DATA DA PUBLICAÇÃO 02/10/2009 | Educação
Mudança no Enem aumentará abstenção
O adiamento do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), anunciado ontem por causa de suspeita de fraude, pode aumentar o índice de abstenção dos candidatos. Alunos disseram que caso a nova data coincida com os vestibulares das universidades estaduais, eles desistirão de fazer o exame. O Enem, que reunirá cerca de 4 milhões de alunos - 79.598 do Grande ABC - aconteceria amanhã e domingo.
A expectativa do MEC (Ministério da Educação) é de que a prova ocorra na primeira quinzena de novembro. O cancelamento foi decidido ontem, depois que o jornal O Estado de S. Paulo procurou o ministro com a informação de que dois homens tinham uma versão impressa do Enem e gostariam de vendê-la ao jornal por R$ 500 mil.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que não havia outra opção a não ser cancelar o exame. "Remeti ofício pedindo à Polícia Federal rigor e agilidade na investigação. O MEC está à disposição para fazer o rastreamento. Agradeço o jornal pela conduta que teve porque corríamos o risco de aplicar o Enem e ter de cancelá-lo depois."
A mudança preocupa quem está com os domingos de novembro reservados para vestibulares, de olho nas vagas das universidades públicas. "Estava preparado para fazer a prova neste fim de semana. Espero que o Enem não trombe com nenhuma outra data, mas se isso ocorrer, vou optar pelo vestibular", disse Guilherme Martins Nascimento, 17 anos, que vai prestar Engenharia Civil na Unicamp (Universidade de Campinas), Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e USP (Universidade de São Paulo).
Candidata a vaga em Arquitetura, Carolina Carvalho, 17, compartilha a opinião. "Entendo a situação do MEC, mas isso nos atrapalhou. Estou apreensiva com a possibilidade das datas coincidirem, mas optarei pelo vestibular."
A nova data não deve afetar os calendários das universidades da região. A UFABC (Universidade Federal do ABC) informou que com a mudança, a divulgação da seleção deve atrasar, no máximo, 15 dias. A Unifesp, que tem campus em Diadema, também não prevê alteração no cronograma.
A USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) informou que só aproveitará o Enem caso o Inep divulgue os resultados até o dia do vestibular (13 de dezembro). A Umesp (Universidade Metodista de São Paulo) e a Fundação Santo André não previam utilizar o Enem 2009 no processo de seleção.
Secretário Paulo Renato aponta problemas de logística
O secretário estadual de Educação, Paulo Renato de Souza, lamentou ontem o vazamento das informações, e apontou problemas de logística na aplicação do Enem.
"A lista com as escolas onde seriam realizadas as provas só chegou na segunda-feira. Precisava dela para que pudéssemos supervisionar aspectos de segurança e transporte. Pedi ao prefeito (de São Paulo, Gilberto Kassab - DEM) que aumentasse as linhas de ônibus e falei com o governador (José Serra - PSDB) sobre a segurança. Mas foi iniciativa nossa."
Paulo Renato, criador do exame, criticou o fato de a prova ser marcada para outubro. "Passaram uma prova de raciocínio para outra com caráter de vestibulão. Deveria ter sido em agosto (como ocorreu nos anos anteriores), foi tudo atropelado. Além disso, a empresa que ganhou a licitação nunca havia feito esse trabalho. Houve uma série de descontroles, não foi apenas o vazamento."
Procurado para responder às críticas, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), organizador da prova, não se manifestou.
A expectativa do MEC (Ministério da Educação) é de que a prova ocorra na primeira quinzena de novembro. O cancelamento foi decidido ontem, depois que o jornal O Estado de S. Paulo procurou o ministro com a informação de que dois homens tinham uma versão impressa do Enem e gostariam de vendê-la ao jornal por R$ 500 mil.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que não havia outra opção a não ser cancelar o exame. "Remeti ofício pedindo à Polícia Federal rigor e agilidade na investigação. O MEC está à disposição para fazer o rastreamento. Agradeço o jornal pela conduta que teve porque corríamos o risco de aplicar o Enem e ter de cancelá-lo depois."
A mudança preocupa quem está com os domingos de novembro reservados para vestibulares, de olho nas vagas das universidades públicas. "Estava preparado para fazer a prova neste fim de semana. Espero que o Enem não trombe com nenhuma outra data, mas se isso ocorrer, vou optar pelo vestibular", disse Guilherme Martins Nascimento, 17 anos, que vai prestar Engenharia Civil na Unicamp (Universidade de Campinas), Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e USP (Universidade de São Paulo).
Candidata a vaga em Arquitetura, Carolina Carvalho, 17, compartilha a opinião. "Entendo a situação do MEC, mas isso nos atrapalhou. Estou apreensiva com a possibilidade das datas coincidirem, mas optarei pelo vestibular."
A nova data não deve afetar os calendários das universidades da região. A UFABC (Universidade Federal do ABC) informou que com a mudança, a divulgação da seleção deve atrasar, no máximo, 15 dias. A Unifesp, que tem campus em Diadema, também não prevê alteração no cronograma.
A USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) informou que só aproveitará o Enem caso o Inep divulgue os resultados até o dia do vestibular (13 de dezembro). A Umesp (Universidade Metodista de São Paulo) e a Fundação Santo André não previam utilizar o Enem 2009 no processo de seleção.
Secretário Paulo Renato aponta problemas de logística
O secretário estadual de Educação, Paulo Renato de Souza, lamentou ontem o vazamento das informações, e apontou problemas de logística na aplicação do Enem.
"A lista com as escolas onde seriam realizadas as provas só chegou na segunda-feira. Precisava dela para que pudéssemos supervisionar aspectos de segurança e transporte. Pedi ao prefeito (de São Paulo, Gilberto Kassab - DEM) que aumentasse as linhas de ônibus e falei com o governador (José Serra - PSDB) sobre a segurança. Mas foi iniciativa nossa."
Paulo Renato, criador do exame, criticou o fato de a prova ser marcada para outubro. "Passaram uma prova de raciocínio para outra com caráter de vestibulão. Deveria ter sido em agosto (como ocorreu nos anos anteriores), foi tudo atropelado. Além disso, a empresa que ganhou a licitação nunca havia feito esse trabalho. Houve uma série de descontroles, não foi apenas o vazamento."
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