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DATA DA PUBLICAÇÃO 03/11/2008 | Setecidades
Missas e protesto marcam Finados na região
O Dia de Finados foi marcado por dor, missas e protesto na região. Os cemitérios receberam muitas visitas, principalmente no período da manhã, quando a maioria das famílias aproveitou o bom tempo para levar flores, acender velas e rezar para entes queridos. Nos cemitérios também foram celebradas missas durante todo o dia.

O túmulo da jovem Eloa Cristina Pimentel da Silva,no Cemitério Santo André, foi um dos mais visitados. Havia muitos curiosos deixando mensagens de paz. "Vim para homenagear meus avós, que estão enterrados aqui, e resolvi parar para rezar pela Eloa. Também tenho uma filha adolescente e fiquei muito emocionada", afirmou a analista de importação e moradora de Santo André Margarete Zambianco.

A menina Isabela, 10 anos, acompanhada pela tia, também deixou sua solidariedade. "Não achei certo tudo isso", disse.

Em frente ao túmulo de Eloa, o radialista Hélio Sécio - que também teve o filho assassinado, há 11 anos - aproveitou para protestar. "Trouxe minha solidariedade e minha indignação em relação à impunidade neste País. Meu filho foi morto, o assassino cumpriu apenas seis anos de prisão e foi solto em seguida."

Outro jazigo bastante visitado foi o da garota Vanilda Sanches Bébér - a quem são atribuídos milagres - no Cemitério da Saudade, na Vila Assunção, em Santo André. Assim como Eloa, ela faleceu ao 15 anos. "Todo Dia de Finados trago flores para minha família e também para a Vanilda", afirmou a psicóloga Yone Santiago.

No Cemitério do Curuçá, em Santo André, um casal de idosos chamou a atenção. José Henrique Ferreira, 74 anos, e Maria José Ferreira, 63 - que andava com auxílio de uma bengala - enfrentaram um ônibus, um trólebus e ainda o risco de pegar chuva só para homenagear os amigos já falecidos. "Relembrar tudo de bom que já vivi com estas pessoas: esta é a importância desse dia", disse o aposentado.

Maria, por sua vez, não perdeu o bom humor. "Todo ano fazemos orações para os mortos. Enquanto estivermos vivos, vamos rezar. Depois, outros virão para orar por nós", disse, sorrindo.

O mausoléu do ex-prefeito de São Caetano, Luiz Olinto Tortorello, no Cemitério das Lágrimas, também recebeu flores. Mas a chuva e a ventania diminuíram o número de visitantes durante o período da tarde.

A falta de movimento foi sentida, principalmente pelos comerciantes do Cemitério das Lágrimas. "No ano passado já tinha vendido metade dos algodões-doces logo no início da tarde", disse o vendedor Oswaldo Seyffert, 77, com o suporte cheio do doce.

O vendedor de cocadas Alexandre dos Santos também sentiu o prejuízo da chuva. "Costumo vender 150 por dia. Mas, até agora, não consegui vender muitas", observou.

No Cemitério da Vila Euclides, em São Bernardo, um coveiro recebeu uma missão especial neste Dia de Finados: apagar velas. Geraldo Santos, 59, passou o dia com a mangueira do lado, pronto para combater as chamas.

Muitas pessoas passaram pelo cemitério e aproveitaram para acender velas, que se juntavam umas às outras, gerando chamas mais intensas. Era nessa hora que o coveiro, muito habilidoso, entrava em ação. "Durante a tarde, uma senhora não viu que o fogo atingiu a barra da calça dela. Mas eu vi. E antes que pudesse se machucar, já corri para apagar as chamas", disse, satisfeito.

Em São Paulo, um túmulo bastante visitado foi o da menina Isabella Nardoni, morta em março deste ano, depois de ser jogada do 6º andar de um prédio na Zona Norte da Capital. Só a missa campal reuniu 1.500 pessoas. Amparada pelo olhar carinhoso da enteada Gabriela, 3 anos, Ana Carolina Oliveira visitou a sepultura da filha - enfeitada com flores, velas, brinquedos e doces.

Por Raquel de Medeiros - Diário do Grande ABC / Foto: Jô Rabelo
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