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DATA DA PUBLICAÇÃO 21/08/2007 | Cidade
Mauá some com cadáver e não dá explicação à família
A Prefeitura de Mauá desapareceu, em 2001, com os restos mortais da auxiliar de limpeza Clara de Síbia, enterrada em 1990 no cemitério do Jardim Santa Lídia. O sumiço pode custar caro aos cofres públicos: a filha de Clara, Cleonice dos Reis, está movendo uma ação por danos morais contra a administração, no valor de 300 salários mínimos (R$ 114 mil).

O assessor jurídico da Prefeitura, André Avelino Coelho, admite que a administração irá perder a causa. “É a chamada defesa impossível. Não há como se defender neste caso. A administração anterior sumiu com os ossos sem publicar edital e dar ciência à família.”

A juíza Letícia Fraga Benitez, da 2ª Vara de Mauá, concedeu 60 dias para que a Prefeitura apresente suas justificativas. O prazo termina em 18 de setembro.

Avelino diz que, após pagar a indenização, a Prefeitura entrará na Justiça contra o petista Oswaldo Dias, prefeito à época. “Ele é o responsável pelo sumiço do corpo. Vamos para cima dele depois.” Ele vai além nas críticas: “O município tem o direito de dar o fim que bem quiser aos restos mortais de alguém? O senhor Oswaldo Dias sumiu com um morto.”


A saga de Cleonice para realizar a exumação teve início em 1993. Na época, não foi possível retirar o ossada, já que o corpo ainda estava em decomposição. Ela voltou ao cemitério em 1995, mas ainda não havia condições para a exumação.

Quando voltou, em 1999, teve uma surpresa. “Cheguei lá e o coveiro me disse que tinha passado um trator na quadra aonde minha mãe estava enterrada. Para procurar os ossos, eles violaram quatro sepulturas. Foi um crime.”

Ela ainda conta: “Os funcionários tentaram me enganar e disseram que tinham achado. Quando fui ver, era o corpo de um homem.”

Ela só soube que os restos mortais de sua mãe haviam sido jogados no ossário do cemitério, sem autorização da família, após o início do processo.

Cleonice deixa claro seu objetivo com a ação contra a administração:“Não estou atrás de dinheiro. O que eu quero é que a Prefeitura não cometa mais esses erros com outras famílias. Estão me privando do direito de poder prestar a última homenagem à minha mãe”, diz.

*Mais Casos
Cleonice ainda faz uma acusação mais grave: “Foram violadas mais de 1.500 sepulturas, mas como as pessoas não têm documentação, não conseguem provar.” Funcionários do cemitério, que não quiseram se identificar, confirmaram a violação das sepulturas e o sumiço dos ossos de Clara.

O chefe de cemitérios na época, Euclides Barbosa, trabalha hoje no gabinete do vereador Rogério Moreira Santana (PT). Procurado pelo Diário ontem à tarde, Barbosa não estava na Câmara. Oswaldo Dias também não foi localizado para comentar o assunto.

Por Sérgio Vieira - Diário do Grande ABC / Foto: maua.sp.gov.br
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