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DATA DA PUBLICAÇÃO 22/08/2012 | Educação
MEC vai substituir a Prova Brasil pelo Enem em cálculo do Ideb, diz ministro
Enem é mais adequado para aferir o ensino médio, segundo Mercadante.

MEC vai criar grupo para reformular o currículo do ensino médio.


O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, confirmou nesta terça-feira (21) que o ministério vai substituir a “Prova Brasil” pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) no ensino médio. A decisão ocorre uma semana depois de o resultado do Ideb em 2011 revelar estagnação do aprendizado dos alunos de ensino médio. O Ideb é calculado a cada dois anos e a próxima edição será divulgada em 2014 com base nos dados de 2013.
A Prova Brasil o aluno faz como um texto. Já o Enem, o estudante faz como uma prova decisiva, dá o melhor de si"
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Entre 2009 e 2011, a média brasileira do Ideb na rede pública para o ensino médio ficou estagnada em 3,4 pontos. Porém, em dez estados o índice caiu no mesmo período: Acre, Alagoas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Sul e Rondônia. Além disso, sete estados ficaram abaixo da meta pretendida: Alagoas, Distrito Federal, Espírito Santo, Pará, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Sergipe.

Para Mercadante, a Prova Brasil- um dos dados usados no cálculo do Ideb- não é a melhor forma de avaliar o conhecimento dos alunos, pois os dados são “por amostragem”. “Só 70 mil alunos fizeram a Prova Brasil em 2011, portanto é uma abordagem muito pequena. É uma amostra. A tendência da série tem que ser analisada. Não devemos mascarar, mas acho cedo tirar informações conclusivas em torno de uma prova tão pequena. O Enem é quase censitário, é o Enem que tem que avaliar.”

A Prova Brasil avalia o desempenho de estudantes em língua portuguesa e matemática no final dos ciclos do ensino fundamental, de 4ª série (5º ano) e 8ª série (9º ano), e no terceiro ano do ensino médio. O ministro destacou que os resultados do Enem nos últimos três anos mostram evolução no ensino médio das escolas públicas, ao contrário do demonstrado pelo Ideb. De acordo com dados apresentados nesta terça pelo MEC, a média dos estudantes na prova de matemática do Enem passou de 477,1 em 2009 para 492,9 em 2011. Em português,a média evoluiu de 477,9 em 2009 para 503,7 em 2011.

Segundo Mercadante, o aluno quando faz o Enem “dá o melhor” de si, porque a nota na prova será decisiva para o ingresso na maioria das universidades públicas do país. “Quando olhamos a média de desempenho dos estudantes do Enem, o que aparece? Houve melhora em matemática e, sobretudo, em português. O que a Prova Brasil não capta, o Enem capta. A Prova Brasil o aluno faz como um texto. Já o Enem o estudante faz como uma prova decisiva, dá o melhor de si.”

Remodelar ensino médio
O ministro da Educação anunciou também a criação de um grupo de trabalho para elaborar, até outubro, uma reforma no currículo do ensino médio. Segundo Mercadante, um dos focos será integrar as disciplinas em áreas de concentração.

“Faremos um redesenho curricular. Há uma grande convergência entre secretários de educação de que isso é necessário. Esse redesenho vai ter que dialogar com as áreas de concentração do Enem, que são matemática, língua portuguesa e redação, ciências da natureza e ciências humanas. Vamos estimular maior integração em cada uma dessas áreas”, afirmou Mercadante. De acordo com o ministro, o grupo de trabalho vai ser formado por secretários de educação de todas as regiões do país, reitores e representantes da academia científica.

Outra proposta é fazer com que as aulas do ensino médio ocorram em tempo integral, para o aluno fique mais horas da escola. “Várias redes já estão em processo acelerado de implantação de escola em tempo integral. O ensino médio inovador caminha nessa direção e queremos acelerar esse processo,” afirmou Mercadante.

O ministro defendeu que o ensino médio introduza aulas profissionalizantes no currículo, já que parcela dos estudantes, após terminar a escola, vai diretamente para o mercado de trabalho ou buscam cursos técnicos. “Há também uma sugestão de algumas redes de trabalharmos a pré-profissionalização e empregabilidade no ensino médio. Alguns alunos vão em direção do ensino profissionalizante ou direto para o mercado de trabalho.”

Mercadante afirmou também que o grupo de trabalho buscará fórmulas para estimular a dedicação exclusiva dos professores a uma única escola pública. “Hoje o professor trabalha em várias escolas, tem cerca de 800 alunos. Então, não tem mais aquela dedicação individualizada. Temos que recuperar essa maior presença dos professores, maior convivência com as turmas.”

Greve
O ministro também comentou sobre as greves em universidades públicas federais. Ele reiterou que a negociação sobre reajuste está "encerrada", e que disse que o ministério aguarda o retorno às aulas de todos os profissionais de educação.

“As negociações com docentes e técnicos administrativos está encerrada. O MEC foi o primeiro a negociar. Foi quem apresentou a melhor proposta. Não conheço ninguém que tenha aumento de 25%”, afirmou.

A proposta do governo de reajuste para os professores das instituições de ensino federais varia de 25% a 27% para mestres e de 24,4% a 45,1% para doutores. Os reajustes serão escalonados em três anos a partir de 2013 e terão impacto de R$ 3,9 bilhões até 2015. Apesar da proposta, várias universidades federais continuam em greve.

Por Nathalia Passarinho - G1, em Brasília
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