DATA DA PUBLICAÇÃO 08/07/2015 | Economia
Mínimo chega aos 75 anos com maior valor de compra em 30 anos
Aumentos reais desde 2005 foram determinantes para o crescimento da renda da população mais pobre; mas valor ainda é baixo
O salário mínimo completou nesta quarta-feira (08/07) 75 anos de vigência. Essa longa história teve diversos altos e baixos, mas, desde 2005, voltou a receber aumentos reais, recuperando seu valor de compra para ser reconhecido como um dos fatores determinantes para o aumento da renda e da qualidade de vida da população mais pobre no País. “A data, além de ter grande significado histórico, é uma oportunidade para reafirmar a importância do salário mínimo aos trabalhadores brasileiros”, destaca o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias.
Atualmente, a relevância social dessa medida se expressa na sua abrangência como remuneração básica de cerca de 46,7 milhões de brasileiros, conforme dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Econômicos (DIEESE). “São empregados domésticos e rurais, beneficiários do INSS e de programas sociais, jovens no primeiro emprego, homens e mulheres que perceberam o aumento real de 76,5% verificado nos últimos 11 anos”, enfatiza o ministro.
A partir de 1º de janeiro de 2015, o salário mínimo passou a ser de R$ 788,00. De acordo com o DIEESE, considerando a série histórica e a inflação do período, é o maior valor real desde 1983. E representará um incremento de renda na economia de R$ 38,4 bilhões ao final deste ano. Com isso, o aumento na arrecadação tributária sobre o consumo, até dezembro, deve chegar a R$ 20,7 bilhões. “Mesmo diante do quadro econômico atual, são boas notícias, que merecem ser mostradas nesta data”, afirma o ministro.
Valorização - O passado, contudo, mostra que nem sempre o poder aquisitivo do salário mínimo foi garantido, tampouco ampliado. Essa foi a motivação para, em 2004, as centrais sindicais, através de movimento unitário, lançarem a campanha pela valorização. Foram realizadas três marchas conjuntas em Brasília, reunindo dezenas de milhares de trabalhadores.
Como resultado, além dos aumentos reais, o Governo Federal acordou, em 2007, uma política permanente de incremento do valor até 2023. Naquela época, o prefeito de São Bernardo Luiz Marinho ocupava o Ministério do Trabalho e conduziu as negociações entre governo e trabalhadores.
Essa ação teve como critérios o repasse da inflação do período entre as correções e o aumento real pela variação do PIB. Estava também prevista a antecipação, a cada ano, da data-base de revisão, até ser fixada no mês de janeiro, o que aconteceu em 2010.
Exatos cinco anos depois, em janeiro de 2015, um estudo do Dieese revelou que o salário mínimo de R$ 788,00 tinha o poder de compra equivalente a 2,22 cestas básicas (estimada em R$ 355,00). “É a maior média anual registrada desde 1979 e resume bem as conquistas de todos os trabalhadores brasileiros nos últimos 12 anos”, explica o ministro Manoel Dias.
Distribuir renda - Mesmo com a recuperação, o valor do salário mínimo fica aquém das necessidades para uma família viver com dignidade.
De acordo com a Constituição, o salário mínimo deve suprir despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e Previdência. Para o Dieese, em junho, o mínimo ideal deveria ser R$ 3.299,66. O valor equivale a 4,19 vezes o mínimo atual, de R$ 788. Esse cálculo é feito considerando o valor da cesta mais cara (São Paulo) para uma família de quatro pessoas.
Em maio, o mínimo necessário correspondeu a R$ 3.377,62, o que equivalia a 4,29 vezes o piso vigente. Em junho do ano passado, o valor necessário para cobrir as despesas de uma família era R$ 2.979,25 ou 4,11 vezes o salário mínimo da época (R$ 724).
História - O salário mínimo foi criado e adotado, inicialmente, no século 19, na Austrália e na Nova Zelândia. No Brasil, surgiu no século 20, na década de 1930. Foi criado pela Lei nº 185, de janeiro de 1936, e regulamentado pelo Decreto Lei nº 399, de abril de 1938.
No dia 1º de Maio de 1940, o então presidente Getúlio Vargas fixou, por meio do Decreto-Lei nº 2162, os valores que começaram a vigorar em 8 de julho do mesmo ano. Naquela época, existiam 14 salários mínimos diferentes, sendo que na capital do País, então Rio de Janeiro, o valor correspondia a quase três vezes o do Nordeste.
A unificação total só veio a acontecer em 1984. O que ficou definitivamente sacramentado na Constituição Federal de 1988, que define, em seu artigo 7º, dentro do capítulo dos Direitos Sociais, que o salário mínimo deve cobrir todas as necessidades do trabalhador e de sua família, ser unificado em todo o território nacional e reajustado periodicamente para garantir seu poder aquisitivo.
