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DATA DA PUBLICAÇÃO 13/08/2013 | Economia
Melhora no visual é saída para o comércio de bairro
Melhora no visual é saída para o comércio de bairro Sandro Maskio diz que comércio de rua deve ter um diferencial para sobressair. Foto: Amanda Perobelli
Sandro Maskio diz que comércio de rua deve ter um diferencial para sobressair. Foto: Amanda Perobelli
Economista fala sobre as diferenças entre o comércio de bairro e dos shoppings

Investir na melhora do paisagismo dos bairros é uma das chaves para dinamizar o comércio de rua nas cidades do ABCD na disputa por clientes com os shoppings. A opinião é do coordenador do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo e economista da Prefeitura de Santo André, Sandro Maskio. O economista também sugere que os comércios de rua se adaptem às demandas locais por meio de especialização em determinados setores. “Assim, os comerciantes poderiam oferecer um atrativo para não serem engolidos pelos shoppings”, sugere o especialista. Maskio também ressaltou que há cidades da Região que desenvolvem programa de fomento ao comércio de bairro.

ABCD MAIOR - Qual a expectativa para o comércio de bairro frente à concorrência com os shoppings? Há uma tendência a desaparecer?

Sandro Maskio -
Acho que o comércio de bairro deve merecer uma atenção muito cuidadosa para ganhar um perfil mais voltado aos moradores em torno dele. Para isso deve ter uma estrutura de paisagismo e segurança que permita a esses consumidores frequentar esses locais, e que se tornem atrativos. Acho que esse é um trabalho que deve ser feito voltado ao comércio de bairro, para que este modelo de negócio, justamente, não venha a ser engolido por grandes redes ou por outras estruturas comerciais. Acredito que é uma saída que a longo prazo deveríamos pensar para o geral do comércio de bairro.

O que os comerciantes devem fazer, onde devem investir para atrair mais os consumidores?

Os comerciantes poderiam criar comércios de bairros com especialidade em determinados tipos de setores. Eles poderiam criar uma região especialista em gastronomia, uma região que concentre lojas de outro determinado segmento, mas o mais importante é que o paisagismo seja legal. A calçada tem que ser limpa, larga, arborizada, tem que ter segurança. Você tem que ter pontos que atraiam o consumidor, um café ou um bom restaurante inserido nesses polos comerciais. Isso é um diferencial e atrai os consumidores.

Consumir na rua é mais barato do que nos shoppings?

Comprar em comércios de bairro costuma ser mais barato do que consumir no shopping, pois os consumidores que são mais atraídos para o centro ou para o bairro são os de menor poder aquisitivo. Além disso, a predisposição que os consumidores têm de pagar no tíquete médio (valor médio das vendas) também é menor. O que atrai os consumidores no geral é a proximidade que esse comércio de bairro ou de centro tem em relação ao seu trabalho ou residência.

No geral, as lojas de rua são as mesmas que se encontram nos shoppings?

As lojas de shoppings normalmente estão associadas às marcas, são produtos com elaboração diferente e as lojas de rua e centro, em grande parte, tem uma característica mais popular e acessível.

Qual o perfil dos comerciantes de rua? Eles são qualificados?

Os microempresários apresentam deficiência na capacidade de gestão, há uma restrição financeira muito forte. O Sebrae aponta como principal motivo de mortalidade desses comércios a incapacidade de gestão, a falta de qualificação dos empresários. Para reverter essa situação, os comerciantes poderiam, por exemplo, buscar conhecer melhor seus clientes para saber o tipo de produto que vai ser colocado à venda, o que já é uma decisão complexa. O que também pode ser feito é trabalhar a estratégia de preço para ampliar o volume de vendas. O esforço principal é trazer o cliente para dentro da loja e depois conseguir seduzi-lo com outros produtos.

Como é a concorrência entre os comércios de rua com os shoppings em datas comemorativas, como o Dia dos Pais? Qual a forma de concorrer com as campanhas promocionais dos shoppings?

Em primeiro lugar, os comércios de rua atendem a um público diferente, normalmente são pessoas com nível de renda menor e que moram perto destes locais. Portanto, a estratégia deve estar relacionada ao preço mais em conta e ao desconto dos produtos para atrair e fidelizar o cliente a longo prazo.

O que faz o comerciante apresentar preferência pelos shoppings?

A predileção pela busca do shopping está relacionada às normas e critérios de organização mais rigorosos estabelecidos nestes locais, onde dificilmente você terá ambientes que não te agradem. Além disso, os shoppings possuem incrementos que se tornam atrativos como o conforto, a segurança, os estacionamentos, entre outros. Assim, o comerciante de rua deve procurar um diferencial para seu público que garanta a sustentabilidade do negócio para que ele não fique vulnerável, à mercê do mercado.

Como funciona o programa de fomento ao comércio de bairro desenvolvido e gerenciado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, e Trabalho de Santo André? O senhor acha que deveria haver um incentivo ao comércio de bairro para todos os municípios da Região?

É sempre importante fomentar o comércio, seja no centro ou no bairro, é importante ter uma estrutura, segurança e paisagismo adequados, e que os comerciantes também tenham uma qualificação adequada para que consigam gerenciar bem seus comércios. É um conjunto de ações que podem vir a ser adotadas para que melhore essa estrutura e capacidade comercial dos centros. O programa de Santo André busca fortalecer o comércio regional como ferramenta de geração de renda e fomenta o empreendedorismo no município. Ou seja, a Prefeitura visita diferentes bairros para captar demandas sobre esses comércios de bairro e procura qualificar os comerciantes na gestão do seu empreendimento. Existem políticas de incentivo diferenciadas na Região. Algumas das cidades que seguem essa linha são Santo André, São Bernardo, com sua política comercial, e Mauá.

Por Paola Cruvinel - ABCD Maior
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