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DATA DA PUBLICAÇÃO 16/06/2009 | Cidade
Mauá usa referência da Região para melhorar Saúde
Diadema foi referência para a reestruturação no fornecimento de remédios em Mauá. O prefeito Oswaldo Dias (PT) assumiu a administração no início do ano sem medicamentos no estoque e sem um contrato com fornecedores. Com a saída da então fornecedora, Home Care, por investigações de superfaturamento, o histórico de consumo foi apagado. De acordo com o secretário de Saúde e vice-prefeito, Paulo Eugenio Pereira Jr., a semelhança entre Mauá e Diadema deram base para a reestruturação. Em entrevista exclusiva ao ABCD MAIOR, o secretário detalha os problemas na Saúde e a difícil relação com o governador José Serra (PSDB) e o secretário de Saúde Luiz Roberto Barradas Barata.

ABCD Maior – De que forma o contrato com a entidade filantrópica SPDM vai melhorar os atendimentos no Hospital Nardini?

Paulo Eugenio – Um dos problemas do Pronto-Socorro do Nardini é a desestruturação da atenção básica. Faltam profissionais na rede. Isso provoca uma procura maior. O convênio retoma o programa. Serão contratados 40 médicos, 40 enfermeiros, 80 auxiliares de enfermagem, 240 agentes de saúde e isso alivia a pressão no Nardini. A equipe do Saúde da Família é um médico, um enfermeiro, dois auxiliares e seis agentes. Nós estamos com 40 e podemos chegar a 60 equipes, dependendo do orçamento.

ABCD Maior – A Prefeitura enfrentou dificuldade em conseguir que o governo do Estado trouxesse a AME (Assitência Médica Especializada) para Mauá. A que você atribui as barreiras que o Estado impõe a Mauá?

Paulo Eugenio – Essa discussão está superada. Em 4 de junho, vamos ter uma reunião com a Cida Terugo que é uma técnica da Secretaria de Saúde, para discutir as necessidades da microrregião e definir a estrutura física da AME em Mauá.

ABCD Maior – Qual é o impacto real da AME na microrregião?

Paulo Eugenio – É um Ambulatório Médico de Especialidades e vai aliviar o tempo entre o diagnóstico e a solução para aquele problema. A pessoa vai na UBS e o médico suspeita de câncer. Ele vai encaminhá-lo para o AME e no mesmo dia vai sair o resultado. Se precisar de uma intervenção cirúrgica, já vai sair com o dia da cirurgia marcado.

ABCD Maior – O Hospital Nardini é o grande consumidor dos recursos municipais da Saúde. De que forma será possível ter uma administração sustentável?

Paulo Eugenio – Estamos buscando primeiro melhorar a eficiência do Nardini, aumentar a produção e diminuir o custo. Vamos buscar transferir a gestão para uma organização social de saúde, de preferência uma instituição de ensino de saúde. Estamos negociando com o governo do Estado, temos o apoio do Estado para pedir o aumento do teto da média e alta complexidade, junto ao Ministério da Saúde (recursos destinados aos atendimentos). Com esse aumento, o custeio do Nardini vai cair. Queremos ratear os R$ 4 milhões de custo entre Estado, União e Prefeitura, mas isso é uma discussão em andamento.

ABCD Maior – Já tem alguma instituição de ensino cotada para assumir o Hospital?

Paulo Eugenio – Na Região temos dois exemplos. O Hospital Estadual Mário Covas é administrado pela Fundação de Medicina do ABC e o Serraria, pela Unifesp. As duas têm aprovação do usuário. A ideia é aprovar uma lei na Câmara que autoriza a transferência e fazer um chamamento público, uma espécie de licitação. Mas quem está mais próximo e conhece mais a Região é a Fundação.

ABCD Maior – Qual o prejuízo da falta de auxílio do Estado na administração do Nardini?

Paulo Eugenio – Não só na gestão do Nardini, em toda a Saúde de Mauá o Estado não participa em nada. Mas lógico, o Nardini é nosso custo maior e ele é uma referência para Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Seria justo o Estado atender o Nardini. Estamos gastando além das possibilidades. Não tem recurso para fazer investimento de reforma e atualização tecnológica. Ao longo desses 20 anos de municipalização, a infra-estrutura vem se deteriorando.

ABCD Maior – O sr. consegue prever uma data em que o Estado possa ceder, ou ficar sensibilizado com a questão do Nardini?

Paulo Eugenio – Os técnicos do segundo escalão já entenderam que essa é uma necessidade. Só falta convencer o secretário de Estado e o governador.

ABCD Maior – Como está a participação do governo federal na Saúde de Mauá?

Paulo Eugenio – Para o Ministério da Saúde poder ajudar, precisamos construir uma concordância no aumento do teto de média e alta complexidade. Porque o recurso que vem do SUS é único. O Estado e outros municípios também disputam.

ABCD Maior – Atualmente, como está o fornecimento de remédios à população?

Paulo Eugenio – Quando assumimos não tinha nada no estoque e nem contrato com fornecedor. O fornecedor era a Home Care (empresa investigada por superfaturamento), e quando eles saíram, levaram tudo: os computadores e toda a série histórica de consumo. Eles faziam toda a logística, depósito, estoque e distribuição. Eles mesmos viam o que faltava e faziam o fornecimento, um negócio maluco. Estamos fazendo uma concorrência para contratar um fornecedor definitivo.

ABCD Maior – A Administração ficou sem referência no fornecimento. Como foi feito o levantamento do consumo?

Paulo Eugenio – Para se ter uma ideia, não tinha nenhuma farmacêutica na estrutura da Secretaria de Saúde, buscamos uma profissional experiente para elaborar uma lista padronizada. O levantamento ficou pronto no início de maio. Foram cinco meses trabalhando em cima de construir uma relação de medicamentos e material e tentar aproximar da quantidade. Nós utilizamos, principalmente, Diadema como base, que tem um perfil epidemiológico parecido, população próxima, tem uma estrutura com padrão elevado de qualidade.

ABCD Maior – Quanto a Prefeitura gasta por mês com remédios?

Paulo Eugenio – Os remédios de alto custo devem ser fornecidos pelo Estado. Os medicamentos que o município oferece são de atenção básica e utilizados no Nardini. Mas as pessoas têm entrado com uma ação na Justiça e obrigado o município a fornecer o medicamento. Isso não é só em Mauá, é no País inteiro. Estamos gastando cerca de R$ 1 milhão por mês para atender toda a população e R$ 250 mil para atender 150 pessoas, então acaba sendo injusto e o interesse individual, prevalecendo.

ABCD Maior – A relação do governo com a Câmara tem sido criticada pelos parlamentares pela falta de diálogo. Como o senhor, vice-prefeito, avalia essa relação?

Paulo Eugenio – Acho que precisa melhorar, o próprio prefeito assume isso. Foram enviados vários projetos de urgência na área da saúde, porque estávamos em urgência. A tendência é melhorar essa relação porque as urgências estão acabando. Imagino que o segundo semestre vai ser mais tranquilo.

Por Gustavo Pinchiaro - ABCD Maior / Foto: Luciano Vicioni
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