DATA DA PUBLICAÇÃO 10/05/2010 | Cidade
Mauá produz peças para caça supersônico
Em Mauá, cerca de 500 trabalhadores se envolvem na produção de peças para um avião caça supersônico. A empresa é a Imbrafiltro, especializada em material de defesa e que atualmente produz as duas asas e a tampa do trem de pouso dos quatro primeiros protótipos do Gripen NG, que estão sendo montados na Suécia pela Saab. O modelo disputa a preferência do presidente Lula para ser o novo caça da FAB (Força Aérea Brasileira). Os outros dois concorrentes são o Rafale francês e o F-18 Hornet americano. O diretor presidente da Inbrafiltro, Jairo Cândido, falou com exclusividade com o ABCD MAIOR e garante que, se o governo brasileiro escolher o avião sueco para aparelhar a FAB, somente as instalações do grupo em Mauá serão ampliadas cinco vezes, colocando assim a Região definitivamente na era aeroespacial.
ABCD Maior – A ImbraAerospace, uma das unidades da Imbrafiltro, faz parte do Consórcio T1, da empresa sueca Saab, para fabricação de algumas peças para o caça Gripen NG. O senhor pode explicar melhor a participação do grupo neste processo?
Jairo Cândido – A ImbraAerospace é responsável por todo material composto, desde sua fabricação até a parte de montagem, dentro do Consórcio T1. Produzimos as duas asas e as tampas do trem de pouso. Participamos de uma licitação que a Saab realizou no fim do ano passado. O processo de fabricação das peças seria feito no Brasil ou na Índia, e o grupo de cinco empresas brasileiras venceu a licitação. Estamos contratados para fazer quatro protótipos. Com isso, temos pessoas trabalhando na Suécia e no ABCD.
ABCD Maior – O que o Consórcio T1 agrega em conhecimentos ao grupo Imbrafiltro?
Jairo Cândido – Estamos absorvendo tecnologia de última geração, essas asas de material composto são feitas em carbono. O Gripen NG realmente fez com que o grupo mudasse de patamar tecnológico completamente. Neste aspecto já estamos bastante satisfeitos com o trabalho que está sendo feito e com o conhecimento adquirido. Se fecharmos negócios com a Suécia, naturalmente faremos instalações para uma série continuada. Neste momento estamos dando um salto tecnológico muito grande.
ABCD Maior – O que muda para o grupo Inbrafiltro a compra do caça Gripen NG pelo governo federal?
Jairo Cândido –– A compra do caça sueco pelo governo brasileiro não muda só o contexto da nossa empresa, mas haverá uma transformação positiva em todo o País. Este avião tem um mercado potencial da ordem de 300 aeronaves, nos próximos 20 anos. Estamos falando em produzir no Brasil, somente dentro do Consórcio T1, algo em torno de US$ 7 milhões e fazer no Brasil teoricamente US$ 20 milhões. Mas isso envolveria ações da Embraer, que também fabricará outros componentes para o caça. Você pode imaginar o que isso representa, a diferença é brutal.
ABCD Maior – A compra do Gripen NG pelo Brasil pode impulsionar outros mercados?
Jairo Cândido – Esperamos deixar de ter apenas quatro protótipos, para atingir 300. Todo empresário que investe faz uma análise do mercado potencial. Existe um pacote que é a possível venda do Gripen NG para Noruega, a própria Suécia, Kuait e Índia, além de uma série de outros pedidos. Sabemos que este avião é o escolhido pelos técnicos da FAB, pela maior performance, melhor custo operacional e ser mais barato.
ABCD Maior – Em algumas ocasiões o presidente Lula e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, se manifestaram a favor do Rafale. Qual avaliação que o senhor pode fazer sobre essa possível escolha?
Jairo Cândido – Se o governo optar por outro caça não teremos os mesmos benefícios. O Rafale, por exemplo, já é um avião pronto e não foi vendido em nenhum lugar do mundo até hoje, sendo que é uma aeronave que está no mercado há mais de 15 anos. Creio que se a escolha for feita pelo caça francês, pode até haver transferência de conhecimento ao Brasil, mas não para aplicar na produção de aeronaves dentro de um pacote tecnológico. O Gripen NG terá transferência de tecnologia e todo um mercado em potencial. Este é o grande ganho dos suecos.
ABCD Maior – Em sua opinião, a transferência de tecnologia será a mesma se o Brasil comprar o caça F-18, da americana Boeing, ou o avião Rafale, da francesa Dassault?
Jairo Cândido – Para estas duas aeronaves que estão em licitação, tudo o que a gente possa fazer está limitado à compra de 36 caças. São aviões que atuam em um mercado que já é ocupado por outros supridores e não seremos nós os fornecedores da linha de produção. A oportunidade que temos na aeronave sueca é sermos fabricantes dessas peças no Brasil, e o que fizermos aqui não será realizado em nenhum outro lugar do mundo. Essa é a posição do pacote sueco e do ponto de vista industrial é extremamente importante e atrativo. A diferença é passar de uma planta hoje de US$ 40 milhões, para um arranjo de US$ 200 milhões.
ABCD Maior – O senhor pode falar um pouco sobre as atividades do grupo Inbrafiltro tanto na Região quanto no País?
