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DATA DA PUBLICAÇÃO 27/12/2007 | Turismo
Muito além do mar
Falar em São Sebastião é falar em praia, certo? Bem, hoje pode-se dizer que o mar já não é mais unanimidade na cidade.

Ao fundo do canal de São Sebastião, que divide naturalmente a cidade do município de Ilhabela, a serra recoberta de Mata Atlântica esconde 260 metros acima ruínas de uma secular fazenda clandestina de escravos.

São 3.500 metros quadrados de área construída e cerca de 200 anos de história em meio à Serra do Dom. O atrativo, atípico para uma cidade litorânea, é opção para quem literalmente deseja ir além do mar e fazer um breve retorno à história do Brasil das Capitanias.

É preciso fôlego e pique para chegar ao sítio arqueológico, considerado patrimônio da União. São pelo menos 40 minutos de caminhada por uma trilha íngreme em meio à mata. Mas vale a pena.

O espaço vem sendo estudado por arqueólogos. O que se sabe é que no local, chamado de São Francisco, os negros produziam açúcar, derivados da cana e, provavelmente, telhas de barro. Em épocas menos remotas acredita-se que houve também cultivo de café no extenso terreiro de pedra construído no ambiente.

Da antiga fazenda ainda restaram colunas, paredes, escadarias em pedra, terraços com floreiras, muros de contenção ornados com figuras, arcos, canaletas em pedra, um oratório, fornos e aquedutos que se estendem por cerca de 1.000 metros serra acima e captavam água para o local.

A posição estratégica dentro da mata e os caminhos existentes, alguns com rota de ligação ao Vale do Paraíba, sugerem que o Sítio São Francisco esteve associado ao contrabando de escravos.

Os estudiosos já recuperaram cerca de 20 mil fragmentos de objetos dos séculos 18 e 19, que revelam as atividades e o estilo de vida dos que ali viveram.

São restos de faianças, vidros, metal, grés, cerâmica e até mesmo ossos de peixes, porcos e lagartos – ainda encontrados na região –, que mostram os hábitos alimentares de senhores e escravos.

A forte presença feminina é inegável na fazenda. É expressiva a quantidade de dedais, tesouras, colchetes e botões localizados no local.

África - Se por um lado os padrões decorativos das louças encontradas – a maioria de origem inglesa – revelam a riqueza do proprietário da fazenda, por outro a ornamentação das cerâmicas feitas pelos escravos resgatam padrões culturais africanos.

A decoração destes utensílios, e de um sem-número de cachimbos de barro ali encontrados, está provavelmente associada à decoração corporal do negro escravo e remete às manifestações culturais de diversos grupos.

Obrigados a abandonar seus ritos em nome do catolicismo, muitos acreditavam que servir o alimento aos senhores nas cumbucas decoradas era simultaneamente uma forma disfarçada de se fazer uma oferenda aos deuses.

Tradição - Com mais de 20 técnicas para a confecção das panelas de barro e outras peças, a tradição desse artesanato mantém-se viva em São Sebastião, principalmente por conta da Cooperartess (Cooperativa de Artesanato de São Sebastião).

Lá as paneleiras resgatam o trabalho feito pelos índios, mais tarde aprendido pelos escravos. Até o século passado, o município era considerado um dos maiores produtores de cerâmica do País. (A jornalista viajou a convite da Prefeitura de São Sebastião)

Como chegar
De carro
1 -
Pegar o sistema Anchieta/Imigrantes. Ao final da serra seguir pela SP-55, conhecida como rodovia Caiçara (antiga Piaçaguera e atual Cônego Domênico Rangone) em direção ao Guarujá. No km 248, onde há um semáforo, virar à esquerda e seguir até o centro de São Sebastião, passando pelas praias mencionadas acima, localizadas na Costa Sul.

2 - Pegar a rodovia Ayrton Senna e, na altura do Km 46, à direita, seguir pela via Mogi-Dutra até a cidade de Mogi das Cruzes, de onde o motorista deve ir para o município de Bertioga pela rodovia Mogi-Bertioga. Existe placas indicativas em Mogi das Cruzes. Já no litoral, próximo ao Posto da Polícia Rodoviária, o condutor deve entrar no segundo acesso, logo depois do viaduto, para pegar a rodovia Rio-Santos em direção a São Sebastião. Deste ponto até o Centro de São Sebastião há mais ou menos 85 quilômetros. Por este caminho chega-se às praias de Juquehy, Cambury, Boiçucanga e Maresias, entre outras localizadas na Costa Sul do município.

