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DATA DA PUBLICAÇÃO 20/07/2012 | Saúde e Ciência
Mulher que faz cirurgia bariátrica tem bebê mais magro, diz estudo em SP
Pesquisa foi feita com 35 ex-obesas que deram à luz antes do tempo.

Quase 90% dos partos foram por cesariana, e causa pode ser física.

Um levantamento feito pela Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo com 35 mulheres de 24 a 39 anos que fizeram cirurgia bariátrica e depois tiveram filho prematuramente revela que metade dos bebês nasceu abaixo do peso.

Segundo a endocrinologista Josefina Matielli, que não participou do estudo, mas é especialista no assunto, isso pode ocorrer por um déficit de vitaminas da mãe.

Após a operação, é preciso fazer suplementação de vitaminas e minerais, principalmente se o procedimento for do tipo gastroplastia com derivação intestinal (bypass), o mais realizado no mundo, em que o estômago é cortado, a parte menor vira o "novo" órgão e a maior é conectada ao intestino, formando um Y.

"A grávida deve fazer exames a cada 30 dias, como hemograma, ferritina, proteínas e vitaminas, para ver se está tudo bem. Também tem que passar por uma orientação dietética. De toda maneira, essa é uma gestação de menor risco que a de uma paciente com obesidade mórbida", diz.

Segundo a experiência da endocrinologista com mulheres nessa situação, a maioria tem filhos com peso médio de 2,950 kg e altura de 48 cm. Ela diz que um bebê com 2,7 kg a 3,5 é considerado saudável. E não concorda que a cirurgia favoreça um parto antes do tempo. Além disso, bebês que nascem prematuramente por vários fatores tendem mesmo a nascer mais magros.

A pesquisa indicou também que quase 90% dos partos foram por cesariana. De acordo com a médica, a opção pela cesárea pode ser uma consequência física da musculatura abdominal da mulher, que tende a ficar mais flácida após uma grande perda de peso.
De toda maneira, essa é uma gestação de menor risco que a de uma paciente com obesidade mórbida"
Josefina Matielli,
endocrinologista

"Se a paciente tiver que fazer muita força e demorar para parir, pode faltar oxigenação ao bebê no canal vaginal", explica a médica. Uma situação extrema como essa pode ser responsável por uma paralisia cerebral no recém-nascido, por exemplo.

O cirurgião do aparelho digestivo Arthur Garrido complementa: "Muitos obstetras e as mulheres em geral, não só as operadas, insistem na cesárea, por uma questão de comodidade e previsibilidade", afirma.

Ainda de acordo com o levantamento paulista, feito em parceria com a Universidade Católica de Santos, 14% das crianças tiveram problemas após o nascimento, como dificuldades respiratórias, infecções ou até a necessidade de serem reanimadas na hora do parto.

De acordo com Josefina, essas intercorrências não são comuns. Já no caso de malformação, por exemplo, pode ser por causa da idade da mãe, não da bariátrica. Por outro lado, mulheres que comem muito doce durante a gestação podem ter bebês com hipoglicemia, ou seja, baixo nível de açúcar no sangue.

"Isso acontece porque o pâncreas deles se acostuma a receber muita glicose na barriga da mãe e, quando nascem, deixam de receber tanto doce. Aí a taxa cai, e alguns vão até para a UTI", destaca.
Bariátrica 2 (Foto: Arte/G1)

Tempo de espera
A endocrinologista alerta que, após uma redução de estômago, a mulher deve aguardar pelo menos um ano para engravidar, no caso do bypass. Para os outros procedimentos, são recomendados dois anos. E quem não operou, mas usa um balão intragástrico, não pode ficar grávida.

"Nesse período, a paciente ainda não aprendeu a se alimentar direito. Se estiver esperando uma criança, vai ter que se esforçar ainda mais para nutrir ela e o bebê", explica.

Algumas mulheres, no entanto, engravidam antes do previsto, já que a redução da gordura corporal costuma restabelecer os níveis de fertilidade.
Muitos obstetras e as mulheres em geral, não só as operadas, insistem na cesárea, por uma questão de comodidade e previsibilidade"
Arthur Garrido,
cirurgião do aparelho digestivo

Na pesquisa citada, 74% das entrevistadas engravidaram após um ano da operação e 28%, antes disso.

Quanto à amamentação, 68% das mães desistiram antes dos seis meses recomendados como nutrição exclusiva pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e 43% só levaram o aleitamento adiante por dois meses.

Segundo Josefina, algumas pacientes operadas têm muito leite, outras não, mas nada que já não ocorra na população geral.

Em todos os casos, a médica indica um acompanhamento adequado, com um obstetra, endocrinologista e clínico geral com conhecimento em cirurgia bariátrica.

Quem pode operar?
A indicação da redução de estômago é feita quando o índice de massa corporal (IMC, ou seja, a razão entre o peso e a altura ao quadrado) é maior de 40 em pessoas com mais de 18 anos.

A bariátrica também pode ser realizada por pacientes que estiverem com IMC entre 35 e 40 e apresentarem diabetes, hipertensão, apneia do sono ou hérnia de disco, entre outras doenças associadas.

Por Luna D'Alama Do G1, em São Paulo
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