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DATA DA PUBLICAÇÃO 03/11/2015 | Setecidades
Moradores do ABCD lotam cemitérios no Dia de Finados
Moradores do ABCD lotam cemitérios no Dia de Finados Prefeituras do ABCD estimam que 150 mil visitantes vão passar pelos cemitérios municipais da Região. Foto: Amanda Perobelli
Prefeituras do ABCD estimam que 150 mil visitantes vão passar pelos cemitérios municipais da Região. Foto: Amanda Perobelli
Maioria dos visitantes é de idosos que mantêm tradição de visitar túmulos de familiares e amigos

Quando a saudade aperta não há dia ou lugar certo para recordar os entes queridos que morreram, mas nesta segunda-feira (02/11), Dia de Finados, a tradição manda que visitemos cemitérios para homenagear os que se foram. O costume nasceu no século 1 e se popularizou no século 10, quando a Igreja Católica dedicou um dia aos mortos. A partir de então, acender velas, levar flores ao cemitério e rezar em memória dos que faleceram virou costume. Na manhã desta segunda, os cemitérios do ABCD estavam cheios, principalmente de idosos, que são os que mais mantêm a tradição viva. A expectativa era que 150 mil visitantes passassem pelos cemitérios municipais da Região.

“Não se abandona os ossos dos nossos, só porque eles estão guardados. Não podemos esquecer aqueles que viveram e fizeram parte da nossa vida”, argumentou Maria Angelina, 81 anos, ao limpar o túmulo do filho no Cemitério da Saudade, Vila Assunção, em Santo André. Faz cinco anos que a aposentada tem o hábito de visitar o cemitério, ao menos, duas vezes por semana. “Meu filho era maravilhoso, então por que esquecê-lo?”, questionou. A filha Maria Emília M. Teixeira, 50 anos, e o neto Alessandro Teixeira, 20 anos, se revezam para levar a idosa ao cemitério. “Realmente não vemos pessoas jovens por aqui. É muito raro”, relatou Maria Emília.

Mais à frente estavam os aposentados Ângelo Bigliazzi, 80 anos, e Therezinha Serra Bigliazzi, 79 anos, que visitavam os túmulos dos pais, avós, tios e primos de Ângelo. “Meus pais eram italianos e tinha uma cultura muito religiosa. Minha mãe gostava muito de frequentar a missa e pregava o respeito ao próximo. Ao vir aqui sempre recordo os bons tempos”, destacou o aposentado. Do Cemitério da Saudade, o casal seguiria para o Cemitério da Vila Pires, também em Santo André, para Therezinha visitar os pais e um irmão. “Sempre visitamos nossos pais juntos”, destacou.

SÃO BERNARDO

No Cemitério da Vila Euclides, em São Bernardo, também havia muitos idosos, mas também uma quantidade maior de jovens visitantes, como a advogada Michele C. Passos, 34 anos, que estava com o marido e o filho visitando o túmulo dos pais. “Não venho sempre, mas em todas as datas comemorativas, como aniversário deles, Finados e Natal, eu venho para pensar nas lembranças boas que vivemos”, disse.

Já a cortadeira de tecido Clarice Ferrari, 59 anos, estava visitando o pai, o irmão mais novo e a mãe que faleceu há um mês. “Não gosto de vir aqui. Acho triste. Prefiro recordar em casa mesmo”, explicou. Apesar de não gostar, Clarice revelou que faz um esforço de ir ao cemitério, ao menos nas datas comemorativas, por causa da mãe. “Perdemos meu pai muito cedo, eu mesmo tinha cinco anos. Minha mãe gostava de vir aqui. Era nosso passeio. Então venho por ela”, comentou.

NEGÓCIO

Muitos veem nos cemitérios uma forma de ganhar a vida. É o caso das jovens Nathália dos Santos da Silva, 15 anos, e Thayna Cristina dos Santos, 20 anos, que lavam túmulos em Santo André. Munidas de baldes, vassouras, rodos e panos, elas oferecem aos visitantes o serviço. “Faço esse trabalho desde os 7 anos, minha mãe e tias já faziam isso, então para mim é algo natural”, explicou Thayna. O valor do trabalho varia conforme o estado do túmulo. “Cobramos cerca de R$ 20 a R$ 25, mas tem gente que paga mais por conta própria”, afirmou Nathália.

Além das datas comemorativas, as meninas têm clientes fixos que pagam mensalmente para que os túmulos dos familiares fiquem limpos. “Eu venho no cemitério duas vezes por semana para limpar”, revelou Nathália. A quantidade de túmulos por dia varia conforme o número de visitantes. “Ontem (01/11) lavamos dois túmulos o dia inteiro. Hoje (02/11), até as 11h30, já lavamos quatro”, afirmou Thayla.

O grande movimento nos cemitérios também contribuiu para que o comércio de flores ficasse em alta. “O movimento está acima do esperado e melhor do que ano passado, o que nos pegou de surpresa”, revelou Gabriela Carrera Barros, 29 anos, proprietária de uma floricultura em frente ao Cemitério da Saudade, em Santo André.

Por conta da crise financeira e do tempo chuvoso, até domingo (01/11), a expectativa do setor era de vendas baixas. “Acho que o fato de o tempo ter ficado firme nessa manhã colaborou nos bons resultados”, destacou. Os vasos de flores mais econômicos variavam entre R$ 6 e R$ 10.

Por Claudia Mayara - ABCD Maior
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