DATA DA PUBLICAÇÃO 31/10/2016 | Veículos
Multa por uso do celular ao volante tem alta de 35%
Foto: Claudinei Plaza/DGABC
O número de multas por uso do celular ao voltante cresceu 35,44% no Grande ABC entre 2010 e 2015. Os dados, repassados pelo Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo), são relativos às infrações flagradas no perímetro urbano por meio da Polícia Militar.
Segundo o levantamento, os sete municípios da região registraram, em 2010, 5.105 autuações do tipo, contra 6.914 no mesmo período de 2015 (confira ao lado números por cidade). Neste ano, até julho, foram contabilizadas 4.099 infrações, o equivalente a 22 por dia.
Vale lembrar que o número deve ser ainda maior, tendo em vista que não estão sendo consideradas as autuações aplicadas por agentes de trânsito dos municípios.
Profissionais técnicos ouvidos pelo Diário destacam o índice baixo de multas contabilizadas. “É um número ridículo. Hoje em dia, se vocês faz uma fiscalização eficiente e aleatória nos semáforos e cruzamentos com sinalização de ‘pare’, com certeza, em um dia, você consegue autuar facilmente 4.000 motoristas. Se formos analisar esses números, teremos média de duas multas por dia em cada cidade, algo que não existe”, avalia especialista em segurança no trânsito e engenheiro de tráfego e transportes Horácio Figueira.
Para o coordenador do Observatório Paulista de Trânsito do Detran-SP, José Antonio Oka, o uso do equipamento eletrônico pode ser diretamente relacionado à origem de diversos acidentes no sistema viário do Estado. “O uso de celular comprovadamente diminui a atenção e os reflexos do motorista e, consequentemente, aumenta a possibilidade de acidentes. O trânsito requer atenção máxima.”
Segundo pesquisa do American Automobile Association Foundation for Traffic Safety, ao usar o celular, o motorista fica, em média, quatro segundos sem olhar para a via e isso, a 90km/h, é suficiente para percorrer espaço equivalente a um campo de futebol sem prestar atenção ao trânsito.
Outro estudo, este do Departamento de Segurança Viária nas Rodovias dos Estados Unidos, indica que distrações ao dirigir, incluindo uso de dispositivos móveis, aumentam em até três vezes o risco de se envolver em acidente.
Visando coibir o uso do telefone móvel ao volante, lei federal realizou alterações no CTB (Código de Trânsito Brasileiro), válidas a partir de amanhã. O valor da multa aplicada para quem for flagrado usando o celular (leia mais abaixo) passará de nível médio para gravíssimo (de R$ 85,13 para R$ 293,47).
Além do reajuste, o CTB incluiu o termo manipulação no artigo que diz respeito ao uso do celular no volante. Portanto, o motorista só poderá fazer uso do aparelho móvel durante a condução de veículos desde que não seja necessária a utilização das mãos.
“Os motoristas precisam entender que, mais do que o risco de levar multa, o uso do celular é o mesmo de se cruzar o farol vermelho e cometer outras infrações, que podem causar a morte de uma pessoa. É isso que a sociedade precisa colocar em mente”, avalia Figueira.
Punições de trânsito sofrem aumento terça-feira
As infrações de trânsito sofrerão reajuste a partir de amanhã. O aumento varia de 52% a 66% e será realizado com base em alteração no CTB (Código de Trânsito Brasileiro) feita por meio da lei federal 13.281/2016 e sancionada em maio pela então presidente Dilma Rousseff (PT).
Com a mudança, a infração considerada gravíssima, que antes gerava multa no valor de R$ 191,54, passará a custar R$ 293,47. Já as infrações consideradas graves serão ajustadas para R$ 195,23 (confira todos os valores ao lado).
Para especialistas ouvidos pelo Diário, a mudança, além de ser medida necessária para o equilíbrio do sistema econômico do País, também servirá para punir de forma mais rígida os motoristas que descumprirem as normas de trânsito.
Na avaliação do economista Agostinho Celso Pascalicchio, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, embora o reajuste seja compreensivo, a população não deve colocar o valor como principal questionamento no momento. “Não acho que a multa é alta ou elevada. Aliás, não podemos ver a mudança dessa forma. Deveríamos pensar que a punição está ali para evitar a má educação.”
Segundo Pascalicchio, o motorista brasileiro deveria ser mais consciente perante o assunto. “As pessoas precisam entender que são vidas que estão em jogo”, avalia.
Para o especialista em segurança no trânsito e engenheiro de tráfego e transportes Horácio Figueira, o reajuste dos valores pode contribuir para a redução do número de acidentes. “Não vai resolver o problema de mortes no sistema viário, mas pode ajudar. Na minha avaliação, o valor poderia ser muito maior. No caso da infração do uso do celular, ao invés de R$ 293, poderia ser de R$ 500 a R$ 1.000.”
