parada”, ressaltou Monteiro. A autuação também é feita por meio de câmeras de monitoramento, que podem identificar qualquer tipo de infração.
Outra cidade em que as autuações tiveram aumento foi Diadema, onde o número de multas por utilizar o celular ao volante cresceu 60% em um ano, de 2.165 para 3.464 registros.
São Bernardo, que tem a maior frota de veículos no ABCD, apresentou 4.293 casos no último ano e queda de 22% na mesma base de comparação.
Mauá, por sua vez, teve redução de 38,2% nos motoristas multados, de 4.076 em 2013 para com 2.517 em 2014. Em São Caetano, o número manteve-se estável, com 1.958 e 1.973 casos. As demais cidades não informaram estes dados.
Fração de segundo pode provocar acidentes
Desviar o olhar para a tela do celular já pode causar acidentes em uma fração de segundo. Estudo feito pelo Departamento de Transportes dos Estados Unidos mostra que uma pessoa demora 2,5 segundos para começar a frear diante de um imprevisto em uma estrada, com o carro entre 80 e 100 km/h. Na cidade, o tempo é menor: 0,75 segundo.
Quando o motorista utiliza um celular para responder uma mensagem de texto, gasta dois segundos por caractere, conforme estudo da FEI (Fundação Educacional Inaciana). Já para pegar o telefone no banco do passageiro e checar quem está ligando, são 4,5 segundos.
Para fugir das multas e minimizar os riscos, o analista de sistemas Rodrigo Dias Nunes, 23 anos, conectou o aparelho celular a um dispositivo via bluetooth, para não ter que tirar as mãos do volante ao falar ao telefone. A alternativa foi adotada após Nunes ser multado por utilizar o celular enquanto dirigia. “Estava usando um aplicativo de GPS, mas sem suporte e com ele na mão”, contou.
Para o professor de engenharia civil da FEI e especialista em mobilidade urbana, Creso Peixoto, a distração é o principal fator que leva a acidentes de trânsito. “O problema é perder a concentração e utilizar a parte cognitiva do cérebro para outra atividade”, disse.
Câmara Federal avalia aumentar rigor da infração
O CTB caracteriza como infração média o uso do celular pelo motorista, enquanto dirige. A punição é uma multa de R$ 85,13 e quatro pontos na carteira de motorista.
Entretanto, uma proposta será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados para aumentar a gravidade da infração para grave.
A reclassificação foi aprovada em 2013 pela Comissão de Viação e Transportes e aguarda nova aprovação. Com a mudança, o infrator passaria a pagar R$ 127,69 de multa e levaria cinco pontos na carteira. A proposta é do deputado federal Edinho Bez (PMDB-SC), que também inclui permitir uso de celular em tecnologia hands free (sem mãos), em que o motorista fala ao celular através dos alto-falantes do carro.
Para o professor da FEI Creso Peixoto, a gravidade da multa não é tão importante quanto realizar campanhas de conscientização, mas a medida pode ter eficácia. “O valor atual não é errado, mas o motorista pode achar barato e ficar subentendido que a infração não é tão grave”, analisou.
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