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DATA DA PUBLICAÇÃO 31/05/2009 | Cidade
Mauá projeta obras para receber o Rodoanel
Para Edilson de Paula, preparar o município para aumento da circulação de veículos é importante para atrair empresas.

Preparar a cidade para a chegada do Rodoanel, atrair empresas e investir em qualificação profissional estão no foco de trabalho do secretário de Desenvolvimento de Mauá e também secretário de Trabalho e Renda, Edilson de Paula. Em entrevista ao ABCD Maior, o ex-presidente da CUT-SP contou como o município está se preparando para o futuro.

ABCD Maior – O trecho Sul do Rodoanel Mario Covas passará por Mauá e terá uma alça de acesso para o município. Isso é importante para a economia da cidade?
Edilson de Paula - O Rodoanel foi uma conquista para Mauá, que contou com o trabalho do governo Oswaldo Dias. Isso porque se você pegar o primeiro desenho da rodovia, só haveria saídas para o ABCD nas rodovias Anchieta e Imigrantes. Não haveria integração com Mauá. O Oswaldo brigou para que houvesse uma saída também em nosso município, uma alça que pudesse interligar Mauá com o Rodoanel. Todos os outros prefeitos da Região se juntaram com Mauá para defender essa tese. Agora, essa alça interligará Mauá com todas as principais rodovias de São Paulo, o que será muito importante para a economia da cidade.

ABCD Maior – Com a conclusão do Rodoanel, o trânsito na cidade deve aumentar. Há projetos que preparam o viário da cidade para isso?
Edilson de Paula - Precisamos preparar o município para o aumento da circulação de veículos. Temos um estudo que aponta que 340 mil carros de fora da cidade circulam atualmente em Mauá. Com o Rodoanel, passarão quase 4 mil carros a mais. Os Jardins Zaíra são os bairros mais populosos de Mauá, onde moram mais de 150 mil pessoas e, por isso, estamos pesquisando para fazer a duplicação da Castelo Branco. Além disso, perto do shopping vai abrir uma nova marginal para desafogar o Centro. Já perto da rodoviária, faremos uma nova avenida até o Parque das Américas, saindo da avenida Brasil. Outro ponto fundamental é a ideia dos ônibus não ficarem parados na rodoviária. Ficariam circulando o tempo todo. Tudo isso ainda não tem prazo, mas estão sendo estudados para que aconteça antes do Rodoanel. Também estamos pensando além. Mauá comporta com tranquilidade um grande centro de convenções e rede hoteleira, inclusive para pessoas que vão ao Pólo Petroquímico. As secretarias de Trabalho e de Desenvolvimento Econômico têm de analisar o crescimento com estabilidade para garantir que a qualidade ambiental seja respeitada e que a mão-de-obra seja da nossa cidade.

ABCD Maior –O Rodoanel vai passar ao lado do Bairro Sertãozinho. Há projetos para ampliar a infraestrutura do bairro?
Edilson de Paula - Queremos fazer uma estação de tratamento de esgoto para reutilização da água para as indústrias. Mas tem outros agentes que não são de responsabilidade somente da Prefeitura. Há reclamações de que as empresas que estão no fim do Bairro Sertãozinho têm sucessivas quedas de energia porque é a linha final e qualquer sobrecarga na rede, falta energia. A Eletropaulo vai iniciar em 2010 obras para resolver o problema, que serão concluídas em 2012, num investimento de aproximadamente R$ 20 milhões. Além de suprimir a demanda de hoje, o bairro ficará preparado para receber mais empresas. A construção da subestação vai favorecer a Vila Carlina e o Jardim Anchieta, em Mauá, e o Condomínio Maracanã, em Santo André, beneficiando 11 mil habitantes.

