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DATA DA PUBLICAÇÃO 04/10/2009 | Saúde e Ciência
''Menopausa'' aborda todas as transformações da mulher; leia capítulo
Com linguagem clara e acessível, "A Menopausa", livro da coleção "Folha Explica", aborda todas as transformações (hormonais, físicas, psicológicas) da mulher que entra na menopausa. O primeiro capítulo pode ser lido abaixo.

Menopausa, como explica a obra, é o nome da última manifestação que sinaliza as funções ovarianas. A palavra, de origem grega, significa "pausa da menstruação". As mulheres param de menstruar, naturalmente, por volta dos 50 anos. Como sua expectativa de vida chega a ultrapassar os 70 anos hoje, especialmente nas camadas de classe média e alta, elas estão sujeitas a viver o terço restante de sua história sem o mesmo suprimento de estrogênio a que seus corpos estavam acostumados na fase reprodutiva.

"É uma mudança importante, pois os estrogênios fabricados nos ovários desempenham outros papéis estratégicos no organismo humano, em geral, e no feminino, em particular", explica a autora, Silvia Campolim, editora-responsável pelo site www.menospausa.com.br e co-autora de "Enquanto as Mulheres Mandam, os Homens Fazem o Que Têm Vontade".

O livro oferece também uma série de dicas e indicações para atenuar os desconfortos causados por essas mudanças e manter a disposição e o bom humor.

Como o nome indica, a série "Folha Explica" ambiciona explicar os assuntos tratados e fazê-lo em um contexto brasileiro: cada livro oferece ao leitor condições não só para que fique bem informado, mas para que possa refletir sobre o tema, de uma perspectiva atual e consciente das circunstâncias do país.

*
Introdução


No auge do inverno, finalmente aprendi que
dentro de mim havia um verão interminável.
Albert Camus

Este livro trata do fim do compromisso das mulheres com a reprodução biológica da espécie, um processo que tem a ver com o tempo e com certa idade, sem dúvida, mas principalmente com os ovários. O órgão que lhes confere o privilégio de reger a reprodução humana sai de cena na menopausa, em geral com grande estardalhaço. Na função de produzirem a maior parte dos hormônios estrogênicos que circulam no corpo feminino, bem como de liberarem os óvulos tão indispensáveis à formação da vida humana, os ovários dão forma e, com certa freqüência, alguns filhos à mulher, ao longo de sua vida reprodutiva. E também lhe dão muita dor de cabeça, entre outros sintomas desagradáveis, quando passa dos 40 anos, época em que eles já não funcionam mais tão bem.

"Menopausa" é o nome da última manifestação que sinaliza as funções ovarianas. A palavra, de origem grega, significa "pausa da menstruação". As mulheres param de menstruar naturalmente por volta dos 50 anos. Como sua expectativa de vida chega a ultrapassar os 70 anos hoje em dia, especialmente nas camadas de classe média e alta, elas estão sujeitas a viver o terço restante de sua história sem o mesmo suprimento de estrogênio a que seus corpos estavam acostumados na fase reprodutiva. É uma mudança importante, pois os estrogênios fabricados nos ovários desempenham outros papéis estratégicos no organismo humano, em geral, e no feminino, em particular.

Só para dar uma idéia, eles contribuem para manter a integridade dos vasos sanguíneos e os altos níveis do colesterol bom, ou HDL, no sangue das mulheres, o que explica por que elas estão muito menos sujeitas do que os homens a ter infarto antes dos 50 anos. O estrogênio está para os ossos do corpo feminino, ainda, como o ar para os pulmões. Tanto que a mulher perderá massa óssea rapidamente após a menopausa, sobretudo nos três a quatro primeiros anos, se não redobrar certos cuidados, como vamos ver no capítulo 7 sobre os problemas de saúde que a falta de estrogênio pode acarretar.

Não faltam informações sobre o que fazer para manter a vitalidade dessa época em diante. Tampouco tratamentos, entre eles a conhecida TRH, sigla de terapia de reposição hormonal. Há um cardápio de opções medicamentosas e outro de terapias alternativas, baseadas em plantas com propriedades fitoestrogênicas, que ajudam a atenuar vários dos sintomas característicos da menopausa, além de prevenir doenças. O capítulo 8, sobre terapias convencionais e alternativas, fala desses recursos.

