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DATA DA PUBLICAÇÃO 13/11/2015 | Saúde e Ciência
Microcefalia: saiba o que é, o que causa e como identificar
Governo decretou estado de emergência devido ao aumento de casos.

Condição afeta bebês que nascem com cabeça menor do que a média.


O Ministério da Saúde declarou estado de emergência em saúde pública no país por causa do aumento de casos de microcefalia no Nordeste. O anúncio, feito na quarta-feira (11), tem relação com o crescimento drástico no número de ocorrências do problema nessa região, especialmente em Pernambuco.

A seguir, veja perguntas e respostas que ajudam a entender o problema.

- O que é microcefalia?
É uma condição rara em que o bebê nasce com o crânio do tamanho menor do que o normal.

- Como saber se o bebê tem microcefalia?
A microcefalia é diagnosticada quando o perímetro da cabeça é igual ou menor do que 33 cm – o esperado é que bebês tenham pelo menos 34 cm. Mas atenção: isso vale apenas para crianças nascidas a termo (com 9 meses de gravidez). No caso de prematuros, esses valores mudam e dependem da idade gestacional em que ocorre o parto.

- O que causa a microcefalia?
Na maior parte dos casos são infecções adquiridas pela mãe, especialmente no primeiro trimestre da gravidez, que é quando o cérebro do bebê está sendo formado. Toxoplasmose, rubéola e citomegalovírus são alguns exemplos.

Outros possíveis causadores são abuso de álcool e drogas ilícitas na gestação e síndromes genéticas como a síndrome de down.

- É possível descobrir a microcefalia ainda na gravidez?
Sim. Pela ultrassonografia, os médicos conseguem medir o crânio do feto e perceber se está menor do que o esperado.

- A microcefalia está associada a outros problemas? Que sequelas a criança pode ter?
Em 90% dos casos a microcefalia vem associada a um atraso no desenvolvimento neurológico, psíquico e/ou motor. O tipo e o nível de gravidade da sequela variam caso a caso, e em alguns casos a inteligência da criança não é afetada. Déficit cognitivo, visual ou auditivo e epilepsia são alguns problemas que podem aparecer nas crianças com microcefalia.

- A cabeça da criança que nasce com microcefalia continua crescendo menos do que o normal?
Sim. Ela cresce ao longo da infância, mas menos do que a média.

- Existe tratamento?
Não há como reverter a microcefalia com medicamentos ou outros tratamentos específicos. Mas é possível melhorar o desenvolvimento e a qualidade de vida da criança com o acompanhamento por profissionais como fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais.

- Existe prevenção?
Um bom acompanhamento pré-natal pode ajudar a diminuir o risco. A gestante também deve sempre procurar o médico se sentir sintomas de infecção, como febre, além de evitar o abuso de álcool e drogas ilícitas.

- Há relatos de “surtos” de microcefalia anteriores no Brasil ou em outros países?
Segundo o Ministério da Saúde, a situação atual é inédita e não há relatos na literatura científica de outros casos.

- Por que foi declarado estado de emergência no país?
O estado de Pernambuco registrou 141 casos de microcefalia desde o início de 2015 -- um aumento drástico em relação ao ano passado, quando houve apenas 12 casos. Foram identificados ainda 21 casos no Rio Grande do Norte e nove casos na Paraíba (além de seis outros que ainda estão sendo investigados nesse estado).

- Por que tantas crianças estão nascendo com microcefalia no Nordeste?
As causas ainda estão sendo investigadas. Uma das hipóteses relaciona o aumento de casos a infecções por zika vírus - vírus que foi identificado pela primeira vez no país em abril deste ano.

Segundo documento divulgado pela Secretaria de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SEVS/SES-PE), parte das mulheres que tiveram bebês com microcefalia apresentaram erupções na pele durante a gravidez. Apesar de este ser um dos sintomas do zika vírus, não há evidências suficientes para associá-lo à microcefalia, de acordo com o órgão.

- Qual é a recomendação do Ministério da Saúde às gestantes?
Neste momento, o ministério pede que as grávidas não usem medicamentos não prescritos por profissionais de saúde e que façam um pré-natal qualificado e todos os exames previstos. Recomenda, ainda, que elas relatem aos profissionais de saúde qualquer alteração que perceberem durante a gestação.

Fontes:
- Ângela Rocha, neuropediatra e coordenadora do centro de infectologista infantil do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, da Universidade de Pernambuco

- Rudimar Riesgo, membro do departamento de neurologia da Sociedade Brasileira de Pediatria e chefe de neuropediatria do Hospital de Clinicas da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

- Ministério da Saúde

- National Institute of Neurological Disorders and Stroke (EUA)

Por G1, em São Paulo
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