O salário mínimo completou nesta quarta-feira (08/07) 75 anos de vigência. Essa longa história teve diversos altos e baixos, mas, desde 2005, voltou a receber aumentos reais, recuperando seu valor de compra para ser reconhecido como um dos fatores determinantes para o aumento da renda e da qualidade de vida da população mais pobre no País. “A data, além de ter grande significado histórico, é uma oportunidade para reafirmar a importância do salário mínimo aos trabalhadores brasileiros”, destaca o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias.
Atualmente, a relevância social dessa medida se expressa na sua abrangência como remuneração básica de cerca de 46,7 milhões de brasileiros, conforme dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Econômicos (DIEESE). “São empregados domésticos e rurais, beneficiários do INSS e de programas sociais, jovens no primeiro emprego, homens e mulheres que perceberam o aumento real de 76,5% verificado nos últimos 11 anos”, enfatiza o ministro.
A partir de 1º de janeiro de 2015, o salário mínimo passou a ser de R$ 788,00. De acordo com o DIEESE, considerando a série histórica e a inflação do período, é o maior valor real desde 1983. E representará um incremento de renda na economia de R$ 38,4 bilhões ao final deste ano. Com isso, o aumento na arrecadação tributária sobre o consumo, até dezembro, deve chegar a R$ 20,7 bilhões. “Mesmo diante do quadro econômico atual, são boas notícias, que merecem ser mostradas nesta data”, afirma o ministro.
Valorização - O passado, contudo, mostra que nem sempre o poder aquisitivo do salário mínimo foi garantido, tampouco ampliado. Essa foi a motivação para, em 2004, as centrais sindicais, através de movimento unitário, lançarem a campanha pela valorização. Foram realizadas três marchas conjuntas em Brasília, reunindo dezenas de milhares de trabalhadores.
Como resultado, além dos aumentos reais, o Governo Federal acordou, em 2007, uma política permanente de incremento do valor até 2023. Naquela época, o prefeito de São Bernardo Luiz Marinho ocupava o Ministério do Trabalho e conduziu as negociações entre governo e trabalhadores.
Essa ação teve como critérios o repasse da inflação do período entre as correções e o aumento real pela variação do PIB. Estava também prevista a antecipação, a cada ano, da data-base de revisão, até ser fixada no mês de janeiro, o que aconteceu em 2010.
Exatos cinco anos depois, em janeiro de 2015, um estudo do Dieese revelou que o salário mínimo de R$ 788,00 tinha o poder de compra equivalente a 2,22 cestas básicas (estimada em R$ 355,00). “É a maior média anual registrada desde 1979 e resume bem as conquistas de todos os trabalhadores brasileiros nos últimos 12 anos”, explica o ministro Manoel Dias.
Distribuir renda - Mesmo com a recuperação, o valor do salário mínimo fica aquém das necessidades para uma família viver com dignidade.
De acordo com a Constituição, o salário mínimo deve suprir despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e Previdência. Para o Dieese, em junho, o mínimo ideal deveria ser R$ 3.299,66. O valor equivale a 4,19 vezes o mínimo atual, de R$ 788. Esse cálculo é feito considerando o valor da cesta mais cara (São Paulo) para uma família de quatro pessoas.
Em maio, o mínimo necessário correspondeu a R$ 3.377,62, o que equivalia a 4,29 vezes o piso vigente. Em junho do ano passado, o valor necessário para cobrir as despesas de uma família era R$ 2.979,25 ou 4,11 vezes o salário mínimo da época (R$ 724).
História - O salário mínimo foi criado e adotado, inicialmente, no século 19, na Austrália e na Nova Zelândia. No Brasil, surgiu no século 20, na década de 1930. Foi criado pela Lei nº 185, de janeiro de 1936, e regulamentado pelo Decreto Lei nº 399, de abril de 1938.
No dia 1º de Maio de 1940, o então presidente Getúlio Vargas fixou, por meio do Decreto-Lei nº 2162, os valores que começaram a vigorar em 8 de julho do mesmo ano. Naquela época, existiam 14 salários mínimos diferentes, sendo que na capital do País, então Rio de Janeiro, o valor correspondia a quase três vezes o do Nordeste.
A unificação total só veio a acontecer em 1984. O que ficou definitivamente sacramentado na Constituição Federal de 1988, que define, em seu artigo 7º, dentro do capítulo dos Direitos Sociais, que o salário mínimo deve cobrir todas as necessidades do trabalhador e de sua família, ser unificado em todo o território nacional e reajustado periodicamente para garantir seu poder aquisitivo.
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