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DATA DA PUBLICAÇÃO 08/05/2014 | Cidade
Mauá tem reintegração de posse tensa
Mauá tem reintegração de posse tensa Polícia usou bombas de pimenta e efeito moral para dispersar moradores e apagar fogo de barricada. Foto: Andris Bovo
Polícia usou bombas de pimenta e efeito moral para dispersar moradores e apagar fogo de barricada. Foto: Andris Bovo
Moradores fizeram barricada para impedir a retomada da área, e como resposta a polícia atirou bombas de pimenta e efeito moral

A manhã desta quarta-feira (07/05) foi tensa durante reintegração de posse de quatro lotes de terreno particular de mais de 100 mil metros quadrados na avenida Doutor Ariocy Rodrigues da Costa, 121, entre os bairros São Jorge do Guapituba, Jardins Primavera, Camila Anchieta e Vila Isabel, em Mauá. Os moradores de um dos pontos, o Morro do Careca, tentaram impedir o avanço da polícia e montaram barricada com madeirite, atearam fogo e não permitiram que os bombeiros apagassem as chamas. Diante da ação, a polícia acionou a tropa de choque, que jogou bombas de pimenta e efeito moral. Alguns moradores ficaram feridos levemente, inclusive uma criança de seis anos. Nos outros lotes, a ação foi pacífica.

“Isso é revoltante, não somos bandidos, mas sim trabalhadores e eles (a polícia) estão atirando, inclusive em cima de criança pequena e especial”, comentou o porteiro Henrique Alexandre Volpi, 28 anos. No entanto, o capitão Maurício Kupstaite esclareceu que a polícia apenas reagiu porque os moradores estavam atirando pedras nos bombeiros. “Eles montaram a barreira, atearam fogo e colocaram entre cinco a seis mulheres com criança de colo na frente para impedir os bombeiros de jogar água e quando estes se aproximavam eram recebidos com pedras”, explicou.

A polícia nega a existência de feridos. Apesar disso, moradores mostraram para a reportagem marcas de feridas nas costas, pernas e barriga. A dona de casa Maria Jaudete, 49 anos, foi um desses feridos. “A polícia chegou e deu apenas 10 minutos para que saíssemos. Como não saímos, começaram a jogar bomba e fui ferida no pé”, disse. Antes de morar no Morro do Careca, a dona de casa pagava aluguel, mas já não conseguia arcar com as despesas da casa e duas filhas. “Fiquei sabendo da ocupação e vim. Mas agora não sei o que fazer, pois não tenho para onde ir”, desabafou.

Notificação - Outra reclamação dos moradores do Morro do Careca era de que a reintegração de posse teria sido realizada sem aviso prévio. “Não fomos avisados de nada. Eles notificaram outros lotes do terreno, mas não nós”, afirmou Maria. No entanto, oficiais de Justiça que estavam no local informaram à reportagem que todos os moradores dos quatro lotes foram avisados dois dias antes da ação. A reintegração de posse começou por volta das 6h desta quarta e tinha como alvo os mais de 200 barracos erguidos no terreno há aproximadamente 45 dias.

O capitão Kupstaite ainda informou que a maioria dos barracos estava vazia. “Muitos barracos apenas demarcavam a área, mas não havia móveis dentro”, revelou. Apesar disso, caminhões estavam em torno do local para levar a mudança de quem precisasse. À medida que os moradores deixavam os barracos, cinco retroescavadeiras derrubavam as casas. Os moradores pediam por justiça. “Este terreno está abandonado e com dívidas de IPTU desde 1979. Não queremos morar de graça. Queríamos que a área fosse loteada e vendida para famílias de baixa renda. Só queremos ter um teto”, afirmou o motorista Wesley Costa, 32 anos.

A ação - Além dos policiais do 30º Batalhão de Polícia Militar, responsável pelo policiamento da região de Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, a ação contou com o apoio de policiais das outras cidades do ABCD.

Em nota, a Prefeitura de Mauá informou que forneceu apoio à ação enviando assistentes sociais, conselheiros tutelares e Guarda Civil Municipal. No local, as famílias foram orientadas sobre os procedimentos e critérios para inserção em programas sociais e habitacionais.

A Prefeitura informou ainda que o primeiro registro de ocupação da área foi em 11 de abril. Três dias depois, uma comissão de representantes do movimento que ocupava o terreno foi recebida por integrantes da Administração municipal. Na ocasião, a Prefeitura esclareceu dúvidas sobre as condições para eventual inserção das famílias em programas sociais e habitacionais do poder público, no âmbito municipal, estadual ou federal. A comissão também foi informada que partes da área são de proteção permanente, onde a ocupação ou construção é proibida por lei.

Por Claudia Mayara - ABCD Maior
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