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DATA DA PUBLICAÇÃO 07/04/2009 | Educação
Matemática e ciências da computação têm alta taxa de abandono
Alunos de ciências da computação, matemática e administração estão entre os que mais abandonam o ensino superior, diz pesquisa com dados do Ministério da Educação.

A evasão média nessas áreas é de 28%. A média nacional é de 22%, percentual que tem variado pouco nesta década.

O líder do ranking, com 38%, é o curso que une turismo e hotelaria. Mas, quando separados, a taxa de evasão cai para 27% (hotelaria) e 24% (turismo).

O indicador abrange o número de alunos que deixou de se matricular de um ano para outro. As taxas referem-se à média de cinco anos, presentes no Censo da Educação Superior (2007 é o mais recente).

Para o aluno, abandonar o curso significa perda de tempo com a graduação incompleta e de dinheiro (com mensalidades). Para o mercado, significa menos formados qualificados, às vezes em áreas deficitárias.

Pesquisadores dizem que um dos motivos para alunos abandonarem os cursos é a falta de informação na hora da escolha no vestibular --há frustração com o conteúdo do curso e com as perspectivas de emprego.

Especificamente sobre ciências da computação, matemática e administração, é citado o ensino deficitário das matérias de exatas no ensino básico. São essas disciplinas que mais sofrem com a falta de professores, aponta levantamento do MEC.

"Ciências da computação, por exemplo, é um curso muito puxado. O aluno quando entra tende a achar que vai fazer games, mas se depara com um conteúdo pesado de cálculos e contas. Fica difícil acompanhar", afirmou o autor do levantamento, Oscar Hipólito, ex-diretor do Instituto de Física da USP de São Carlos e consultor do Instituto Lobo.

Além disso, afirma, a área de computação oferece muitas oportunidades de emprego, o que atrai mais o estudante do que a permanência no curso.

Já nos cursos da área de serviços (caso de turismo e hotelaria), há uma baixa expectativa de empregabilidade. Para Hipólito, a explicação para o curso de turismo e hotelaria liderar o ranking, mas, separados, ficarem em 9º e 5º deve-se ao fato de que ao unir as duas disciplinas o curso ficou sem foco.

"Algumas áreas são consideradas de menor prestígio. Portanto, não há estímulo adicional para a conclusão", disse João Ferreira de Oliveira, coordenador de grupo de trabalho sobre educação superior da Anped (associação nacional dos pesquisadores de educação).

No outro extremo, medicina é o curso com o menor índice de abandono do país, 5%.

Qualidade

A evasão nas instituições privadas é mais alta que nas públicas (25% e 12%, respectivamente). Para Hipólito, as mensalidades são apenas um aspecto que explica a diferença.

"Se o curso é bom, o aluno vai fazer de tudo para continuar, pede ajuda para pagar mensalidade. Mas se ele encontra professores ruins, bibliotecas fracas, na primeira dificuldade financeira ele desiste", disse.

Para o presidente da Anup (associação nacional das universidades particulares), Abib Salim Cury, a dificuldade é de financiamento dos alunos.

"O Fies [programa federal] é insuficiente. Ele não atende o número suficiente e ainda há uma dificuldade adicional: o aluno entra no curso no início do ano e só pode conseguir os recursos no meio", afirmou Cury. "Com a crise econômica, a evasão só vai aumentar."

O MEC diz que deve alterar algumas regras do Fies. Uma das mudanças será a possibilidade de pedir financiamento a qualquer momento do ano.

Por Fábio Takahashi - Folha de São Paulo
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