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DATA DA PUBLICAÇÃO 20/04/2008 | Setecidades
Moradores se mobilizam para acabar com bagunça na Figueiras
Imagine uma região onde, ao chegar em casa, os moradores precisem desviar de uma pilha de garrafas de cerveja vazias, carros com o som no último volume e jovens embriagados. Soa como um absurdo, mas esta é a rotina dos moradores da Rua das Figueiras, no bairro Jardim, em Santo André, uma das regiões mais nobres do Grande ABC.

Além de zona residencial, a via é conhecida por ser um dos principais pontos de encontro noturno do município. Mas, na opinião de alguns moradores do local, a bagunça extrapolou todos os limites nos últimos anos.

O técnico em operações petroquímicas Edmundo Guedes Magalhães Junior, 57 anos, é um dos que já cansaram da bagunça. “Já vi de consumo de drogas a sexo explícito. Na porta da minha casa, já acudi menores de idade desmaiados por causa do consumo excessivo de álcool”, afirmou.

Pela manhã, os comerciantes é que sofrem. A bagunça deixada na noite anterior não tem limites. A responsável por uma banca de revistas na rua, Ana Paula Jesus, 19, afirmou sofrer todos os dias para abrir o estabelecimento. “Eles ficam na rua e, como não têm banheiro, usam a banca mesmo. O mau cheiro é terrível”, disse.

Para ela, os catadores também causam bastante tumulto. “De manhã, os bares colocam seus lixos para fora. Eles reviram tudo para buscar as latas de alumínio. O problema é que eles espalham todo o resto do saco no chão.”

Causadores - Para Fernando Faria, 30, professor de uma escola de inglês na rua, o grande problema não são os freqüentadores dos diversos bares e restaurantes existentes na Figueiras, mas sim as pessoas que ficam nas calçadas. “É a molecada que faz bagunça. Quem está dentro dos bares não cria problemas.”

O movimento começa cedo. “Por volta das 22h, isso aqui já está lotado. Já perdi a conta de quantas vezes eles quebraram estes cestos de lixo públicos”, declarou Faria.

Quem concorda com a opinião do professor são os donos dos bares da rua. “Já tive de fechar a porta do meu estabelecimento diversas vezes para proteger meus clientes das brigas que acontecem do lado de fora”, disse o dono de um dos bares, João Maria Medeiros Bezerra. “O trânsito fica preso porque eles colocam o carro na rua mesmo, mas nós temos serviço de manobrista.”

Reivindicação - Preocupados com a situação, os moradores têm se reunido com a Prefeitura na tentativa de solucionar o problema. Para Magalhães Junior, a cada reunião, surge uma melhoria. “Mas vamos continuar em cima. Aquilo está uma balbúrdia”, afirmou.

Freqüentadores reclamam das mudanças

Os freqüentadores da Rua das Figueiras não aprovaram as ações da Prefeitura. Principalmente a proibição do estacionamento de carros.

Sentindo-se prejudicados, eles reclamam do alto preço dos estacionamentos locais. Para a assistente de vendas Fabiana Cristina de Lima, 28 anos, as pessoas deixam os automóveis na rua porque o estacionamento é muito caro. “Às vezes, eles também estacionam o carro nas ruas”, afirmou. “Eles vão ter de criar uns 20 estacionamentos para solucionar o caso”, completou.

Para a assistente de importações Juliana Soares Rego, 23, as ações da Prefeitura irão diminuir o movimento da Rua das Figueiras. “Eles estão dificultando o acesso das pessoas”, disse a jovem, que freqüenta os bares da via todos os fins de semana.

Quem comemorou a mudança foram os donos de estacionamentos nos arredores. “O pessoal vai procurar mais meu estabelecimento”, disse o responsável por um espaço na Alameda São Caetano, Wilson Bissaco Junior. Mas ele também espera que a situação da rua melhore. “À noite não dá para andar com o carro.”

Administração realizou força-tarefa

Os moradores têm se reunido freqüentemente com vereadores e representantes da Prefeitura que, desde então, vêm realizando diversas ações com o objetivo de melhorar, entre outras coisas, a fluidez da via.

Uma força-tarefa foi realizada em março e incluiu, entre outras ações, a fiscalização do nível do som produzido pelos estabelecimentos, da venda de bebidas a menores de idade e o controle do trânsito.

Um estabelecimento localizado na Rua das Monções, uma travessa da Figueiras, foi fechado por estar com alvará irregular. Nenhuma casa foi multada em razão das medições sonoras.

Em seis fins de semana, foram realizadas 3.460 autuações, a maioria referente a pessoas sem o cinto de segurança ou falando ao celular enquanto dirigiam.

Outra ação da Prefeitura foi a proibição do estacionamento de veículos na via. As multas começarão a ser aplicadas no dia 1º de maio.

Localizado - Sobre o assunto, o prefeito João Avamileno (PT) disse que as ações da Prefeitura não têm relação com os planos de melhoria do trânsito na cidade. Seriam iniciativas localizadas para tentar sanar o transtorno que a população local está sofrendo. “Isso ocorre em virtude das disputas de racha, dos carros estacionados com som alto e do uso de drogas e de bebidas alcoólicas por menores”, disse. “Os donos dos bares estão a favor. Foi uma reivindicação deles”, declarou.

Por João Guimarães - Diário do Grande ABC
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