Jairo Cândido – A Inbrafiltro é um grupo de cinco empresas, todas elas voltadas para fabricação de material de defesa ou temas correlatos da defesa. Todas as unidades estão localizadas na cidade de Mauá. Vamos comemorar, em junho, 31 anos de existência, portanto é um dos grupos mais antigos ligados a este setor. Ligados basicamente ao tema de proteção à vida, fabricamos coletes, capacetes, escudos, blindagem de veículos de passeio e fazemos a porta blindada de aviões da Embraer, dentre outros. Para isso, contamos com uma equipe de 500 funcionários.
ABCD Maior – A ImbraAerospace, uma das unidades da Imbrafiltro, faz parte do Consórcio T1, da empresa sueca Saab, para fabricação de algumas peças para o caça Gripen NG. O senhor pode explicar melhor a participação do grupo neste processo?
Jairo Cândido – A ImbraAerospace é responsável por todo material composto, desde sua fabricação até a parte de montagem, dentro do Consórcio T1. Produzimos as duas asas e as tampas do trem de pouso. Participamos de uma licitação que a Saab realizou no fim do ano passado. O processo de fabricação das peças seria feito no Brasil ou na Índia, e o grupo de cinco empresas brasileiras venceu a licitação. Estamos contratados para fazer quatro protótipos. Com isso, temos pessoas trabalhando na Suécia e no ABCD.
ABCD Maior – O que o Consórcio T1 agrega em conhecimentos ao grupo Imbrafiltro?
Jairo Cândido – Estamos absorvendo tecnologia de última geração, essas asas de material composto são feitas em carbono. O Gripen NG realmente fez com que o grupo mudasse de patamar tecnológico completamente. Neste aspecto já estamos bastante satisfeitos com o trabalho que está sendo feito e com o conhecimento adquirido. Se fecharmos negócios com a Suécia, naturalmente faremos instalações para uma série continuada. Neste momento estamos dando um salto tecnológico muito grande.
ABCD Maior – O que muda para o grupo Inbrafiltro a compra do caça Gripen NG pelo governo federal?
Jairo Cândido –– A compra do caça sueco pelo governo brasileiro não muda só o contexto da nossa empresa, mas haverá uma transformação positiva em todo o País. Este avião tem um mercado potencial da ordem de 300 aeronaves, nos próximos 20 anos. Estamos falando em produzir no Brasil, somente dentro do Consórcio T1, algo em torno de US$ 7 milhões e fazer no Brasil teoricamente US$ 20 milhões. Mas isso envolveria ações da Embraer, que também fabricará outros componentes para o caça. Você pode imaginar o que isso representa, a diferença é brutal.
ABCD Maior – A compra do Gripen NG pelo Brasil pode impulsionar outros mercados?
Jairo Cândido – Esperamos deixar de ter apenas quatro protótipos, para atingir 300. Todo empresário que investe faz uma análise do mercado potencial. Existe um pacote que é a possível venda do Gripen NG para Noruega, a própria Suécia, Kuait e Índia, além de uma série de outros pedidos. Sabemos que este avião é o escolhido pelos técnicos da FAB, pela maior performance, melhor custo operacional e ser mais barato.
ABCD Maior – Em algumas ocasiões o presidente Lula e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, se manifestaram a favor do Rafale. Qual avaliação que o senhor pode fazer sobre essa possível escolha?
Jairo Cândido – Se o governo optar por outro caça não teremos os mesmos benefícios. O Rafale, por exemplo, já é um avião pronto e não foi vendido em nenhum lugar do mundo até hoje, sendo que é uma aeronave que está no mercado há mais de 15 anos. Creio que se a escolha for feita pelo caça francês, pode até haver transferência de conhecimento ao Brasil, mas não para aplicar na produção de aeronaves dentro de um pacote tecnológico. O Gripen NG terá transferência de tecnologia e todo um mercado em potencial. Este é o grande ganho dos suecos.
ABCD Maior – Em sua opinião, a transferência de tecnologia será a mesma se o Brasil comprar o caça F-18, da americana Boeing, ou o avião Rafale, da francesa Dassault?
Jairo Cândido – Para estas duas aeronaves que estão em licitação, tudo o que a gente possa fazer está limitado à compra de 36 caças. São aviões que atuam em um mercado que já é ocupado por outros supridores e não seremos nós os fornecedores da linha de produção. A oportunidade que temos na aeronave sueca é sermos fabricantes dessas peças no Brasil, e o que fizermos aqui não será realizado em nenhum outro lugar do mundo. Essa é a posição do pacote sueco e do ponto de vista industrial é extremamente importante e atrativo. A diferença é passar de uma planta hoje de US$ 40 milhões, para um arranjo de US$ 200 milhões.
ABCD Maior – O senhor pode falar um pouco sobre as atividades do grupo Inbrafiltro tanto na Região quanto no País?
Jairo Cândido – A Inbrafiltro é um grupo de cinco empresas, todas elas voltadas para fabricação de material de defesa ou temas correlatos da defesa. Todas as unidades estão localizadas na cidade de Mauá. Vamos comemorar, em junho, 31 anos de existência, portanto é um dos grupos mais antigos ligados a este setor. Ligados basicamente ao tema de proteção à vida, fabricamos coletes, capacetes, escudos, blindagem de veículos de passeio e fazemos a porta blindada de aviões da Embraer, dentre outros. Para isso, contamos com uma equipe de 500 funcionários.
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