Nunca se pesquisou tanto como melhorar a vida das mulheres entre 45 e 55 anos como agora. Elas representam um grupo etário em expansão e, o que é mais importante, em franca atividade no mercado de trabalho. Daí a preocupação do sistema de saúde, público e privado, para nem falar da indústria de medicamentos e cosméticos. No Brasil, o contingente feminino de mais de 45 anos soma 14,5 milhões de pessoas no ano de 2002, de acordo com projeções do IBGE. Desse número, cerca de 12,3 milhões estariam em transição para a menopausa, a acreditarmos nas projeções de uma pesquisa feito pelo Instituto Gallup, em 2001, com base em entrevistas com 2 mil brasileiras de mais de 45 anos, de várias regiões do país.1

O tempo que compreende o antes, o durante e o depois da menopausa, as três fases do processo que encerra o ciclo fértil feminino, é chamado genericamente de "climatério". Também de origem grega, a palavra quer dizer "fase crítica", ou "transição". Dentro dela, o período que antecede a menopausa propriamente dita é dos mais conturbados. É na perimenopausa, como ele é chamado, que os ovários entram numa rota errática de funcionamento e que ocorrem as mudanças mais drásticas na produção de estrogênio, caracterizada por picos de alta e de quase completa escassez. Tal desequilíbrio hormonal produz alterações no ciclo ovulatório, afetando a regularidade e intensidade do fluxo menstrual, e dá origem a várias sensações de desconforto físico e emocional.

Estudos feitos nos EUA e Europa com mulheres entre 45 e 55 anos descrevem cada uma das etapas do processo.2 Conhecê-las é com certeza valioso para manter o equilíbrio e segurar as? ondas. Não só de calores, característica típica do período, mas também de sensações adversas a que as mulheres estão sujeitas. O desequilíbrio hormonal altera o humor, podendo produzir irritabilidade acentuada, nervosismo, ansiedade, fadiga e dor muscular, entre outras manifestações de que só quem sofreu de TPM (tensão pré-menstrual) durante a fase dos 30 anos tem idéia.

A propósito: a menopausa é vista como síndrome, por reunir um conjunto de sintomas típicos sem caracterizar doença. Em muitos casos, por exemplo, ela induz à depressão, embora essa doença em si não tenha a ver com a saída de cena dos ovários e, para expressar-se, dependa da predisposição genética, conforme mostram os estudos.3 A influência da cultura parece ter papel significativo na experiência dos sintomas de calores, entre outros, segundo informam pesquisas multiétnicas e antropológicas americanas, feitas com orientais, negras e brancas de mais de 45 anos.4

Discute-se ainda o fato de a menopausa prenunciar o envelhecimento e representar assim uma época emocionalmente marcante da vida das mulheres, que mexe com sua vaidade. Mas essa é uma questão filosófica complexa, que, de resto, também afeta os homens e foge ao âmbito deste livro. Diante da indiferença da natureza para com o ciclo inexorável da vida, ciclo que a cultura humana, historicamente, teima em desafiar, o que interessa aqui são as informações e recursos práticos à disposição das mulheres climatéricas. Vamos a elas.

1 - A pesquisa foi patrocinada pelo Laboratório Wyeth. Mais informações neste site: www.sempremulher.com.br
2 - Ver o ensaio de Jerilynn C. Prior, "Perimenopause: the Complex Endocrinology of the Menopausal Transition". Endocrine Reviews, 19/4 (1998); p. 397-428.
3 - Claudio Novaes Soares, Archives of General Psychiatry, July 2001; A.R. Genazzani, A. Lucchesi, M. Stomati, S. Catarsi, A.D. Genazzani e M. Cirscuolo, "Effects of Sex Steroid Hormones on the Neuroendocrine System", Eur. J. Contracept. Reprod. Health Care, v. 2/1 (1994); p.63-9.
4 - Ellen B. Gold, Barbara Sternfeld, Jennifer L. Kelsey, Charlotte Brown et al., "Relation of Demographic and Lifestyle Factor to Symptoms in a Multi-Racial/Ethnic Population of Women 40-55 Years of Age", American Journal of Epidemiology, v. 152/5; Sonja McKinlay, "A Longitudinal Analysis of Women's Attitudes Toward the Menopause: Results from the Massachussets Women's Health Study", Maturitas, v. 13 (1991); e Margareth Lock, Patricia Kaufert e Penny Gilbert, "Cultural Construction of the Menopausal Syndrome: the Japanese Case, Maturitas, v. 10 (1988).

"A Menopausa"
Autor:
Silvia Campolim
Editora: Publifolha
Páginas: 104
Quanto: R$ 17,90
Onde comprar: nas principais livrarias, pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Publifolha

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