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DATA DA PUBLICAÇÃO 29/04/2009 | Saúde e Ciência
Médicos alertam para perigo de tomar remédio para gripe suína sem orientação
Apesar de, aparentemente, remédios antivirais como o Tamiflu (oseltamivir) funcionarem para tratar a gripe suína, especialistas aconselham as pessoas a não tomarem esse tipo de remédio indiscriminadamente, sem orientação médica, especialmente no Brasil, que não tem casos confirmados da doença.

O Tamiflu, fabricado pela Roche, é apontado como eficaz para o tratamento da gripe suína, suavizando os sintomas da doença. Entretanto, dificilmente o medicamento é encontrado em farmácias comuns, todo novo estoque está comprometido com o Ministério da Saúde, segundo a companhia farmacêutica.

Em 2005, o remédio "sumiu" das prateleiras devido à procura da população, preocupada com a gripe aviária, também tratada com Tamiflu.

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"É muito cedo para tomar uma atitude assim [tomar o remédio]. Mesmo porque não se sabe com certeza se ele vai funcionar", afirma Esper Kallas, infectologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Tomar o remédio pode fazer com que as pessoas adiem a ida ao médico, prejudicando o tratamento adequado.

"Deve-se procurar um profissional de saúde, porque muitas vezes as pessoas se automedicam para algo que parece ser gripe, mas pode não ser", diz o médico.

De acordo com André Villela Lomar, presidente da comissão científica do Congresso Brasileiro de Infectologia, o Tamiflu funciona se tomado até 48 horas após o aparecimento dos sintomas. "Esse remédio está na mão do governo, para médicos, como forma de evitar a propagação do vírus. Não é para qualquer um tomar", diz Lomar.

A gripe suína é causada por uma variação do vírus H1N1, que contém material genético do vírus humano, de aves e de porcos. Ele é transmitido de pessoa para pessoa e tem sintomas semelhantes aos da gripe comum, com febre superior a 39ºC, tosse, dor de cabeça intensa, dores musculares e articulações, irritação dos olhos e fluxo nasal.

Segundo os médicos, o ideal é que as pessoas evitem viagens para locais que são foco da doença, especialmente porque não há uma vacina que previna a doença e ainda há dúvidas sobre medidas de prevenção específicas para a doença. "Se ela puder, a pessoa deve esperar alguns dias, talvez uma semana, porque precisamos de mais informações sobre o que está acontecendo. É tudo muito restrito ainda", diz Kallas.

Para quem for a essas regiões, as recomendações são similares às usadas para gripes "convencionais": evitar aglomerações e entrar em contato íntimo com pessoas doentes, lavar as mãos, alimentar-se de modo saudável e beber bastante líquido. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) não há risco de contágio pela ingestão de carne de porco, porque a temperatura de cozimento destrói os vírus e as bactérias.

Mortes localizadas

Uma das questões que intrigam os cientistas é o fato de a gripe suína ter matado pessoas apenas no México, e não em países como Estados Unidos e Canadá, onde também há casos confirmados, se as 110 mortes por gripe suína no país forem confirmadas, o índice é de mortalidade é de quase 7%, índice considerado alto pelos especialistas.

"Essa é a grande pergunta, mas ainda não temos pistas para a resposta", afirma o médico Jose Ignacio Santos-Preciado, professor da Universidade Nacional Autônoma do México.

Segundo ele, os hospitais começaram a receber os primeiros casos da gripe no final de março, uma época incomum para surtos da doença, já que o país está na primavera. Os casos se intensificaram na semana passada.

"No início foi difícil, porque o número de possíveis casos excedia a capacidade dos hospitais. Levou alguns dias até que pudéssemos contornar a situação e dar atenção a todas as pessoas", afirma Preciado, que está no Brasil para a Congresso Brasileiro de Infectologia, que acontece em Campos do Jordão, no interior de São Paulo.

Por Felipe Maia - Folha Online
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