3 - Pegar a rodovia Ayrton Senna (antiga Trabalhadores) e seguir pela Carvalho Pinto, que é a continuação, até São José dos Campos, altura do Km 96, e entrar para a SP-99 (Rod. dos Tamoios). No local, há placas de Caraguatatuba, São Sebastião e Ubatuba. Descer a serra e em Caraguatatuba, no final da rodovia SP-99, virar à direita e seguir em direção a São Sebastião pela Rio-Santos (SP-55 ou BR-101). Por este caminho chega-se ao Centro de São Sebastião pelo extremo norte do município.

De ônibus
A Viação Litorânea disponibiliza passagens de ônibus a R$ 72,40 (ida e volta). Os veículos partem do Terminal Rodoviário Tietê. Informações: 6221-0244.

Onde ficar
Pousada da Sesmaria

A diário por casal sai por R$ 180. A hospedagem inclui café-da-manhã e café da tarde.
Endereço: Rua São Gonçalo, 190 - Centro.
Tel.: (0xx12) 3892-2347.
Site: www.pousadadasesmaria.com.br

Maresias Beach
A diário por casal sai por R$ 420. A hospedagem inclui café-da-manhã e jantar.
Endereço: Av. Francisco Loup, 1.109 - Maresias.
Tel.: (0xx12) 3891-7500.
Site: www.maresiashotel.com.br

Pousada Canto Verde
A diário por casal sai por R$ 180. A hospedagem inclui café-da-manhã e serviço de quarto.
Endereço: Av. Francisco Loup, 1.109 -. Maresias.
Tel.: (0xx12) 3891-7500.
Site: www.pousadacantoverde.com.br

Passeios
Caiaque
Duração:
3 horas
Preço: R$ 55 por pessoa
As saídas dependem de agendamento prévio e são feitas com grupos de no mínimo duas pessoas, acompanhadas de um monitor. O passeio inclui seguro, água mineral, barra de cereais e toalha.

Aulas
Surfe –
Crianças e adolescentes
Duração: 1 hora
Preço: R$ 55 por pessoa
Adultos: a partir de 21 anos
Duração: 1 hora
Preço: R$ 70 por pessoa
Informações: operadora de passeio turísticos Geeen Way (www.greenway.com.br ou (0xx12) 3891-1075.
Cooperartess
Endereço: Rua Martins do Val, nº 5 - Bairro São Francisco
Telefone: (0xx12) 3862-2141
Dias e horário de funcionamento: segunda a sexta-feira, das 9h às 18h. Sábado e domingo, das 10h às 20h.

Dos índios aos turistas

Foi no dia do santo que a expedição de Américo Vespúcio finalmente alcançou São Sebastião, em 20 de janeiro 1502.

Antes da ocupação portuguesa, viviam na cidade os índios Tupinambás e os Tupiniquins, sendo que a praia de Boiçucanga, uma das 30 que compõem toda orla, dividia os território das duas tribos.

Uma porção de terra foi doada ao ‘santo padroeiro’ para que se construísse a primeira capela que foi elevada à matriz. O povoado foi todo formado no entorno da igreja, que além do caráter religioso exercia forte papel político.

A vocação da cidade era a lida com a cana-de-açúcar. São Sebastião foi elevada à vila mais de 100 anos após sua ocupação pelos europeus. Nesse período foram erguidas importantes edificações como a Casa da Câmara e Cadeia.

Por conta do tráfego intenso de navios mercantes, a vila era alvo constante de piratas e seus corsários. Ainda hoje é possível avistar os canhões pela orla que protegiam São Sebastião dos invasores.

Com a abolição da escravatura e a construção da ferrovia Santos-Jundiaí, a economia sebastianense entrou em declínio. Os caiçaras passaram a viver da agricultura de subsistência pelo cultivo de mandioca, milho e feijão, além da pesca artesanal.

Na década de 1960, a cidade passou a abrigar o terminal marítimo da Petrobrás, responsável por boa parte da receita do município. Dez anos depois, com a abertura da rodovia Rio-Santos, São Sebastião foi finalmente descoberto como destino turístico.

Reforma - Em Boiçucanga, a capela de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, que fica no centro da vila de pescadores, passará por reformas em breve. A prefeitura constatou insetos que atingem a madeira do telhado.

Por Ísis Mastromano Correia - Diário Online / Enviada a São Sebastião
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