DATA DA PUBLICAÇÃO 28/12/2008 | Política
Ministério da Educação tinha manual de espionagem
Para facilitar a repressão a seus adversários, manuais secretos da ditadura militar ensinavam o passo-a-passo para a atuação e infiltração de seus agentes de informação.
A preocupação em vigiar e barrar os passos dos opositores do regime era tão intensa que esse tipo de material chegou a ser editado, na década de 1970, até mesmo por órgãos que, por suas finalidades, não deveriam cuidar desse tipo de assunto.
Foi o caso do então MEC (Ministério da Educação e Cultura) - hoje desmembrado em duas Pastas distintas -, que publicou, em 1970, um Manual de Segurança e Informações. O documento tem 75 páginas, é classificado como reservado, e está guardado no Arquivo Nacional, em Brasília.
O material parece uma cartilha do SNI (Serviço Nacional de Informações), principal órgão de inteligência da ditadura. Oferece instruções anormais para uma publicação do Ministério da Educação e acaba servindo como testemunho formal da existência de técnicas violentas de interrogatório.
"Se hoje, nos países democráticos, a psicologia prática, aliada à sagacidade e à experiência dos inquiridores, tem dado ótimos resultados, os métodos violentos e brutais ainda são utilizados por algumas organizações, não obstante a sua total ilegalidade e pequena eficiência", descreve o manual, na sua página 17.
Chega a admitir que "por mais democrático que seja o interrogatório, será sempre um ato de coação psicológica, visto o interrogado encontrar-se em situação de inferioridade em relação ao inquiridor".
O manual ensina como um agente deve fazer buscas, inclusive clandestinas, alertando para as conseqüências de um fracasso. "Convém assinalar que uma busca clandestina mal-sucedida poderá conduzir ao ridículo um órgão e até mesmo um serviço de informações", previne o documento.
A preocupação em vigiar e barrar os passos dos opositores do regime era tão intensa que esse tipo de material chegou a ser editado, na década de 1970, até mesmo por órgãos que, por suas finalidades, não deveriam cuidar desse tipo de assunto.
Foi o caso do então MEC (Ministério da Educação e Cultura) - hoje desmembrado em duas Pastas distintas -, que publicou, em 1970, um Manual de Segurança e Informações. O documento tem 75 páginas, é classificado como reservado, e está guardado no Arquivo Nacional, em Brasília.
O material parece uma cartilha do SNI (Serviço Nacional de Informações), principal órgão de inteligência da ditadura. Oferece instruções anormais para uma publicação do Ministério da Educação e acaba servindo como testemunho formal da existência de técnicas violentas de interrogatório.
"Se hoje, nos países democráticos, a psicologia prática, aliada à sagacidade e à experiência dos inquiridores, tem dado ótimos resultados, os métodos violentos e brutais ainda são utilizados por algumas organizações, não obstante a sua total ilegalidade e pequena eficiência", descreve o manual, na sua página 17.
Chega a admitir que "por mais democrático que seja o interrogatório, será sempre um ato de coação psicológica, visto o interrogado encontrar-se em situação de inferioridade em relação ao inquiridor".
O manual ensina como um agente deve fazer buscas, inclusive clandestinas, alertando para as conseqüências de um fracasso. "Convém assinalar que uma busca clandestina mal-sucedida poderá conduzir ao ridículo um órgão e até mesmo um serviço de informações", previne o documento.
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