Segundo o levantamento, os sete municípios da região registraram, em 2010, 5.105 autuações do tipo, contra 6.914 no mesmo período de 2015 (confira ao lado números por cidade). Neste ano, até julho, foram contabilizadas 4.099 infrações, o equivalente a 22 por dia.
Vale lembrar que o número deve ser ainda maior, tendo em vista que não estão sendo consideradas as autuações aplicadas por agentes de trânsito dos municípios.
Profissionais técnicos ouvidos pelo Diário destacam o índice baixo de multas contabilizadas. “É um número ridículo. Hoje em dia, se vocês faz uma fiscalização eficiente e aleatória nos semáforos e cruzamentos com sinalização de ‘pare’, com certeza, em um dia, você consegue autuar facilmente 4.000 motoristas. Se formos analisar esses números, teremos média de duas multas por dia em cada cidade, algo que não existe”, avalia especialista em segurança no trânsito e engenheiro de tráfego e transportes Horácio Figueira.
Para o coordenador do Observatório Paulista de Trânsito do Detran-SP, José Antonio Oka, o uso do equipamento eletrônico pode ser diretamente relacionado à origem de diversos acidentes no sistema viário do Estado. “O uso de celular comprovadamente diminui a atenção e os reflexos do motorista e, consequentemente, aumenta a possibilidade de acidentes. O trânsito requer atenção máxima.”
Segundo pesquisa do American Automobile Association Foundation for Traffic Safety, ao usar o celular, o motorista fica, em média, quatro segundos sem olhar para a via e isso, a 90km/h, é suficiente para percorrer espaço equivalente a um campo de futebol sem prestar atenção ao trânsito.
Outro estudo, este do Departamento de Segurança Viária nas Rodovias dos Estados Unidos, indica que distrações ao dirigir, incluindo uso de dispositivos móveis, aumentam em até três vezes o risco de se envolver em acidente.
Visando coibir o uso do telefone móvel ao volante, lei federal realizou alterações no CTB (Código de Trânsito Brasileiro), válidas a partir de amanhã. O valor da multa aplicada para quem for flagrado usando o celular (leia mais abaixo) passará de nível médio para gravíssimo (de R$ 85,13 para R$ 293,47).
Além do reajuste, o CTB incluiu o termo manipulação no artigo que diz respeito ao uso do celular no volante. Portanto, o motorista só poderá fazer uso do aparelho móvel durante a condução de veículos desde que não seja necessária a utilização das mãos.
“Os motoristas precisam entender que, mais do que o risco de levar multa, o uso do celular é o mesmo de se cruzar o farol vermelho e cometer outras infrações, que podem causar a morte de uma pessoa. É isso que a sociedade precisa colocar em mente”, avalia Figueira.
Punições de trânsito sofrem aumento terça-feira
As infrações de trânsito sofrerão reajuste a partir de amanhã. O aumento varia de 52% a 66% e será realizado com base em alteração no CTB (Código de Trânsito Brasileiro) feita por meio da lei federal 13.281/2016 e sancionada em maio pela então presidente Dilma Rousseff (PT).
Com a mudança, a infração considerada gravíssima, que antes gerava multa no valor de R$ 191,54, passará a custar R$ 293,47. Já as infrações consideradas graves serão ajustadas para R$ 195,23 (confira todos os valores ao lado).
Para especialistas ouvidos pelo Diário, a mudança, além de ser medida necessária para o equilíbrio do sistema econômico do País, também servirá para punir de forma mais rígida os motoristas que descumprirem as normas de trânsito.
Na avaliação do economista Agostinho Celso Pascalicchio, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, embora o reajuste seja compreensivo, a população não deve colocar o valor como principal questionamento no momento. “Não acho que a multa é alta ou elevada. Aliás, não podemos ver a mudança dessa forma. Deveríamos pensar que a punição está ali para evitar a má educação.”
Segundo Pascalicchio, o motorista brasileiro deveria ser mais consciente perante o assunto. “As pessoas precisam entender que são vidas que estão em jogo”, avalia.
Para o especialista em segurança no trânsito e engenheiro de tráfego e transportes Horácio Figueira, o reajuste dos valores pode contribuir para a redução do número de acidentes. “Não vai resolver o problema de mortes no sistema viário, mas pode ajudar. Na minha avaliação, o valor poderia ser muito maior. No caso da infração do uso do celular, ao invés de R$ 293, poderia ser de R$ 500 a R$ 1.000.”
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