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DATA DA PUBLICAÇÃO 13/01/2015 | Setecidades
Média de raios na região é o dobro do índice geral do País
 Média de raios na região é o dobro do índice geral do País Foto: Celso Luiz/DGABC
Foto: Celso Luiz/DGABC
As sete cidades do Grande ABC se destacam do Brasil quando o assunto é raio. Isso porque, em 2014, caíram 8.991 descargas elétricas de grande intensidade sobre os municípios da região, o equivalente a 10,84 ocorrências por km² no ano. O Brasil tem média de 50 milhões por ano, ou 5,87 por km² no período. As informações são do Elat (Grupo de Eletricidade Atmosférica), órgão ligado ao Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

“A nível mundial, abaixo de dois (raios por km² por ano), são consideradas incidências baixas; de dois a cinco, médias; de cinco a dez, altas e, acima de dez, muito altas. O índice observado no Grande ABC pode ser classificado como muito alto”, avaliou o coordenador do Elat, Osmar Pinto Júnior.

Proporcionalmente, São Bernardo foi a cidade que registrou a maior queda de raios no ano passado, com 4.896 descargas elétricas (11,95 por km² no ano), seguida de Santo André, com 1.932 (10,99 por km²); Diadema, com 335 (10,91 por km²); São Caetano, com 163 (10,65 por km²); Rio Grande da Serra, com 362 (9,9 por km²); Ribeirão Pires, com 848 (8,5 por km²) e Mauá, com 455 (7,3 por km²).

Segundo o especialista, uma das principais explicações para a grande incidência de raios no Grande ABC é o adensamento populacional. “A urbanização tende a fazer com que o ar na atmosfera sobre essa região fique mais quente e, por isso, mais leve e mais fácil de ser jogado para cima, onde encontra temperaturas mais baixas e se torna gotículas de água, que continuam subindo. Se subir por volta de 5 quilômetros, as gotículas de água se tornam partículas de gelo e, aí, temos uma tempestade. O atrito dessas partículas produz cargas elétricas que dão origem aos raios”, detalha Osmar.

A poluição do ar também influencia. “Facilita os processos de condensação de água e de gelo e favorece ainda mais a formação de tempestades”, acrescenta.

Segundo o coordenador do Elat, a previsão para este verão no Grande ABC, é de leve aumento na incidência, assim como para toda a região Sudeste. “As temperaturas mais quentes dos oceanos Atlântico e Pacífico estão mais favoráveis para a formação de tempestades do que no ano passado. Provavelmente, no fim de 2015, quando pudermos fazer a comparação, a densidade chegue a 11 ou 11,5 por km² por ano.”

As descargas elétricas protagonizaram triste desfecho de 2014. Quatro pessoas da mesma família morreram ao serem atingidas por um raio em Praia Grande, no Litoral, no dia 29 de dezembro. Neste mês, duas pessoas perderam a vida em Embu Guaçu, na Capital, além de um adolescente de 15 anos em São Carlos, no Interior.

No Grande ABC, a última morte registrada por esse motivo foi a do estudante Guilherme Ferraz Romanha, 11, em 2012, enquanto brincava com bola no Estádio Municipal Vereador Valentino Redivo, na Vila Gomes, em Ribeirão Pires. Também moradora da cidade, a vendedora Rosangela Biavati, 36, foi vítima fatal de um raio no Guarujá, em 2014.

18% dos casos de morte ocorrem dentro de casa, revela Elat

Levantamento do Elat (Grupo de Eletricidade Atmosférica) mostra que o segundo local onde há maior incidência de mortes por descargas elétricas é dentro de casa (18% dos casos), perdendo para espaços agropecuários (29%).

O quadro referente às residências indica um desconhecimento dos riscos durante tempestades, segundo o órgão. “(As vítimas) São pessoas que estão próximas a objetos ligados à rede elétrica ou telefônica. Falar ao telefone com fio, tomar banho em chuveiro elétrico, encostar em uma geladeira ou aproximar-se muito de uma tomada durante as tempestades são as circunstâncias que levam à morte dentro de casa”, elenca o coordenador do Elat, Osmar Pinto Júnior. O ideal é manter-se longe de objetos que conduzem eletricidade, como também de peças metálicas grandes.

Estando fora de casa, é preciso buscar abrigo em local totalmente fechado. Áreas semiabertas, como sacadas, varandas, barracas e quiosques não protegem das descargas elétricas, assim como ficar sob toldo ou guarda-sol.

Existe uma regra que possibilita calcular a distância aproximada de um raio. “Você conta os segundos entre o instante em que vê o relâmpago até o momento em que escuta o trovão. Pegue esse tempo em segundos, divida por três e o resultado é a distância, aproximada, em quilômetros”, explica Osmar. “Se eu vejo um raio no céu e logo depois ouço o trovão é porque ele aconteceu muito perto e eu estou em uma situação de grande risco.”

Outra maneira de medir a proximidade é avaliar o som. “Quando o raio ocorre mais longe, o trovão tende a ser mais grave. Quando acontece muito perto, o barulho é mais agudo. Um raio que cai a menos de um quilômetro tem o barulho semelhante ao de um prato jogado no chão. Nessa circunstância, busque abrigo antes que haja uma fatalidade.”

Por Vanessa de Oliveira - Diário do Grande ABC
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