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DATA DA PUBLICAÇÃO 08/11/2012 | Economia
Metalúrgicos definem cinco temas da campanha nacional
Metalúrgicos definem cinco temas da campanha nacional Dirigentes sindicais aprovam temas da próxima camapanha salarial: Foto: Amanda Perobelli
Dirigentes sindicais aprovam temas da próxima camapanha salarial: Foto: Amanda Perobelli
Direito a creche e normas da CIPA estão entre os itens discutidos na 1ª Conferência Nacional sobre Negociação Coletiva, na sede da CNM

A campanha salarial dos metalúrgicos em 2013 terá uma pauta nacional de reivindicações com cinco temas. O encontro que reuniu cerca de 180 dirigentes sindicais na 1ª Conferência Nacional sobre Negociação Coletiva, realizada na sede da CNM (Confederação Nacional dos Metalúrgicos) em São Bernardo, terça e quarta-feira (06 e 07/11), resultou nesta luta unificada.

Durante dois dias de evento, os 180 dirigentes sindicais presentes analisaram 2.632 cláusulas de 41 convenções coletivas metalúrgicas e aprovaram os temas:

Creche: A reivindicação deste tema partiu das dirigentes femininas com o argumento de que o benefício abrange mães e pais e beneficia principalmente as crianças, colocando o direito dos pequenos em primeiro lugar no acesso a cuidados e educação desta faixa etária. De acordo com o presidente da CNM, Paulo Cayres, o assunto já constava nas pautas de reivindicações, mas não era enfatizado durante a negociação e com isso não avançava em boa parte da categoria.

Acesso ao local de trabalho: a aprovação significa o direito de acesso do sindicato nas fábricas.Cayres afirmou que 50% dos patrões impedem este ato ou punem os trabalhadores filiados ao sindicato local. E sem acesso, os metalúrgicos ficam sem o direito de avançar nas melhorias de condições de trabalho.

Demissões: o objetivo é evitar a rotatividade da categoria. De acordo com o presidente da CNM, a prática no setor de autopeças em alguns locais do País ultrapassa 42% dos trabalhadores. No ABCD são 19% neste setor, o que é considerado um número dentro do limite. Com a rotatividade, o trabalhador não avança em aumento de salário. “Há muitos casos que isso acontece quando o trabalhador já teve uma promoção e ganha mais. Ou ele prefere mudar de emprego ou é demitido; nas duas situações passa a trabalhar em outra empresa ganhando o piso novamente, e assim não avança no quesito salário”.

CIPA : os patrões precisam respeitar as cláusulas da CIPA e zelar pela saúde do trabalhador. A CNM quer evitar os acidentes de trabalho através da cobrança desse tema. “Temos exemplos ótimos da empresa Itaesbra em Diadema que investiu em proteção de prensas, previsto na convenção de prensas da CNM e com isso evitou possíveis acidentes dos trabalhadores. Os empresários precisam entender que investir na saúde do trabalhador é um ganho para todos”, disse Cayres.

Duração e distribuição da jornada de trabalho: a CNM luta pela jornada de trabalho de 40h semanais e que os turnos sejam revistos em algumas empresas.

O grupo participou de seminários, mesas temáticas durante os dias 6 e 7 de novembro para construir um documento com os itens de cada tema que será discutido com as entidades empresariais e com o governo. “Esta será a nossa pauta nacional, e haverá também nas campanhas salarias a partir de 2013 os itens econômicos e outros sociais específicos de cada sindicato metalúrgico. Este é o início do processo de uma campanha nacional, como a dos bancários.”

Representantes de outras categorias como bancários, químicos, petroleiros, e construção civil relataram as suas experiências em negociações coletivas. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve presente na mesa de abertura e apoiou a iniciativa da categoria.

Por Michelly Cyrillo - ABCD Maior
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