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DATA DA PUBLICAÇÃO 23/06/2009 | Cidade
Mauá comprou, mas não usa instrumentos para Banda Lyra
A Prefeitura de Mauá comprou no ano passado 500 instrumentos para a realização do projeto Musicalizando nas Escolas, que era realizado pela Banda Lyra em dez escolas da cidade. No entanto, a atual administração não informa onde estão os equipamentos - o que se sabe é que eles não estão sendo utilizados pela banda, que sofre com falta de verba.

Junto ao prejuízo cultural que afeta centenas de crianças com a não retomada do trabalho estão somados os R$ 242,7 mil que foram investidos para a aquisição de aparelhos de percussão e sopro.

No ano passado foram firmados contratos de compra de instrumentos e aplicação de métodos de ensino musical com as empresas Haymax Componentes Eletrônicos, e Roriz Comércio e Serviços, de R$ 105 mil e R$ 137,7 mil, respectivamente.

A ex-secretária de Educação e Cultura Angela Donatiello Lopes confirmou que a compra dos materiais foi para a realização do projeto. "Lembro que as escolas receberam os instrumentos perto da época em que receberam os uniformes escolares."

A ex-secretária lembrou que monitores das escolas eram responsáveis pelos instrumentos, mas quem respondia pelo patrimônio eram as diretoras. No entanto, a administração atual não foi revela se os aparelhos estão armazenados nos almoxarifados das unidades ou na própria Secretária de Educação e Cultura.

O maestro-coordenador da Banda Lyra, Carlos Binder, confirmou que durante o período de realização do projeto foram utilizados os equipamentos comprados pela Prefeitura, que estavam distribuídos em cerca de 50 unidades para cada escola.

O músico salientou que a não utilização deles pode causar deteriorizações com falta de limpeza e deformações nas estruturas.

Histórico - A Banda Lyra teve as atividades do projeto Musicalizando nas Escolas paralisadas em novembro. O entrave da não retomada da ação educacional e social foi criado pela falta da subvenção de R$ 150 mil anuais que deveria ter sido feita pela Prefeitura e ainda não foi entregue.

A banda também precisa de área para a construção de nova sede, pois não pode realizar os ensaios no local atual, no Centro, já que os vizinhos reclamam do barulho. Enquanto isso, eles improvisam, ensaiando em locais não apropriados, como a Praça da Bíblia.

Devido à falta de recursos, o grupo corre o risco de ser reduzido de 300 para 100 componentes até setembro.

Em Santo André, grupos recebem verba de R$ 1 milhão
Na contramão das dificuldades enfrentadas há mais de um ano pela tradicional Banda Lyra de Mauá, a Prefeitura de Santo André reservou para a Orquestra Sinfônica, o coral e a Banda Lyra da cidade cerca de R$ 1 milhão para este ano.
Cogitou-se a vinda do projeto Musicalizando nas Escolas, de Mauá, para Santo André, mas segundo o secretário de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo, Edson Salvo Melo, nada foi concretizado. "Foi apenas uma conversa", disse Melo.
Apesar de não dispor de propostas efetivas para ajudar a corporação musical de Mauá, o secretário andreense lamentou a situação da banda. "Os governos devem dar a devida importância para esses grupos", concluiu.

Santo André - A Orquestra Sinfônica de Santo André tem para este ano verba de R$ 850 mil destinados ao pagamento de bolsas e gastos para manter os funcionários, confecções gráficas e o pagamento de cachês de convidados para apresentações.
A banda Lyra e o coral andreense têm subvenção de R$ 100 mil cada um, que são destinados para cursos de aperfeiçoamento. Em breve, serão investidos cerca de R$ 40 mil para a manutenção dos aparelhos da Orquestra. Para 2010, o secretário garantiu que o orçamento irá dobrar.

Por Kelly Zucatelli - Diário do Grande ABC
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