DATA DA PUBLICAÇÃO 27/03/2010 | Internacional
Medo e paranoia afetam chilenos um mês após tremor
de 20 mil pessoas perderam as casas durante o tremor e agora vivem em acampamentos; reconstrução é o grande desafio do presidente Sebastián Piñera.
Um mês após um tremor de 8,8 graus sacudir 80% do território do Chile e matar mais de 450 pessoas, os vizinhos sul-americanos dão os primeiros passos na reconstrução do país. Reerguer o que o terremoto pos no chão em cerca de um minuto vai levar no mínimo três anos e pode custar mais de R$ 56 bilhões. Alguns danos, no entanto, ficarão para sempre: 20% dos moradores das áreas mais atingidas vão guardar sequelas psicológicas, segundo autoridades médicas.
Muitos chilenos da região de Concepción, a cidade mais atingida, no sul do país, ainda dormem dentro dos carros ou fora de casa. Segundo o jornal El Mercúrio, "a psicose e a paranóia sobre a possível vinda de um novo tsunami", como aquele que atingiu as cidades costeiras logo após o tremor, deixa sem sono boa parte da população local.
Fontes médicas ouvidas pela reportagem publicada nesta sexta-feira (26) falam que até 20% dos moradores da área vão guardar para sempre as lembranças (e o temor) da tragédia.
Prejuízo equivale ao PIB do Ceará
Os chilenos ainda contam os prejuízos do terremoto. Segundo o governo, as perdas podem passar dos R$ 56 bilhões, ou 20% do PIB do país. É como se toda a riqueza produzida ao longo de um ano no Estado do Ceará desaparecesse em poucos segundos.
Presidente é acusado de sonegar impostos
Recuperar a normalidade, no entanto, parece ser a tarefa mais dificil. Duas semanas após a tragédia, a volta às aulas (nas escolas que continuaram em pé) significou que as coisas começavam a entrar nos trilhos. Os professores, no entanto, estão recebendo treinamento psicológico - mais que perderem suas casas e entes queridos na tragédia, muitos profissionais terão de lidar com crianças assustadas nas salas de aula.
O médico psiquiatra Jaime Sandoval, ouvido pela reportagem, diz que não só os pequenos foram afetados:
- Uma pessoa que viu sua cidade de uma mesma forma, sempre, agora terá um impacto muito forte ao ver as casas que caíram, as construções novas, o que pode gerar uma situação de deslocamento importante.
Novo presidente tem o desafio da reconstrução
Sebastián Piñera, o homem mais rico do Chile, é o primeiro conservador a chegar à Presidência após 20 anos de governo da Concertación, a coalizão de centro-esquerda que assumiu o poder após a derrocada da ditadura de Augusto Pinochet. As estatísticas e bem arrumada economia chilena prometiam anos de bonança ao líder da direita, mas a tragédia jogou a responsabilidade da reconstrução no colo de Piñera, como ele reconheceu em discurso no dia de sua posse:
- A partir de hoje eu enfrento, sem dúvidas, o maior desafio de minha vida, com muita humildade e com plena consciência de minhas limitações, mas também com entusiasmo.
A cerimônia na qual a ex-presidente Michelle Bachelet passou o poder a Piñera, no dia 11 de março, deu uma mostra das dificuldades. Uma réplica do terremoto assustou os ilustres convidados presentes no Congresso, em Valparaiso. Presidentes da região tiveram de deixar o local às pressas após a posse, já que um alerta de tsunami foi gerado.
Piñera pediu aos chilenos ajuda para reconstruir o país "tijolo por tijolo". Ele precisa. Cerca de 20 mil pessoas perderam suas casas e cerca de 250 mil precisam de atendimento médico básico, segundo a Organização Panamericana de Saúde. O novo presidente já anunciou que a habitação e a geração de empregos serão a prioridade de seu mandato.
Um mês após um tremor de 8,8 graus sacudir 80% do território do Chile e matar mais de 450 pessoas, os vizinhos sul-americanos dão os primeiros passos na reconstrução do país. Reerguer o que o terremoto pos no chão em cerca de um minuto vai levar no mínimo três anos e pode custar mais de R$ 56 bilhões. Alguns danos, no entanto, ficarão para sempre: 20% dos moradores das áreas mais atingidas vão guardar sequelas psicológicas, segundo autoridades médicas.
Muitos chilenos da região de Concepción, a cidade mais atingida, no sul do país, ainda dormem dentro dos carros ou fora de casa. Segundo o jornal El Mercúrio, "a psicose e a paranóia sobre a possível vinda de um novo tsunami", como aquele que atingiu as cidades costeiras logo após o tremor, deixa sem sono boa parte da população local.
Fontes médicas ouvidas pela reportagem publicada nesta sexta-feira (26) falam que até 20% dos moradores da área vão guardar para sempre as lembranças (e o temor) da tragédia.
Prejuízo equivale ao PIB do Ceará
Os chilenos ainda contam os prejuízos do terremoto. Segundo o governo, as perdas podem passar dos R$ 56 bilhões, ou 20% do PIB do país. É como se toda a riqueza produzida ao longo de um ano no Estado do Ceará desaparecesse em poucos segundos.
Presidente é acusado de sonegar impostos
Recuperar a normalidade, no entanto, parece ser a tarefa mais dificil. Duas semanas após a tragédia, a volta às aulas (nas escolas que continuaram em pé) significou que as coisas começavam a entrar nos trilhos. Os professores, no entanto, estão recebendo treinamento psicológico - mais que perderem suas casas e entes queridos na tragédia, muitos profissionais terão de lidar com crianças assustadas nas salas de aula.
O médico psiquiatra Jaime Sandoval, ouvido pela reportagem, diz que não só os pequenos foram afetados:
- Uma pessoa que viu sua cidade de uma mesma forma, sempre, agora terá um impacto muito forte ao ver as casas que caíram, as construções novas, o que pode gerar uma situação de deslocamento importante.
Novo presidente tem o desafio da reconstrução
Sebastián Piñera, o homem mais rico do Chile, é o primeiro conservador a chegar à Presidência após 20 anos de governo da Concertación, a coalizão de centro-esquerda que assumiu o poder após a derrocada da ditadura de Augusto Pinochet. As estatísticas e bem arrumada economia chilena prometiam anos de bonança ao líder da direita, mas a tragédia jogou a responsabilidade da reconstrução no colo de Piñera, como ele reconheceu em discurso no dia de sua posse:
- A partir de hoje eu enfrento, sem dúvidas, o maior desafio de minha vida, com muita humildade e com plena consciência de minhas limitações, mas também com entusiasmo.
A cerimônia na qual a ex-presidente Michelle Bachelet passou o poder a Piñera, no dia 11 de março, deu uma mostra das dificuldades. Uma réplica do terremoto assustou os ilustres convidados presentes no Congresso, em Valparaiso. Presidentes da região tiveram de deixar o local às pressas após a posse, já que um alerta de tsunami foi gerado.
Piñera pediu aos chilenos ajuda para reconstruir o país "tijolo por tijolo". Ele precisa. Cerca de 20 mil pessoas perderam suas casas e cerca de 250 mil precisam de atendimento médico básico, segundo a Organização Panamericana de Saúde. O novo presidente já anunciou que a habitação e a geração de empregos serão a prioridade de seu mandato.
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