ABCD Maior – O pólo industrial fica longe do Centro da cidade. Há propostas para facilitar o acesso?
Edilson de Paula - Temos dois pólos em Mauá, o Sertãozinho para pequenas e médias empresas, e o principal segmento, o Polo Petroquímico, um dos maiores do País, que inclusive está em processo de ampliação. Foram estrategicamente instalados afastados para que o Centro seja um lugar agradável e que as famílias possam passear por lá. Mas temos projetos para melhorar o acesso. A Papa João 23 vai ser toda recapeada e uma nova avenida está sendo aberta, com 3 mil metros de extensão. As obras estão paralisadas, mas devem ser retomadas no próximo mês.

ABCD Maior – Mauá tem projetos para atrair mais empresas para o município?
Edilson de Paula - Existe uma lei no município que dá alguns benefícios para empresas que queiram se instalar em Mauá, principalmente para as micros e pequenas. Damos desconto no ISS (Imposto Sobre Serviços), que pode ultrapassar a 50% dependendo da construção, mas cada caso é um caso. Fazemos isso não para criar no ABCD uma política de guerra fiscal, mas para disputar investimentos com outras cidades. Outro ponto a favor de Mauá é que o município tem mais áreas para construção do que os outros, pois não temos área de manancial como as cidades da Região. Estamos fazendo um diagnóstico das áreas e em pouco tempo teremos um programa de busca de investimento para a cidade. Mauá pode receber indústrias de quase todos os segmentos, além da rede hoteleira. O setor químico também pode ser reforçado. Por Mauá ficar próximo ao Porto de Santos, temos a possibilidade de criar um porto seco, pois a logística é facilitada. Além disso, os aeroportos de Guarulhos e Congonhas também são próximos e, por isso, temos todas as condições para trabalhar com empresas de exportação.

ABCD Maior –Qual a política da Administração quanto aos jovens que vão chegar ao mercado de trabalho?
Edilson de Paula - Vamos investir em qualificação profissional, pois falta mão-de-obra qualificada para as poucas vagas existentes no mercado. Um exemplo é a Refinaria de Capuava, que terá um pico de emprego, algo em torno de 2 mil a 3 mil vagas, por causa da ampliação da refinaria. Mas hoje não temos mão-de-obra qualificada para preencher essas vagas. Nesses últimos anos, todas as instituições, entidades civil e patronal, governos federal e estadual, fizeram milhões de investimentos em qualificação. Mas a ação não deu resultado, porque não foi feita em cima de uma demanda existente. Se a demanda é da construção civil, por exemplo, temos de juntar energia nesse segmento. Não se pode investir em profissões que não têm mercado. Por isso, daremos prioridade para áreas em expansão.

ABCD Maior – O senhor ocupou a presidência da CUT-SP. Qual é a influência da sua experiência como sindicalista em uma Administração pública?
Edilson de Paula - Quando um agente público chama alguém para ocupar um cargo no governo, ele faz uma avaliação para ver o que essa pessoa pode contribuir para a gestão. No caso do Oswaldo, quando me chamou para assumir a Secretaria de Trabalho, com certeza levou em consideração o que acumulei durante o período que atuei como sindicalista. Aprendi a dialogar permanentemente com o setor empresarial e com os trabalhadores, como lidar com os desafios na questão do emprego e na melhoria de condições de trabalho. As gestões dos sindicalistas à frente das secretarias e ministérios têm sido positivas. Um exemplo é Luiz Marinho, que foi ministro do Trabalho e da Previdência devido ao acúmulo de experiência.

ABCD Maior – Qual é a maior dificuldade de trabalhar com o poder público?
Edilson de Paula - A burocracia do poder público é muito grande e os partidos políticos precisam discutir essa desamarração da burocracia. Hoje você pode tomar uma decisão, mas ela precisa passar por trâmites na Prefeitura que demoram muito e, às vezes, a população não entende isso. Estamos tomando decisões, mas não vemos o resultado na velocidade que queríamos.

Por Deise Cavignato - ABCD Maior / Foto: radiozfm.com.br
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