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DATA DA PUBLICAÇÃO 05/06/2012 | Setecidades
Metade da população do ABCD é formada por migrantes
Metade da população do ABCD é formada por migrantes  Eduardo Vieira da Silva veio do Piauí e gerencia a Casa do Norte na rua Marechal Deodoro, em São Bernardo. Foto: Amanda Perobelli
Eduardo Vieira da Silva veio do Piauí e gerencia a Casa do Norte na rua Marechal Deodoro, em São Bernardo. Foto: Amanda Perobelli
IBGE diz que 1,27 milhão dos 2,5 milhões de moradores do ABCD vieram de outros Estados

São Paulo e as cidades que compõem a Região Metropolitana, o que inclui as sete cidades do ABCD, são internacionalmente conhecidas como a terra de todos. Isso porque o desenvolvimento do Sudeste trouxe para cá milhares de migrantes vindos de todos os cantos do Brasil, mas principalmente do Nordeste.

Essa fama se confirma com os dados do Censo 2010, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que apontam exatamente metade da população da Região formada por migrantes. São 1.277.229 pessoas, o que representa 50% do total de habitantes, que nasceram em outros estados e cidades do País e que vivem em Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

Embora a realidade socioeconômica dos municípios seja bastante distinta, e que alguns, como Mauá, ainda sejam conhecidos como cidades-dormitório, todos os locais apresentam dados muito parecidos.
Rio Grande da Serra, o menor município do ABCD em população, é o que mais conta proporcionalmente com moradores nascidos em outras cidades. São 26.578 migrantes, o que representa 60,4% da população. Diadema figura como a segunda da lista, com 54,3%.

São Bernardo é também formada por pessoas não nascidas em seu território. São mais de 400 mil migrantes, que compõem mais da metade da população (52,2%).

Padim Ciço - Não á a toa que o comércio do piauiense Eduardo Vieira da Silva, 62 anos, está sempre movimentado. Ele gerencia a Casa do Norte Padim Ciço, na rua Marechal Deodoro, Centro de São Bernardo, e reconhece todos os dias nos hábitos dos seus clientes e no ofício as raízes de migrante nordestino. “Todo mundo vem pra cá só por uma coisa: trabalho. E fica aqui pelo mesmo motivo. Hoje tenho filhos e seis netos que nasceram aqui. Não dá mais para ir embora.”

Eduardo afirma que não sabe dizer se quem entra na loja para comprar carne de sol, farinha, cachaça é ou não nordestino. Para ele, o mundo todo é. “Os baianos e os cearenses são maioria, sempre, mas tem de tudo. Se for meio mulambo e estiver fazendo piada é dos nossos”, brinca o comerciante, que há mais de 30 anos vive em São Bernardo.

Já em Santo André, a maior parcela dos moradores nasceu na cidade. Mesmo assim, há 304.099 pessoas de outras cidades (44,9%). São Caetano possui 51,4% nascidas fora, Mauá 48,9% e Ribeirão Pires 49,5%.

Também do Piauí, o funcionário público José Roberto Pereira de Souza, 33 anos, vive há quatro anos em Santo André e também não pensa em voltar para a terra natal. “Aqui é um lugar bom. Lá eu trabalhava na roça e ganhava R$ 12 por dia. Aqui eu ganho R$ 50. É claro que o estilo de vida é diferente. Mas se eu conseguir ter a minha casa já está muito bom.”

Diadema é a cidade do ABCD com o maior número de mineiros

Com o maior número de mineiros instalados no ABCD, Diadema conta com quase 60 mil migrantes do estado vivendo na cidade. No último domingo (27/05), as histórias eram lembradas no almoço que também celebrava a cultura na sétima edição da festa dos mineiros promovida pela Associação Cultural e de Tradições dos Mineiros de Diadema.

Em meio aos pratos cheios de tutu de feijão e couve, na mesa do aposentado Rosindo Dias de Souza o que não faltavam eram recordações, mas se engana quem pensa que as histórias são de Taparuba, sua cidade natal. As lembranças são do cotidiano em Diadema. “Cheguei à cidade em 1966, meu irmão já morava aqui. Em Diadema nunca me faltou trabalho”, afirmou.

Souza, que mora na Vila Nogueira, casou e criou os três filhos, todos também moradores do ABCD. “No começo é difícil. Mas só foi possível obter uma situação financeira e criar bem os meus filhos porque vim morar aqui. Adoro Diadema, essa cidade abriu caminhos para mim”, contou o aposentado.

Empresário - A mesma satisfação pode ser encontrada nas histórias de Calidonio Gabriel da Silva. O ano era 1979. Desempregado em Itanhomi, a mais de 300 quilômetros de Belo Horizonte, tinha o sonho de ser empresário. “Decidi vir para Diadema, tinha ouvido falar que nessa região havia muitas empresas e abri meu primeiro negócio, um bar e mercearia. Depois de 13 anos consegui abrir uma lanchonete e outros negócios.”

Para Calidonio da Silva, o sonho agora é voltar para Minas. “Aqui é ótimo para ganhar dinheiro, mas está chegando a hora de voltar para Minas, para gastar o que ganhei”, brincou.

O IBGE aponta que Diadema tem mais de 370 mil habitantes. “É difícil cultivar uma tradição fora do Estado de onde viemos. Mas como aqui em Diadema pelo menos 13,5% da população é de Minas, temos um respaldo maior”, opinou Oribes Martins, presidente da Associação.

“Meu maior sonho é melhorar a vida dos moradores dessa cidade que me ensinou tanto.” A declaração é de uma mineira, de Ipanema, mas que se considera muito mais diademense que muito morador nascido aqui. Eva Aparecida de Souza chegou a Diadema em 1982, com apenas dois anos de idade. Conseguiu estudar e se formar em duas faculdades. “Sou professora e vou me tornar advogada. O que quero passar para os meus alunos é a conscientização de dar importância ao local em que você vive”, afirmou Eva.

Por Carol Scorce e Fabíola Andrade - ABCD Maior
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