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DATA DA PUBLICAÇÃO 21/08/2014 | Cultura
'Mercenários 3' tem melhor vilão da série, mas esconde veteranos
Aposta em elenco jovem atrapalha aparição de estrelas da franquia de ação.

Apesar de Mel Gibson, terceira parte da série de Sylvester Stallone é a pior.


"Os mercenários 3", terceira parte do catado de estrelas de ação capitaneado por Sylvester Stallone, estreia no Brasil nesta quinta-feira (21) e é o pior filme da série. Mel Gibson melhora o nível do elenco como o melhor vilão da franquia e a ressurreição de Antonio Banderas e Wesley Snipes, desafetos de Stallone em filmes dos anos 1990, até reacende a chama nostálgica dos fãs, mas tudo isso é em vão. A produção erra ao apostar em um elenco jovem e em "esconder" os veteranos em parte do filme.

Apesar da intensa cena de abertura, típica dos longas de ação que ora mimetiza, ora homenageia, a primeira metade de "Os mercenários 3" é sonolenta. Após uma operação mal-sucedida – e o ferimento que tira do combate um dos homens mais carismáticos de sua equipe – Barney Ross (Stallone) aposenta os companheiros e parte em busca de um novo (e insosso) time.

A intenção é clara: oferecer um produto mais palpável a quem nasceu após a era de ouro de "Rambo", "Exterminador do futuro" e "Duro de matar". A classificação etária foi reduzida nos Estados Unidos de 17 para 13 anos. Mesmo conseguindo esse objetivo, a decisão logo se prova equivocada.

Bonitinhos, mas ordinários
Apesar do apelo pop, a adição dos jovens e bonitos Kellan Lutz ("Crepúsculo") e Glen Powell, do boxeador Victor Ortiz e até da estrela do UFC Ronda Rousey, em alta no esporte, rouba tempo de tela e esconde as estrelas da série nas duas extremidades do filme. E com exceção de Rousey, um pouco melhor que os demais, os novatos sofrem com a falta de carisma e têm dificuldade em se firmar. Juntos, tornam o começo de "Os mercenários 3" uma extensa (e desnecessária) prévia do que já se sabe: o retorno dos veteranos na parte final.

A nova equipe apenas serve como rendição a um espectro do gênero de ação que os dois primeiros filmes da série buscaram se distanciar: o das parafernalhas tecnológicas, da inteligência sobre a força bruta. Antes obscenas, as cenas de tiroteio e lutas se tornam conservadoras e amistosas, com cortes rápidos e um distanciamento de quadro que mostram o diretor australiano Patrick Hughes a todo instante fugindo do sangue.

O primeiro "Os mercenários" deu certo em 2010 porque ia justamente contra essa higiene do bom-mocismo e mostrava ídolos do passado, em uma reunião improvável, no que sabem de melhor: destroçando inimigos da maneira mais brutal possível, recarregando as armas e fazendo de novo. Era absurdo, ridículo, e por isso tão engraçado e divertido. A dose de autoironia, mais forte no segundo filme, era a cereja do bolo.

Existe toda uma disputa entre as duas gerações, construída de maneira superficial, irritante. O chamariz de "Os mercenários" é o elenco antigo, e ver seus métodos sendo questionados a todo tempo soa mais como insulto do que referência. A inclusão de Mel Gibson como Conrad Stonebanks, mercenário que se transformou em traficante de armas, é bem-vinda e melhora o papel de antagonista em relação ao segundo filme. Antes, o vilão era o eterno dragão branco Jean-Claude Van Damme.

Gibson faz um cético que roda o mundo em busca de obras de arte caríssimas apenas para mascarar o seu comércio ilegal de armamentos. É dele o diálogo mais intenso e inspirado do filme – talvez da série. Antonio Banderas e Wesley Snipes também valem a menção. Snipes começa bem, mas logo vê sua persona de louco assumir posição terciária. Banderas leva o viés cômico do filme no bolso e entretém. Harrison Ford, contratado de última hora após a debandada de Bruce Willis, passa batido. Para fechar, Arnold Schwarzenegger reduz ainda mais seu tempo de tela.

Na soma, a sensação é de cansaço e repetição. Menos pelo uso de uma fórmula batida, que nos Estados Unidos se materializou em uma bilheteria bem abaixo da dos filmes anteriores, e mais por tentar popularizar o que era uma produção de nicho. Em 126 minutos, os recrutas de Barney Ross se transformam na bucha de canhão necessária para veteranos brilharem, mas parece ser tarde demais. O filme claramente tenta se reposicionar em um cenário onde "Transformers" e "Velozes e Furiosos" reinam. As estrelas desses filmes, no entanto, ainda não ultrapassaram os 60 anos e estão longe da aposentadoria. Fato que, enfim, parece estar mais perto do que nunca para Stallone e companhia.

Por Bruno Araujo - G1, em São Paulo
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