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DATA DA PUBLICAÇÃO 02/08/2013 | Setecidades
MTST terá 60 dias para desocupar terreno
Após incêndio que causou a morte de um jovem e destruiu oito barracos no acampamento do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) no Jardim do Estádio, em Santo André, o prefeito Carlos Grana (PT) garantiu que em até 60 dias irá remover as famílias e pagar auxílio-aluguel para 209 delas. Entretanto, o número de moradias no local ultrapassa as 400.

Segundo o chefe do Executivo, parceria com o governo do Estado possibilitará o pagamento do benefício de R$ 465 mensais. “Foi acordado que o Estado bancará metade do valor e a Prefeitura, a outra metade. No prazo de 60 dias esperamos que essas pessoas sejam removidas, cadastradas e recebam o aluguel social.”

O prefeito avalia que a solução é temporária. O município possui projeto para construção de 1.000 unidades habitacionais e afirma que desde janeiro negocia com o proprietário do terreno ocupado, com a Caixa Econômica Federal e com representantes do MTST uma alternativa habitacional definitiva, por meio do Programa Minha Casa Minha Vida.

Sobre o número de famílias beneficiadas, o secretário de Gabinete, Tiago Nogueira, diz que as 209 são as que realmente precisam do auxílio. “As demais tem para onde ir. Das 1.000 unidades que negociamos com o governo federal, metade serão para o MTST.”

Na noite de quarta-feira, o acampamento foi atingido por incêndio que causou a morte do ajudante de serviços gerais Mário Henrique Nunes Costa. Conforme a família da vítima, ele tinha 19 anos e não era portador da síndrome de Down, conforme disseram vizinhos à equipe do Diário.

A suspeita de que Mário teria cochilado com o fogão ligado e, com isso, provocado o incêndio, também é negada pelos familiares. “Ele não tinha fogão em casa, só geladeira. O Mário vivia na casa da mãe, só ia para o barraco dormir, que era para evitar que fosse invadido”, disse o primo da vítima, o encanador Murilo Nunes Cana Verde, 24.

Segundo moradores, ninguém sabia que havia alguém dentro do barraco. “Não escutamos grito algum. Me sinto culpada de não ter ajudado e estou com medo de ficar lá”, afirmou a dona de casa Viviane Santoro Alves, 26, vizinha de Costa e uma das pessoas que teve o barraco destruído. “Deu para recuperar algumas coisas, como documentos e roupinhas do meu filho.”

O soldador Domingos Luiz Teixeira, 47, foi um dos moradores que ajudou a controlar o incêndio, iniciado por volta das 22h30. “Derrubamos barracos um em cima do outro para evitar que o fogo se alastrasse. A gente não imaginava que tinha alguém dentro.”

O cenário no local do incêndio na manhã de ontem era de destruição. Restos de madeira, geladeiras, fogões e sofás queimados traziam à tona a lembrança dos momentos de terror vividos pelos moradores.

A cuidadora de idosos, Josineide Conceição da Silva, 38, se emocionou ao presenciar a destruição. “Fiquei sabendo do incêndio porque minha irmã me telefonou. Vou trabalhar e meus três filhos ficam em casa. Isso poderia ter acontecido comigo, só Deus sabe o que passamos aqui.” Segundo os moradores, este é o terceiro incêndio desde que a área foi ocupada, em março de 2012.

O delegado titular do 6º DP de Santo André, Marcos Alexandre Cattani, informou que será instaurado inquérito para apurar se a morte de Mário foi fatalidade ou criminosa. O resultado da perícia deve sair em 30 dias.

Vítima vivia sozinha no barraco consumido pelas chamas

Dezenas de pessoas compareceram ao enterro do ajudante de serviços gerais Mário Henrique Nunes Costa, 19 anos. Todos os familiares e amigos estavam muito abalados com a morte.

Mário tinha mais quatro irmãos, morava sozinho no acampamento há cerca de quatro meses e tinha a irmã como vizinha. “Nunca imaginei que perderia meu filho assim. Uma hora antes disso tudo acontecer ele estava jantando comigo em casa. Não faço ideia do que pode ter acontecido, de como o fogo começou”, desabafou a mãe do rapaz, a faxineira Milena Nunes.

Uma das características mais marcantes do jovem, para a família, era seu gosto por forró. “Ele era muito tranquilo, nunca ouvi falar que fazia qualquer tipo de coisa errada. Não se podia dizer que ia ter um forró que ele logo dava um jeito de ir”, lembrou o padrasto Agnaldo dos Santos.

Por Thaís Moraes - Diário do Grande ABC
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