NOTÍCIA ANTERIOR
Salve, salve Salvador
PRÓXIMA NOTÍCIA
Itália também tem o mercado dela
DATA DA PUBLICAÇÃO 24/09/2015 | Turismo
Mercadão: cores e sabores
Mercadão: cores e sabores Foto: Nario Barbosa/DGABC
Foto: Nario Barbosa/DGABC
Reunião de cheiros, cores que saltam aos olhos, água na boca e riqueza cultural. É isso o que se vê quando se passa um tempo em um mercado municipal. E São Paulo tem, diga-se de passagem, um que dá muito orgulho. Chamado carinhosamente de Mercadão, o Mercado Municipal Paulistano merece a visita de quem não o conhece e também a de quem já foi. Sempre.

A imponente construção, datada de 1932, situada na Rua Cantareira, 306, região Central da cidade, chama a atenção de longe. Faz margem ao Rio Tamanduateí, por onde as mercadorias chegavam e partiam de barco em outros tempos. Algo difícil de se acreditar nos dias de hoje. Projetado pelo escritório de Ramos de Azevedo, o mercado só foi inaugurado em 1933, por conta da Revolução Constitucionalista. Antes disso, serviu como depósito de armas e munições.

Vitrais no estilo gótico projetados pelo artista russo Conrado Sorgenicht Filho dão charme ao espaço, que tem pé direito com 16 metros de altura. E o melhor de tudo é o que toda essa arquitetura guarda. São 266 boxes com um produto mais saboroso do que o outro. Sorte das cerca de 10 mil pessoas que circulam pelo lugar nos dias de semana. Aos sábados e domingos, o número pode chegar a 20 mil visitantes.

Azeite grego, português e de onde mais se imaginar? Tem. Vinhos e cervejas? Também. Assim como peixes, carne de porco, temperos e especiarias. E há produtos com preços variados. É possível levar um pedaço de queijo gorgonzola por R$ 10, por exemplo. Na banca da dona Nancy, que produz massas frescas, um quilo de ravioli de carne sai por R$ 19. Lindo de ver e melhor ainda de comer.

Passear pelas ruas do Mercadão é algo imperdível. Melhor ainda se tiver um tempinho para escutar histórias de gente que está lá há tanto tempo, como o Seu Levi, da banca Levi Queijos. Homem simples do Interior, trabalha no Mercadão há mais de 50 anos. Hoje, aos 82, se orgulha em dizer que encara a labuta de domingo a domingo. “Acordo 3h30 da manhã. Chego aqui às 4h30”, afirma. Entre dezenas de peças de queijos, goiabada, azeites, pimentas e palmito, Seu Levi tem um tesouro: seus poemas. Ele adora escrever. Até homenagem ao Mercadão já fez. Piadista e fã de música caipira, não perde oportunidade de dar risada. “Das coisas que têm aqui na banca não falta nada”, brinca.

Outro ponto tradicional no lugar é o Bar do Mané, ativo desde a fundação do mercado. Capitaneado por Marco Antonio Loureiro e seu filho William, o espaço leva o nome do pai de Marco, responsável pelo famoso e grande sanduíche de mortadela. “Meu avô Jeremias foi quem começou. Meu pai veio trabalhar aqui com meu avô quando tinha nove anos. Trabalhou até os 79, quando morreu”, conta Marco.

Da geração de seu pai e avô, lembra-se do sanduíche com poucas fatias de mortadela. “O preço era tabelado. Quando deixou de ser tabelado, meu pai continuou fazendo o mesmo lanche e outro com mais recheio”. O ‘sanduba tradicional’ leva, em média, 17 fatias de mortadela e pode chegar a pesar de 400 a 500 gramas por R$ 23. Por dia, são consumidos de 500 a 600. Somando todas as bancas, são vendidos de 20 a 30 mil sanduíches de mortadela por semana. E não dá para esquecer também que por R$ 25 é possível degustar o famoso pastel de bacalhau. Recheio delicioso lá no Hocca Bar.

Até novela já foi filmada no Mercadão: A Próxima Vítima, da Globo, de 1995, em que Tony Ramos vivia Juca, que trabalhava em banca de frutas. A Barraca do Juca, de Ailton Pereira da Cruz e de seu filho, Leandro, é completinha. Oferece frutas nacionais, importadas e muita coisa exótica. Morango orgânico sai por R$ 69 o quilo. Framboesa custa R$ 189 o quilo. E ainda tem pitaya colombiana, lichia da Malásia e tudo mais o que o paladar permitir sonhar.

COMO CHEGAR
De metrô, desça na estação Luz ou São Bento (linha azul).
Outra opção é desembarcar no Terminal Mercado do Metrô Leve
Expresso Tiradentes.
De carro siga pela Avenida do Estado sentido centro. Há estacionamento.

CURIOSIDADES
350 toneladas de alimentos são comercializadas por dia.
Mais de 1.000 pessoas trabalham por lá.
O Mercadão funciona de segunda a sábado, das 6h às 18h; aos domingos, das 6h às 16h.
Um mezanino guarda várias opções de refeição.

Por Vinícius Castelli - Diário Online
Assine nosso Feed RSS
Últimas Notícias Gerais - Clique Aqui
As últimas | Turismo
18/09/2018 | Brasileiros precisarão de autorização de viagem para entrar na Europa a partir de 2021
17/09/2018 | Halloween Horror Nights 2018, do Universal Orlando, já está aberto
31/08/2018 | Campos do Jordão para crianças
As mais lidas de Turismo
Relação não gerada ainda
As mais lidas no Geral
Relação não gerada ainda
Mauá Virtual
O Guia Virtual da Cidade

Todos os direitos reservados - 2024 - Desde 2003 à 7680 dias no ar.